“E não quereis vir a mim para terdes vida” (JOÃO 5:40)
POR CAUSA DA CONDIÇÃO ONDE O PECADO LHE DEIXOU: “...para terdes vida”
Sem deixar o tema central entrarei agora no segundo assunto que penetra mais profundo na condição tão vil, onde o pecado deixou o homem. Por que o Senhor veio ao mundo? A resposta muitas vezes vem de forma tão superficial e eu entendo bem isso, porque no tocante às coisas de Deus somos bem tendenciosos a ficar na superfície. A maior dificuldade que o mundo teológico enfrenta hoje é entender a condição do homem no pecado. Para muitos a entrada do pecado foi um acidente, o homem ficou como que moribundo, está tentando se levantar. Espantoso! Mas é exatamente essa a mentalidade que dominou por anos e que tem sido motivo da pregação e ensino. A doutrina do livre-arbítrio tem predominado nas igrejas, para o prejuízo do povo de Deus e hoje sentimos na pele a situação na qual chegamos, porque bem sabemos que uma mosquinha morta de uma heresia há de estragar o bom perfume.
Não quero entrar nas considerações sobre o livre-arbítrio, pois sei que ao prosseguir teremos respostas no próprio texto. Qual foi o propósito da vinda de Cristo ao mundo? Ele veio dar vida. João é o Livro da Vida, porque expõe Cristo como o Autor da vida: “A vida estava Nele e a vida era a luz dos homens”. Sem a vida que há no Filho o homem não passa de um defunto espiritual. A desgraça causada pelo pecado está aí exposta no mundo – a morte. O que vemos são homens e mulheres em Adão vivendo a vida no pecado – a vida natural, e essa vida nada tem de qualquer valor para Deus. Para Deus somente quem tem o Filho é quem tem a vida. A resposta é clara. Por que o homem não quer ir a Cristo? Porque é um morto! Se tivéssemos condições de dar vida aos mortos, porque iríamos ao cemitério? Seria motivo de terror se víssemos mortos saírem do sepulcro pedindo para alguém lhes dar vida.
Cristo mesmo mostrou nessa declaração a mais aterrorizante condição na qual se encontra o pecador no pecado – está morto. Tudo o que refere-se à vida em Cristo não se pode achar no homem no pecado. Tudo o que há nele é assunto da morte e nele está o que envolve o mundo, os princípios do diabo e o sistema que opera nesta vida chamada de vida natural. Olhe o homem morto no pecado, veja o que sai da boca dele; veja suas aspirações; veja que os princípios da morte reinam nele. Não há nada da glória de Deus, nada há nele que envolve o amor de Deus ou a santidade de Deus. Tudo no homem morto vai de mal a pior; tudo o que sai da sua boca transmite o poder que a morte lhe exerceu. Não tente brilhar a glória de Cristo perante o homem morto no pecado, pois a luz da verdade brilha e fere seus olhos. Ele normalmente foge ou faz ameaças quando está perto de alguém que tem a vida que há no Filho.
Foi assim com os judeus com quem Jesus conversava. Eles se afastavam quando as palavras da vida chegavam perante seus ouvidos. Os gritos da morte são normais para os mortos espirituais e eles estão prontos a apedrejar o Senhor, ou mesmo a euforicamente gritar, pedindo que ele seja crucificado. O religioso Saulo de Tarso estava pronto a se armar, a fim de procurar onde estava esse tal de Nazareno, a fim de prender e matar todos quantos lhe seguiam. Amigo, o salário do pecado é a morte. Eis aí o estado de ruína na qual a alma se encontra.
Eis por que o homem não quer nem pode ir a Cristo. Qual a razão? Eles não querem vida. Eis aí a reação do homem. Eles podem gostar de alguma religião e aparentemente mostrar que amam a Deus. Mas a verdade é que não querem Cristo. Ninguém vai a Jesus por vontade própria; não há quem possa dar um passo sequer para Cristo sem ser chamado. Estamos lidando com a vida eterna; estamos lidando com o Autor da vida e esse é o tema que mexe com o reino maligno do diabo e com a natureza corrompida do pecado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário