sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Jugos diversos (1).




Disse Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve; e achareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11.28-30)
         O Mestre estava convidando as pessoas para uma relação com ele, mas como seria isso? Qual seria o sentido daquela proposta? Jesus utilizou a palavra “jugo” como a essência do seu convite. Precisamos, portanto, compreendê-la para que percebamos todas as implicações de um compromisso com Cristo.
         O jugo, também conhecido como canga, é uma peça de madeira ou ferro que se usa para prender um boi ao outro a fim de puxarem o arado ou o carro. Assim, a força de tração é muito maior do que se o trabalho fosse feito por um animal só. Quando se tem um boi novo para trabalhar na lavoura, é normal que ele seja emparelhado com um boi mais velho, ao qual fica preso pelo jugo. Ambos são muito fortes, mas o boi velho tem experiência. Ele conhece o caminho a ser percorrido, o ritmo e as paradas. Ele já conhece a voz do dono e seus comandos. O boi novo tem tendência a se distrair, desejando parar diante de qualquer pasto verde e até mesmo sair da trilha. O jugo, porém, não permite isso. O boi novo vai aprender a trabalhar com o boi mais velho. Por isso Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim...”
         Para os judeus, o jugo tornou-se símbolo de todo tipo de relação de autoridade e submissão: entre governo e povo, entre nações aliadas ou subordinadas, entre senhor e servo, etc. (Gn.27.40; Lv.26.13; Dt.28.48; IRs.12.1-14; Lm.3.27; ITm.6.1).   
         O jugo é usado também como figura do casamento. Daí vem as expressões “vida conjugal” e “cônjuges”. Paulo alertou os coríntios sobre o risco do “jugo desigual” (II Co.6.14). Esse texto é muito usado para advertir a respeito dos casamentos mistos. Não podemos fazer uma regra inflexível a este respeito, mas consideramos prudente, sempre que possível, evitar-se o casamento entre cristão e ímpio. Seria como colocar, debaixo do mesmo jugo, dois animais de espécies diferentes. Por exemplo, se colocarmos um boi e um cavalo para puxarem o mesmo carro, teremos muitos problemas. São animais diferentes, com tamanhos diferentes, naturezas e hábitos diferentes. É natural que o cavalo dê muitos coices e, de troco, ganhe muitas chifradas. O trabalho de uma dupla assim não será satisfatório, e pode até ser considerado impossível.
         Se alguém se converteu estando já casado, mas o seu cônjuge permanece na impiedade, isto não constitui motivo justo para a separação (I Cor.7.13-15). Cuidado. Prender-se é fácil. Libertar-se, nesse caso, pode muito difícil, sendo, biblicamente, desaconselhável.
         Espiritualmente falando, aquele que não serve a Cristo está sob o jugo de Satanás, é seu escravo. Quando nos convertemos, atendemos ao convite de Jesus (Mt.11.28-30) e nos livramos do jugo maligno. A partir de então, recebemos sobre nós o jugo do Senhor. É como se eu fosse o boi novo e Jesus fosse o boi mais velho que caminhará ao meu lado.
         Estar sob o jugo de Jesus tem dois sentidos principais: comunhão e submissão. Ele estará sempre ao meu lado. Nunca estarei sozinho. Ele não me perderá no meio do caminho, porque eu estou preso a ele. Isto significa que ele dividirá todo peso que vier sobre mim. Ele me ajudará a enfrentar as responsabilidades e desafios da vida. Somos uma dupla inseparável como aquela junta de bois que puxa o arado.
        
(autor desconhecido)

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