“Quem nele crê não é
condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do
unigênito Filho de Deus” (João 3:18).
O CRER VERDADEIRO
Tenho escrito várias páginas tratando
sobre a fé verdadeira. Sabemos o quanto satanás imita as coisas de Deus
especialmente quando se trata de assuntos religiosos. O inimigo de Deus e do
povo de Deus é astuto, esperto e inteligente na arte de imitar, especialmente
no que diz respeito a fé. Ele pode imprimir uma fé falsa num coração, de tal
maneira que a pessoa vai pensar que ela é realmente crente, quando na realidade
não é. Alguns creem na mente, concordam com grandes e poderosas verdades, mas
jamais experimentaram o novo nascimento e conversão sincera no coração. Muitos
aprendem sobre as poderosas doutrinas da bíblia e elas servem como luz
brilhando e alegrando seus corações, mas jamais conheceram o amor do Senhor
mostrando na cruz para a expiação dos seus pecados. Já lidei com muitos que
viviam iludidos, especialmente porque ouviram algo sobre a certeza de salvação
que a bíblia dá aos crentes.
É claro que a bíblia é enfática sobre a
fé em Cristo. A carta de Paulo aos Romanos é a carta da fé, da justiça de Deus
para todo aquele que crê. A intenção de Paulo não é mostrar a qualidade da fé,
mas sim falar da grandeza da justificação. Mas, mesmo em Romanos vemos como a
fé aparece como algo distinto, algo que é realizado por Deus no coração do
homem arrependido: “Se com tua boca confessares...e com teu coração creres...”
(Romanos 10:9 e 10). Observemos bem o quanto o crer é algo feito no coração do
homem. Sendo algo do coração, então não é natural, nem produzido pelo próprio
homem. Percebemos essa ação sobrenatural vendo a vida do eunuco, conforme narra
Atos 8. O Espírito Santo impulsionou Filipe a assentar-se na carruagem porque
ali estava aquele homem lendo Isaías 53; ele queria saber quem era o personagem
do texto. Notemos bem que ele vinha de Jerusalém, ele fora lá adorar, era um
gentio que aprendeu sobre os costumes e sobre a religião judaizante, mas que
nada sabia da verdade. Mas assim que compreendeu imediatamente quis ser
batizado, porque creu de todo coração: “É lícito se crês de todo coração”.
Assim entendemos que fé não é mero
assentimento intelectual ou emocional; não é o resultado de uma festa
temporária; não é uma luz que acende hoje, mas que apagará amanhã. Na parábola
da semente nosso Senhor mostra o quanto tem aqueles que parecem que vão dar
fruto. A semente cai na terra, parece que vai brotar, pois há alegria, festa e
muito louvor, mas quando chega o momento de dar fruto, esse fruto não aparece.
A semente caiu em terra? Sim! Mas o que aconteceu, não houve profundidade, pois
logo abaixo havia pedra, a pedra da incredulidade estava oculta; aquela
plantinha morreu secou e resultou em nada. Lembro-me de uma jovem que parecia
uma grande conquista da graça. Ela ficou impressionada com as grandes doutrinas
e as abraçou imediatamente; não demorou para ser batizada e vinha com prazer
aos cultos. Mas quando a provação chegou ela mostrou que sua fé não era
proveniente de uma obra realizada pelo Espírito Santo em seu coração.
Uma coisa é ter fé, outra coisa é estar
na fé. A fé verdadeira aparece sim na vida daquele que incrivelmente recebe a
palavra com alegria, é provado e aprovado para produzir fruto resultante da
palavra. Algumas pessoas recebem a palavra com alegria na sala de suas vidas,
mas logo percebe-se que elas não querem que a verdade penetre no íntimo, por
isso procura logo se esconder. Nos dias do Senhor na terra Ele deparou com
alguns seguidores de João Batista, os quais queriam apenas a luz daquele grande
pregador, mas assim que a candeia daquele profeta apagou com sua prisão e
morte, eis que eles simplesmente recusaram a luz que nunca se apaga, a luz do
mundo (João 5).
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