sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

AS AFLIÇÕES DA ALMA (1)



                                             
De noite, no meu leito, busquei o amado de minha alma, busquei-o e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade, pelas ruas e pelas praças; buscarei o amado de minha alma. Busquei-o e não o achei. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade. Então lhes perguntei: Vistes o amado da minha alma? Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha alma; agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa de minha mãe e na recâmara daquela que me concebeu  (Cantares 3:1-4).
         Amigo leitor temos perante nossos olhos um grande desafio de encarar a mensagem tão preciosa e oportuna, mostrada pelo Espírito de Deus nessa passagem. A palavra de Deus é sempre encantadora, atraente, santa e fortalecedora para os corações santificados. Creio que o objetivo principal de toda Escritura é expor a mensagem salvadora do evangelho e é exatamente isso que permeia as páginas sagradas. É claro que não é meu intuito ultrapassar as regras de interpretação; não ousarei falar aquilo que o texto não está dizendo, porquanto assim estarei sendo infiel à mensagem fiel; estarei assim colocando meus argumentos, na tentativa vã e inútil de aperfeiçoar aquilo que já é perfeito. Ora, nós somos assim, queremos que a bíblia funcione como um cosmético espiritual, para dar à nossa alma uma beleza inexistente. Gostamos de ouvir aquilo que nos interessa que faz cócegas em nosso ego e que aconchega ainda mais nosso conforto pecaminoso.
         Mas não é esse o intuito da Palavra. A bíblia tem em mira principalmente exaltar a glória de Deus. Quando transitamos pelas veredas da verdade revelada sentimos nossa própria miséria, todo ego esfacelado diante do fato que Deus é glorioso, grandioso, auto-suficiente e misericordioso para conosco, pobres e miseráveis pecadores. O livro de Cantares não é um compêndio inspirado cujo intuito é tratar de romance entre um homem e uma mulher na vida matrimonial, apesar de que o livro fornece esse ensinamento. O que brilha intensamente no livro? Será que nossos olhos podem mirar a verdadeira luz? Será que somos capazes de enxergar esse volume santo com olhos santos? Será que conseguimos ver Cristo o Senhor, em Seu imensurável amor? Será que conseguimos discernir Sua gloriosa misericórdia vinda do alto, em busca de um perdido pecador como eu e você?
         Eis aí a razão de encarar um livro como esse à luz do evangelho. O que mais está faltando em nossos dias? Não é a mensagem que brilha intensamente em toda extensão das Escrituras? Nosso orgulho nos impele à busca de novidades espirituais; gostamos muito de engordar nosso ego e envaidecer nossa carne. Vamos, portanto em busca daquilo que realmente é proveitoso, da mensagem certa. Se o leitor é um genuíno crente em Cristo, sua alma se deleitará no Amado. Se você, amigo é alguém em quem habita o Espírito da Glória, certamente o prazer de ter conhecido o Amado de sua alma é a maior riqueza jamais achada e você é alguém feliz. Obviamente, a história do crente é contada nessa fulgurante passagem de Cantares, e vale a pena ver como filmou nossa história, a fim de projetá-la perante os olhos da fé.  
         Finalmente, meu intuito é que mais e mais leitores venham descobrir porque suas almas estão aflitas; porque no íntimo sentem tanto desconforto, medo, ausência constante de paz. Por que há tantos e tantos neste mundo ocupados com atividades até mesmo dentro de religiões? Por que há tantas almas que ainda não acharam o sossego? Então, eis aí Cantares com sua linguagem tão clara, simples e tão reveladora aos corações que anseiam a verdade. Quem é essa mulher que nessa passagem está contando sua história? Essa alma poderá ser sua alma, amigo leitor. Nosso objetivo é levar-lhe a mensagem da luz do evangelho e chegar até o esconderijo secreto – sua alma. É exatamente ali que a verdade deve chegar. Essa é a função do evangelho da glória de Cristo, porque Ele é o amado da alma.

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