sexta-feira, 8 de junho de 2012

ALMAS ENFASTIADAS



“... E a nossa alma tem fastio deste pão vil” Números 21:5
        Triste declaração feita pelo povo de Israel numa aberta e descarada rejeição à provisão de Deus no deserto para eles. O Maná era a comida de Deus proveniente do céu, chamada a comida dos anjos, mas eles detestavam aquilo e queriam voltar ao Egito com saudades da alimentação de lá, não obstante a dura vida de escravo que ali tiveram.
        Nestas duras palavras encerra tudo o que pode esperar daquilo que o coração humano produz no seu estado de depravação: Rebelião, ingratidão, insensatez, loucura, escravidão, idolatria, etc. Que privilégio tinha aquele povo! Foram libertados pelas mãos do Todo – Poderoso e tinham as promessas Dele de que cuidaria deles durante toda peregrinação pelo deserto, como de fato aconteceu. Mas o rebelde coração odeia isso e xinga Deus, dando as costas para Sua bondosa provisão e Seus cuidados de misericórdia.
        O homem não muda com o tempo, pois foi assim que o povo judeu fez com o Filho de Deus que foi a provisão de Deus, o “Pão Vivo que desceu do céu” para dar vida ao mundo. Notamos isso na linguagem do cap. 6 do evangelho de João onde nosso Senhor afirma para os incrédulos judeus que Ele era o Pão celestial, mas que mesmo assim, como todas as provas da genuinidade de Cristo como a provisão eterna de Deus para os pecadores, eles O odiavam e desprezavam a simplicidade de Cristo e de Sua mensagem de Vida Eterna.
                Esta declaração “A nossa alma tem fastio deste pão vil” é a que faz o homem natural em sua aberta rejeição à Palavra de Deus. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus porque lhe são loucura...” (1 Coríntios 2:14). Assim como o povo de Israel no coração amava o Egito, mesmo com a escravidão, assim também o homem no pecado ama este mundo e abomina no coração a doçura do Maná Celestial que é a Palavra Viva e inspirada.
        Querem o “Jesus” do mundo, mas odeia o Filho de Deus conforme é apresentado na Bíblia; querem ter as Escrituras como um amuleto de sorte a fim de que possam ter mais prosperidade e viver melhor no pecado, mas odeiam e rejeitam o caminho de santidade conforme o Livro de Deus apresenta; podem estar numa igreja, mas seu coração está no Egito mundano; podem orar, mas a oração nunca terá como mediador aquele que o Pai escolheu para vir e ser o Grande Reconciliador; podem cantar aquilo que eles acham que é louvor, mas sua música é feita no Egito e para os ídolos egípcios, porquanto seus corações não foram transformados para entoar uma canção vinda de lábios santificados.
        Porém, a Palavra de Deus nunca será um “pão vil” para aquele que é genuinamente salvo. O verdadeiro crente foi salvo porque ouviu a Palavra da verdade e foi santificado pela Palavra da Verdade e vive dia a dia pela mesma Palavra. Ele a ama e a busca de todo seu coração como Maria que assentava aos pés Senhor para ouvi-Lo com prazer.

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