sábado, 30 de junho de 2012

O PERIGO DA JUSTIÇA PRÓPRIA



“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!” (Romanos 9:14)
        Até nos meios evangélicos ouvimos hoje Deus ser tratado como um Deus injusto nos Seus atos em relação aos homens. Paulo pergunta se há da parte de Deus qualquer ato de injustiça, para logo responder com um “De modo nenhum”.
O apóstolo não se enveredou pelo caminho das lógicas humanas, porque sabia que estaria se afundando no lamaçal da blasfêmia contra Deus, por isso Paulo não permitiu que houvesse um longo intervalo entre sua pergunta e a resposta.
Sua pergunta decorre daquilo que fora afirmado anteriormente (verso 13), extraído obviamente das Escrituras do Velho Testamento. Paulo claramente está ensinando que Deus age com o ser humano na base de Sua Misericórdia. Foi assim que Ele agiu com Jacó, e da mesma forma Ele age com todos quantos Ele aprouve salvar, conforme dissera para Moisés na Sua fúria contra o povo de Israel por ter fabricado o bezerro de ouro: “... Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia...” (verso 15).
São muitos que hoje tentam seguir a rota cristã sem qualquer conhecimento da misericórdia de Deus. Agem pensando que o tratamento de Deus com eles é na base de justiça. Não existe um perigo maior do que este para uma alma. A justiça própria fomenta uma falsa paz no coração e a pessoa não se apercebe do perigo eterno que lhe cerca.
A justiça própria vem encoberta de falsa humildade e de falsa conversão. Ela se manifesta em atividades religiosas que asseguram uma confiança derivada dela mesma. O pecador confunde justiça própria com misericórdia. A justiça própria fabrica orações intensivas e poderosas; cria ativismo religioso, e não raro vemos homens e mulheres querendo fazer alguma coisa para Deus.
Até mesmo nas músicas modernas vemos a manifestação da justiça orgulhosa do ser humano na tentativa de burlar os céus e fazer o coração de Deus ficar encantado com aquilo que o homem pode produzir. Aquilo que afirma ser “fé em Jesus” não passa de serem tentativas inúteis de apaziguar a Ira de Deus com atos religiosos.
Quando a alma é visitada pelos atos de Misericórdia de Deus, não haverá lugar em sua vida senão para a humilhação. Um Isaías aterrorizado ante o Trono de Glória há de exclamar em tom de terror: “... Ai de mim! Estou perdido’... Isaías 3:5). Um Saulo perplexo e cegado pela refulgente luz da Glória do Filho de Deus perguntará atônito: “Quem és Tu, Senhor? (Atos 9:5). Um Simão Pedro se prostrará aos pés do Soberano, dizendo: “... Senhor retira-te de mim, porque sou pecador” (Lucas 5:8).
Coração empedernido e recheado de justiça própria desconhece a Glória de Deus; não sabe o que significa genuína salvação; não tem sossego ainda no íntimo porquanto sua vida no íntimo é de um ímpio. A Justiça Santa de Deus condena o melhor entre os pecadores e ordena que sejam atirados na prisão eterna.
O Deus da Bíblia visita o pecador na Sua Riquíssima Misericórdia. Ele conhece a alma humilhada e achega-se para comunicar-lhe Seu inefável e infinito amor, perdão e purificação pelo Seu Sangue.

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