“Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade. Chocam ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela morrerá; se um dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora” (Isaías 59:4,5)
VISTO SOCIALMENTE: COMPLETA IGNORÂNCIA DA CONDENAÇÃO MERECIDA: “Ninguém há que invoque a justiça com retidão...”
Devo agora entrar nos pormenores desse tema visto nos versos 4 e 5. Mas antes preciso mostrar a organização da nossa mensagem. O que produz a natureza pecaminosa é visto Socialmente, Religiosamente e individualmente. Para dar início vamos mostrar o assunto do ponto de vista social, porque o texto do verso 4 mostra essa verdade. Devemos ser cuidadosos no manejo das Escrituras, porque somos tendenciosos a forçar que a bíblia fale o que eu quero que ela fale e isso é perigoso, pois sem dúvida estaremos manipulando as Escrituras e indo contra Deus. Aliás, toda heresia perniciosa começa assim. Devemos sempre partir do princípio que é Deus quem está falando e para entender, os detalhes são importantes.
A primeira lição que sobressai no texto que entramos no convívio social e descobrimos que falta justiça. Foi essa a condição dos dias de Isaías, condição essa que foi avançando até ao ponto que foi inevitável o castigo de Deus por meio da Babilônia, nos dias de Jeremias. Notemos bem que toda conversa, advertência e punição de Deus parte do princípio da ausência de justiça. Justiça é a principal lição de Deus aos homens em toda extensão das Escrituras. O que estava acontecendo em Israel? O povo tinha tudo o que queria, mas a vida de iniquidade revelava ausência de justiça. Veja bem que o texto não está tratando daqueles atos de justiça vistos apenas na aparência, porque quando o povo está vivendo no pecado logo começa a forjar atos de justiça.
O que estava acontecendo é que o povo não estava vivendo a vida do ponto de vista de Deus; não buscava a palavra de Deus e o que revelava era uma religiosidade sem piedade no coração. Enquanto Deus estava vendo a situação de miséria, incredulidade, idolatria e falsidade religiosa, o povo achava que tudo estava bem. Todos se encontravam tranquilos e confiantes que a vida estava boa. Notamos isso na vida do próprio Isaías, pois quando ele teve a visão da glória de Deus, imediatamente ele pode ver sua condição particular e social: “Ai de mim, sou um homem de lábios impuros e habito com um povo de impuros lábios” (Isaías 6). Toda e qualquer iniquidade mostra a ausência de justiça.
Mas devemos lembrar bem que Deus não está pedindo que eles mostrassem justiça da parte deles. O que acontecia era que não havia ninguém clamando por justiça. É isso o que mostra o verso 4 em seu início. Não se espera justiça dos homens neste mundo, mas a pior condição é quando os homens não clamam por justiça. Essa é a triste situação na qual vivemos hoje, porque não vemos triunfante o evangelho da justiça de Cristo em plena ação. O que temos na sociedade atual é um povo marcado pelo divertimento mundano e por uma religiosidade mundana. Não há um clamor por justiça de Deus; não há ninguém gemendo no íntimo por causa dos seus débitos contra Deus; não há ninguém sentindo sua miséria, nem entrando nas igreja à busca de solução eterna para suas almas, conforme o texto: “Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade...” Veja bem que quando a situação chega a esse ponto é porque precisamos clamar a Deus por sua compaixão no meio dos homens. Estamos vivendo essa época, quando homens e mulheres estão se divertindo no pecado e religiosamente estão achando que tudo está bem e que Deus está abençoando suas vidas no pecado.
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