sexta-feira, 7 de agosto de 2020

SALVOS PARA AS BOAS OBRAS (5)



“Pois somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios  2:10)
O POVO DE DEUS – OBRA DA GRAÇA: “Pois somos feitura   dele...”
        Meu caro leitor, nada da primeira criação pode ser recuperado. Tudo o que o pecado fez está exposto no mundo com o cheiro da morte, por isso não resta outra coisa senão passar tudo pelo fogo (2 Pedro 3). Nossa alegria agora é ver o que Deus faz com a nova criação: “Criados em Cristo Jesus para as boas obras”. Em Cristo o povo de Deus é a gloriosa obra de arte da graça. Homens e mulheres perdoados, feitos justos, santos, filhos de Deus, amados, protegidos e preparados para a glória. Esse é o proeminente assunto do evangelho apresentado em todo Novo Testamento e para o qual nossos interesses santos devem estar voltados agora. Por isso chamo sua atenção para que entendamos o que o Sumo professor quer nos ensinar em Efésios 2:10.
        Se considerarmos bem, entenderemos que a primeira criação foi apenas a “caixa de papelão” onde Deus colocou sua joia. Na primeira criação tudo o que foi feito foi destruído e parecia que Deus foi pego de surpresa. Satanás veio e fez com a primeira criação, como os terroristas vieram nos Estados Unidos e ali destruíram as torres gêmeas. Ninguém é capaz de medir os horrores trazidos pelo pecado e pela morte neste mundo. Porém, para espanto do reino das trevas a impressionante força da graça entrou em ação. Satanás não contava com a graça, mas o fato é que a entrada do pecado trouxe o palco favorável, onde Deus com Seu “Haja luz” apresentaria Sua nova criação. Não haveria a força do amor, do perdão, da justificação, da reconciliação da ressurreição e da arte de fazer homens pecadores e vis em cidadãos do céu, se não fosse permitida a entrada do pecado. É exatamente aí que entendemos o que Paulo diz: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5:20)
        Satanás pode ludibriar, enganar e matar o primeiro Adão e tomar ele e sua descendência em sua mão (1 João 5:19); satanás sentiu pode fazer rugir suas entranhas de satisfação, por achar que Deus fora derrotado. O velho homem foi criado e demolido pelo pecado, como se fosse uma casa nova que foi destruída e para sempre marcado como culpado e condenado e quem seria capaz de explicar que Deus poderia modificar. A força destruidora do pecado na primeira criação teve o efeito da morte e onde há a presença da morte, eis que tudo entra no âmbito do impossível. Não há possibilidade de fazer com que mortos vivam, a não ser que o pecado seja derrotado e com ele também o poder da morte.
        Mas eis que agora surge a segunda criação em Cristo: “Criados em Cristo Jesus...”. Entendemos isso? Sendo assim, tudo o que fizermos aqui com os resultados da primeira criação só obteremos inutilidade. O evangelho não conta com a primeira criação, a não ser em apresentar os homens como mortos em seus delitos e pecados. Como mortos, os homens simplesmente não são contados como existentes na nova criação. Os homens criados em Adão são existentes para Deus como criaturas naturais, responsáveis, culpados e devedores perante Deus. Como pessoas espirituais eles não existem, não estão no livro de Deus e não são contados como cidadãos do céu. O evangelho da glória de Cristo entra no território natural como Cristo entrou no cemitério, a fim de ressuscitar Lázaro.
        Assim, ao lidarmos com a nova criação em Cristo Jesus, contamos com o fato que esses feitos da graça envolvem apenas o povo salvo. A linguagem de Deus para eles é estranha no mundo dos mortos. A voz de Deus não é ouvida no mundo natural, porque os salvos, somente eles podem ouvir aquilo que Deus fala ao Seu povo, e nem esperamos que o mundo natural estará impressionado com a nova criação.

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