“Porque o Filho do
Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:1-10)
AS
CARACTERÍSTICAS DA GENUÍNA FÉ
Quando a fé vem de Deus então as
opiniões dos homens de nada servirão. Quando Saulo se converteu, nada quis
saber acerca da opinião dos judeus e dos fieis de sua antiga religião. Para
Zaqueu, o ódio que os judeus tinham por ele em nada mudaria sua nova posição
diante de Deus. Foi essa a atitude do cego de nascença em João 9 diante daquilo
que os líderes judeus tão arrogantes opinavam acerca de Jesus, por ele ter
realizado aquele milagre, para ele o que valia era que antes era um pobre cego
mas que agora podia ver. A fé supera o medo, mesmo que por fora os crentes
carregam certo temor pelo fato que ainda estão na carne, mas mesmo na carne a
fé tem uma carta na manga: “Em me vindo o temor, hei de confiar em Ti”.
Notemos bem que a fé não é mera
expressão externa, mas sim um relacionamento firme e seguro com Deus no íntimo.
Ela difere da falsa fé, porque esta para
diante dos obstáculos e não pode subir às alturas por não ter asas de águias
(Isaías 40:30). A falsa fé às vezes parece andar e correr mais do que a fé
verdadeira, mas essa impulsão é da carne, porque funciona como uma bola que é
chutada ladeira acima, mas que logo desce porque o poder da impulsão acaba.
Muitos começam a carreira cristã com fogo, mas esse fogo cessa diante das
pressões da carne e do mundo. A fé verdadeira vem da poderosa graça, por isso
nunca falha.
Quando Jacó sonhou ali em Betel, ao
acordar pela manhã logo percebeu que aquele lugar era um temível lugar, mas não
foi erguido pelo poder da fé, mas sim de uma fé que trama negociar com Deus,
por isso fez aquela aliança de dar o dízimo de tudo o que ganhasse, caso Deus o
abençoasse em sua jornada e regresso para a casa dos seus pais. Parecia um
crente sincero; parecia uma fé que se despontou naquele jovem, mas a verdade é
que ali estava um coração incrédulo e disposto a tomar suas próprias decisões e
confiar no poder do seu próprio braço. Não fosse a graça eletiva que
trabalhasse em favor de Jacó, ele não teria sobrevivido às circunstâncias tão
apavorantes criadas por ele mesmo, conforme vemos a partir do capítulo 28 de
Gênesis.
Vivemos os dias quando a fé ímpia se
desponta nesse cenário religioso montado por satanás. Mas é fácil perceber que
tal fé negocia com Deus e tem como fundamento sua força, idolatria e opinião
particular. Na realidade o que vemos são os homens modernos tentando
estabelecer seu sistema religioso, criando seu próprio Jesus e enfeitando tudo
com fervor e zelo carnal. Acontece em nossos dias o que ocorreu em Samaria, assim
que a Assíria levou cativo o povo de Israel e encheu a cidade de elementos
estranhos, pois cada um adorava seu próprio deus e se uniu ao credo frágil
e sem base dos Israelitas que ali
ficaram. É um quadro da nossa situação atual.
Mas devemos encarar a fé firme, porque
Zaqueu deixou sua casa e subir naquela árvore, para de lá ver Jesus passando. A
fé se humilha e deseja ver Deus; Zaqueu queria ver Jesus. Enquanto a multidão
queria contemplar milagres, Zaqueu desejava ver o Senhor e foi nisso que foi
surpreendido pelas palavras do Senhor Jesus: “Zaqueu, desce depressa!”. O mundo
se ocupa com coisas espantosas e maravilhas religiosas. A fé quer conhecer o
Senhor e o Senhor vem saudar a fé. Esse é o encontro que paralisa o mundo e
encanta o céu. A incredulidade vai longe naquilo que os homens religiosamente
podem fazer; a incredulidade brilha sua luz fazendo destacar sua fé, mas é terrivelmente
pior a fé que nasce da incredulidade do que a incredulidade total. Os homens se
tornam mais terríveis e impiedosos quando exercem a fé que brota de seus
corações perversos.
Cristo Jesus veio buscar não homens que
curtem esse tipo de fé, mas sim homens e mulheres simples, totalmente vazios de
si mesmos, mas que querem encontrar em Deus o perdão e salvação que vêm somente
Dele por meio do Seu Filho.
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