“Não retarda o Senhor a Sua
promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para
convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem
ao arrependimento” (2 PEDRO 3:9)
A SUA VONTADE SOBERANA:
Caro
leitor, agora chegamos a conhecer um pouco mais da profundidade teológica que
esse verso tão revelador traz para nossos corações. Os santos de Deus precisam
conhecer essas maravilhas eternas, porque elas nos foram entregues. Os tesouros
de Deus não são achados facilmente; não são como vidros quebrados à superfície
de um terreno, mas são diamantes ocultos dos olhos da multidão incrédula. Os
santos trabalham duros para encontrar as joias preciosas, ocultas em Cristo
desde a eternidade.
Chequemos
de perto a frase: “...Não querendo que nenhum pereça...”.
Todo problema achado na interpretação arminiana acerca desse verso tem sido
causado justamente porque não é feito um exame minucioso no texto. Tudo tem
sido visto de forma superficial, tentando apoiar nos termos “nenhum” e “todos”.
Segundo a interpretação humanista, o texto está mostrando que Deus opera neste
mundo na paciência Dele, porque tem em vista a salvação de todos; que Ele não quer
que nenhuma pessoa deste mundo venha a perecer; segundo eles, Deus almeja que
toda população da raça humana venha ao arrependimento. Caro leitor, veja bem
como ao interpretar o texto assim, inevitável nuvem de confusão paira sobre a
Palavra de Deus.
Caro
leitor, ao pensar assim, imediatamente os sentimentos ocupam o lugar da santa
meditação; imediatamente a incredulidade vil recusar trabalhar, no afã de
examinar as coisas de Deus mais profusa e profundamente. Ó, quantas heresias têm
surgido por causa disso! Ó, quanto elementos perigosos têm feito aproveitado
desse erro e erguido um evangelho barato e desacreditado! Nos dias de Spurgeon,
mais de cem anos atrás, esse servo de Deus viu como a corrida arminiana era
desenfreada e ele mesmo, como que profetizou um final desastroso, caso
continuasse essa jornada desse evangelho humanista pelo mundo. Não há dúvida
que aquilo que Spurgeon falou está acontecendo em nossos dias; o caminhão sem
freio já chegou no fim da descida e o desastre foi feio.
Mas
não almejo tomar agora um rumo apologético. Pretendo continuar em meus
argumentos na defesa do santo e soberano evangelho. Quando tratamos da pregação
da verdade que nos foi revelada, então todo sentimento humanista deve ser
colocado fora. Qualquer luz deste mundo trazida à Palavra, não passa de fogo
estranho. Almejamos ver a Palavra de Deus com a luz gloriosa de Cristo. Do
Soberano Senhor vem tudo perfeito para o bem do pecador. Deus não carece de
nossa instrução, nós simplesmente chegamos cheios de temor para aprendermos
Dele e que Ele é Santo, amoroso e poderoso para fazer o que Ele bem quer fazer.
Se Ele é Soberano em todos os Seus atos, então Sua salvação é soberana e requer
dos homens humilhação, temor e tremor.
Mas
vamos agora ao exame da frase: “...não querendo que nenhum pereça...”. Veja
caro leitor como a frase está mostrando que leva consigo as mesmas cores do
evangelho bíblico, conforme tudo aquilo que vemos nas Escrituras. Com quem o
Senhor está falando? “convosco”! Ora, Deus sempre conversou com Seu povo eleito
e são eles quem têm ouvidos para ouvir a doce palavra de amor do Senhor. Ele
não conversa com os mortos; ele não conversa com orgulhosos, altivos, arrogantes
e incrédulos. O Senhor comunica Sua intimidade com aqueles que O temem (Salmo
25:14). Outro detalhe é que o termo “convosco” mostra que Deus está falando com
um grupo de pessoas. Está falando com pessoas que foram salvas e que agora
podem compreender que foram tirados do mundo; que foram arrancados de uma
condição tão vil; que eram condenados e que caminhavam com milhares pelo
caminho largo, em direção à perdição eterna.
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