“Humilhai-vos debaixo
da potente mão de Deus que Ele a seu tempo vos exaltará” (1 Pedro 5:6)
A BÊNÇÃO DA
HUMILHAÇÃO: “...e Ele a seu tempo vos...”
Caro leitor, ao tratar sobre a bênção da
humilhação, nossa tendência é buscar
essa bênção, mas seguindo sempre o sistema pernicioso e supersticioso da
carne. A natureza carnal sempre está disposta a sacrifícios, desde que isso
traga recompensas passageiras. Tendo essas motivações perigosas em vista, eis
que será impossível correr para buscar abrigo debaixo da potente mão, porque
ali não é lugar para isso. Enquanto não vermos o quanto esse mundo é um lugar
perigoso; que estamos cercados por inimigos cruéis e extremamente mais
poderosos do que nós, certamente, procurar refúgio debaixo da potente mão de
Deus não será o caminho a ser tomado. Enquanto a carne se sentir poderosa e
independente, eis que estaremos sempre flutuando aqui, sob o domínio dessa
atmosfera de vaidade terrena.
Então, segue-se que nossa maior
motivação ao buscarmos refúgio debaixo da potente mão não deve ser a nossa exaltação,
mas sim a obediência a Deus. Nosso Deus é nosso abrigo seguro, nossa Torre
Forte, nossa casa de habitação permanente. O próprio fato de estar ali, em
oração, em humildade e santo temor já é exaltação. Quando estamos nos sentindo
abrigados em Jesus, eis que podemos rir de quaisquer perigos, assim como uma
criança se sente quando está refugiada nos cuidados do seu pai. Um pai, vendo
que um cão bravo iria pegar seu filho, imediatamente ele correu e se colocou
entre o animal e a criança para defendê-la. Então, imagine estar sob esse santo
e portentoso abrigo! Quando nos sentimos seguros, então somos exaltados nessa
segurança, como diz a primeira estrofe de um antigo hino:
Abrigado em meu Jesus,
há descanso e paz.
Tenho alívio, quando
aflito, paz dará se estou contrito.
Foi nesse santo e bendito lugar que os
crentes de todos os tempos e de todos os lugares se sentiram confortáveis em
meio às mais terríveis adversidades. A mente humana jamais poderá conceber a ideia
de um homem dormir um sono tranquilo numa prisão, sabendo que no dia seguinte
será executado. Foi assim com Pedro, pois cercado de um forte aparato de
segurança dos guardas, e sendo preparado para morrer no dia seguinte, mesmo
assim pode dormir, e só foi acordado pelo anjo que veio libertá-lo da prisão
naquela noite (Atos 12). Veja bem o quanto o forte braço do Senhor era seu teto
de segurança, era seu lugar de conforto que invadiu seu ser. Daniel sentiu-se
assim enquanto repousava na cova dos leões, pois antes de ser atirado ali
buscou em oração refúgio e segurança no seu Deus (Daniel 6).
Também, precisamos saber que quando nos
refugiamos humildemente nos braços do Senhor é que conquistamos a verdadeira
força que vem ao coração. O mundo sempre está focado naquilo que é externo. Mas
não é assim com o crente, porque quando ele se humilha e corre para o lugar
certo é ali que ele ganha forças. É da presença poderosa do Senhor que os
crentes tiram força, sabedoria, poder, prudência e amor. É debaixo da
portentosa mão do Senhor que aprendemos as lições que somente os gigantes na fé
aprenderam.
Mais do que isso, ao refugiarmos ali em
santa obediência, nós, pobres vermes, entenderemos sim a grandeza desse Deus
que nos arrancou com Seu forte braço do controle do pecado, da tirania do diabo
e do anelo de terror eterno da morte e do inferno. Foi o Senhor sozinho que foi
até à cruz para nos conquistar; foi Ele sozinho que enfrentou os horrores do
mal, a fim de que fôssemos livres eternamente do pecado e suas consequências.
Seu braço é forte e será sempre assim; nunca o Senhor ficará fraco e Ele mesmo
nos livrará dos perigos e nos levará para Seu reino celestial.
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