“Arrependei-vos, pois, e
convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham
os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (Atos 3:19).
Caro
leitor tenho procurado mostrar a importância do arrependimento, conforme o
próprio texto. “Arrependimento” é a postura de um pecador no lugar certo, na
postura de uma alma em contrição perante Deus. É impossível conhecer a tão
grande salvação sem o genuíno arrependimento. Conhecer o Salvador bendito é um privilégio
concedido não aos endurecidos; não aos que estão satisfeitos consigo mesmos;
não aos arrogantes e exteriormente religiosos. O chamado aos pecadores vem de
Deus e Ele vai num território certo à busca desses pecadores e o lugar onde
eles estão é chamado lugar de arrependimento.
Sendo
um assunto de tamanha importância, creio que devo avançar um pouco mais na
explicação do real significado de arrependimento. O homem arrependido ele vai
entender, o quanto em sua vida de incredulidade aproveitou-se da paciência e da
bondade de Deus. Os mundanos ignoram completamente o significado da graça; nada
sabem a respeito de como Deus opera neste mundo, porquanto a divindade é
concebida nos corações mundanos de uma maneira paganizada. Eles não sabem que
Deus dá espaço aos ímpios e que estes estão no mundo apenas ajuntando ira para
o dia da ira (Romanos 2:5). Deus opera neste mundo conforme o que Ele mesmo diz
em Jeremias 9:24, onde afirma que Ele pratica misericórdia, justiça e juízo na
terra. Ele é o Deus que é rico em misericórdia, mas que executa justiça e
juízo.
Observemos
bem que a força abundante de Deus é a atuação de Sua misericórdia. A força Dele
está em oferecer paz por meio do sangue remidor aos pecadores. Mas, os homens
pesam em Deus como sendo um Deus de amor apenas; um tipo de um velhote, incapaz
e que abraça a todos como filhos Dele. Eles acham que não há justiça nem juízo
contra aquilo que praticam em suas abominações. Acreditam que estão livres para
suas práticas malignas e que no final, todos serão recebidos por esse
“paizinho” num suposto paraíso.
A
alma arrependida tem seus olhos abertos para enxergar de forma clara o quanto
foi um insensato; o quanto foi loucura da sua parte desafiar o Altíssimo! Ele
percebe que foi a misericórdia que segurou sua vida; que ele escapou de ter
sido atirado no castigo eterno, porque os braços fortes da compaixão impediram
que isso ocorresse; ele agora sabe o que significa gratidão ao Senhor e que
realmente foi libertado da escravidão.
Mais
do que isso, o arrependido agora vê como foi um tolo em usar seu corpo como
instrumento de paixões. No pecado os homens acham que são celebridades na arte
de pecar e que são espertos nisso, são como leões famintos à busca de presas
mais fáceis. Quando o homem se arrepende ele passa a ver o quanto prejudicou a
si mesmo com seus pecados; o quanto ofendeu tanto seu próximo e acima de tudo
praticou delitos contra Deus. Muitos salvos sabem que mesmo como crentes ainda
carregam em seus corpos mortais os efeitos terríveis da voracidade com que
praticaram determinados vícios.
Ó
quanto o arrependimento ocupa seus pensamentos e emoções de uma alma contrita!
Por isso com que prazer o salvo deleita-se em santidade! Com que prazer
esforça-se para agora oferecer seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus (Romanos 12:1)! Com que prazer enfrenta agora as provações e aceita os
desafios de agradar o Senhor em toda maneira de viver. O homem salvo vê as
dificuldades que têm por habitar nesse corpo de humilhação e de paixões, mas
luta em oração e procura ser diligente em fazer habitar a Palavra de Deus em
seu ser, a fim de honrar seu Senhor.
O
arrependimento põe o homem no caminho reto! O arrependimento marca o início de
uma nova vida em Cristo, um novo homem gerado por Deus, um homem que foi
libertado da escravidão e que agora caminha em plena liberdade pelo caminho do
dever!
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