“E não quereis vir a mim para terdes vida” (JOÃO 5:40)
POR CAUSA DE SUA NATUREZA CAÍDA: “E não quereis...”
O homem no pecado não quer ir a Cristo, porque nada há no Filho de Deus que interesse à natureza maligna do homem. Unir o homem a Cristo sem que seja chamado é algo incompatível à natureza terrena do homem no pecado. Cristo é do céu e o homem caído é da terra; o paraíso de Cristo em nada é agradável ao homem no pecado; seus tesouros eternos são abomináveis ao mundano; seu reino de justiça, retidão e amor não é em nada agradável ao homem que no mundo é subordinado às trevas e ao príncipe da mentira. Não há um segundo sequer que Cristo passe pelos sentimentos e pensamentos de aceitação dos ímpios; Cristo não faz parte de suas festas, seus prazeres, seus bens, suas vaidades, etc. Quando os ímpios ouvem algo sobre o Filho de Deus, eles imediatamente silenciam e se afastam; logo reagem com ódio, procurando se desculpar, se ocultando em sua religião ou mesmo se armando com argumentos enganosos.
Cristo não chama qualquer pessoa, ele chama o perdido para ter a liderança Dele no viver; Ele chama mortos à vida que há Nele; Ele chama aqueles que Ele mesmo abre os ouvidos para ouvir seu chamado. Quando Cristo chama é porque houve um milagre; não há algo mais espantoso no mundo do que alguém ouvir o chamado à salvação, pois abala o mundo inteiro e muda os alicerces da vida. Os homens no pecado descem rumo ao abismo, enquanto o homem chamado por Cristo à salvação passa a subir. Não há combinação nem nos pensamentos entre o homem chamado à salvação com aqueles que permanecem no estado de rebeldia. Toda estrutura do pecado é destruído no salvo e um viver em justiça passa a ser sua força e isso não combina absolutamente em nada com o homem no pecado. A religião do salvo é a de Abel, a religião do ímpio segue as pisadas de um rebelde Caim.
Além disso, no pecado o homem quer andar sozinho. O pecado age na natureza fazendo o homem achar que ele é um ser divino, sozinho, com suas próprias decisões. Cristo não é um ser desejável na companhia dele, pois o Justo Senhor não combina com a vida de injustiça que tanto domina o homem no pecado. Cristo é Senhor, é mais do que amigo. Ele veio para ser Senhor, comandando pensamentos, emoções e viver. Todos os Seus ensinos mostram que os salvos estão sob Seu comando e há alegria e prazer nos salvos em obedecê-Lo. Mas como o ímpio há de querer isso? Ele não percebe que sua liberdade é ilusória, pois não passa de viver sob o comando do pecado no íntimo (João 8:34) e sob as ordens tirânicas de satanás (João 8:44). Como um escravo do pecado há de obedecer as diretrizes de uma vida de amor, de justiça e santidade, que somente crentes em Cristo podem com lutas praticar?
O Senhor também chama o perdido para arrancá-lo deste pervertido sistema mundano. Ora, o que é o homem no pecado? Não é ele um servo deste mundo? Não é ele alguém que ama e trabalha para este sistema condenado à destruição? Como poderá sair de um sistema tão amado? Ordenar que os moradores de Sodoma saia da cidade e fuja para os montes? Como poderão obedecer? O mundo pecaminoso é o habitat dos ímpios e eles preferem morrer nesse sistema. O homem no pecado não quer sair do mundo e Cristo não é do mundo, Ele é do céu. Ele foi preparar lugar para os salvos na cidade celestial. Que prazer o homem no pecado terá pela habitação celestial? Lá não entra nada do pecado; este reino de mentiras e práticas abomináveis está fadado à destruição.
Sendo assim, estamos vendo o quanto o homem no pecado não quer ir a Cristo. Sua vontade é livre para descer e não subir; ele não se rende ao senhorio de Cristo e nem quer pensar nisso. Portanto, a resposta é que o homem no pecado só irá a Cristo somente pelo milagre da graça.
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