“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar os justos, e sim pecadores ao arrependimento” MATEUS 9:13
A SUTILEZA DA JUSTIÇA PRÓPRIA: “...porque não vim chamar justos...”
Voltemos ao texto, tendo a finalidade de revelar o quanto a justiça própria é extremamente perigosa, pois em poucas palavras do nosso Senhor, vemos como Ele passa aos judeus orgulhosos o fato que o mundo é o palco dos atos de misericórdia de Deus. Os juízos são dele e com toda justiça os homens no mundo inteiro são merecedores dos seus mais severos castigos, mas Ele proclama anos e anos Sua misericórdia. Sob o engano e orgulho do pecado os homens tendem a ocupar o lugar de juiz e são cruéis em suas atitudes em relação aos seus semelhantes. Quando o orgulho assume uma postura religiosa então entra em foco a chamada justiça própria que passa a atacar os outros.
Na justiça própria, a religiosidade é o culto a si mesmo. É um culto que satisfaz seu egoísmo. Na justiça própria os homens, assim como aqueles judeus, tendem a criar sua própria divindade, passando a condenar os outros que não seguem seu ponto de vista. Nós somos chamados a julgar, mas nosso sistema de juízo deve atacar o pecado e não a pessoa. Os crentes estão no mundo para serem misericordiosos e nessa condição, ao atacar o pecado eles o fazem consigo mesmos e com os outros, porque o pecado é o real inimigo da raça. Mas nós sabemos que por detrás da justiça própria está oculta a podridão de um coração corrompido. Outro detalhe é que o caminho da justiça própria é carregado de várias atividades perigosas e contra essas atividades devemos tomar conhecimento.
1. A justiça própria se reveste de um zelo formal. Seu zelo é para que seja conservado o que ele gosta e não a glória de Deus e, com efeito, o bem eterno das almas. Observe bem que a justiça própria vela pela aparência, porque vive da aparência. Muitos condenam os outros, pois se ocupam com a maneira de vestir e outros detalhes da aparência. É claro que a aparência deve ser cuidada, mas o zelo formal cria leis e proibições quanto a isso. Normalmente o coração do homem cheio de justiça própria está ocultando lá dentro graves pecados. O zelo formal se ocupa consigo mesmo. Os judeus eram extremamente zelosos quanto aos costumes da lei, mas como diz Paulo em Romanos 10 que todo aquele zero era sem entendimento. Normalmente a pessoa sem paz procura zelar por aquilo que nada tem de valor eterno para a alma. Sendo assim, a justiça própria está satisfeita em ter aquilo que agrada seu egoísmo.
2. A justiça própria luta na tentativa de manipular a Deus. É tão terrível a soberba da justiça própria que ela fica satisfeita quando pratica algo que acha ter enchido o coração de Deus de satisfação. Normalmente a justiça própria quer chamar a atenção para si e isso pode ser visto numa oferta, nos dízimos, num cântico, numa oração e noutras atividades. Notemos bem que os salvos se humilham ao contemplar a sua própria indignidade. Os são estão cobertos da justiça de Cristo e se ocultam nessa perfeita justiça. A justiça própria tem o apoio do mundo bem como da sua própria natureza carnal. Notemos bem no final do Sermão do Monte em Mateus 7 o que o Senhor dirá para muitos: “Apartai-vos de mim, vós que...”. Vemos que a linguagem deles é de pessoas cheias de justiça própria, pois farão referência ao que eles fizeram de espantoso na vida religiosa. O Senhor dirá para eles que jamais Ele os conheceu. Na salvação o homem acha a justiça de Cristo após tomar sua “capa imunda” de justiça própria para lançar longe, tratando como sujeira.
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