“Quem crê no Filho tem a vida eterna, mas o que se mantem rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36)
A SITUAÇÃO DO NÃO SALVO: “...a ira de Deus permanece...”
Por que a pessoa é inimiga de Deus? As coisas não mudaram com a morte de Cristo? Deus não reconciliou-se com o mundo? Depende do que você entende de mundo. Se houve uma reconciliação global, então não tem mais ira da parte de Deus, a ira é unilateral, apenas da parte dos homens não convertidos. Mas o texto que trata da reconciliação segue o mesmo ensino de João 3:16, porque ali mostra um “mundo” que Deus realmente amou em Cristo. Ali mostra que dentre os judeus e os gentios Deus tem um povo que amou na eternidade e que enviou o Filho para comprar e resgatar esse povo com Seu sangue vertido na cruz.
Os homens são inimigos de Deus por natureza e é impossível que eles, por si mesmos vão buscar qualquer reconciliação. Os salvos foram reconciliados com Deus e não foram eles que reconciliaram. O verbo está na voz passiva e não ativa: “fostes reconciliados”. A ação veio de Deus e não do homem. Mas toda essa obra de reconciliação foi por causa da atuante obra daquele que se tornou perfeito mediador entre Deus e os homens – Cristo Jesus, homem (Atos 4:12). Os que agora estão reconciliados com Deus mediante a obra do sangue do Cordeiro estão debaixo do amor eterno. Os outros não. Milhares estão sob a intensa e contínua ira de Deus e não podem escapar, a não ser por uma manifesta conversão a Cristo.
O amigo deve estar perguntando se tudo não trata apenas de uma questão da vontade livre do homem e que basta leva-lo a fazer uma decisão por Cristo e o problema está resolvido. Tudo bem, porque a meta do evangelho é persuadir os homens à fé em Cristo e a esperança na pregação é que eles se convertam e sejam salvos. O evangelho da glória não fecha os olhos para esse trabalho em lidar com os homens na pregação e todo esforço será feito para que a mensagem alcança o maior número possível. Mas um olhar perscrutador verá que o que está envolvido por detrás de tudo isso é a vontade soberana de Deus e não a vontade do homem. Estamos lidando com mortos e nesse caso o evangelho faz se trabalho incrível, porque os que creem são Aqueles que Deus chama.
Vemos isso com clareza em João 5:24: “Em verdade, em verdade vos digo que, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em condenação, mas passou da morte para a vida”. O texto aparentemente trata do livre arbítrio do homem em tomar uma decisão, mas o fato é que não podemos desligar esse texto de todo contexto, isto é todo capítulo 5 de João, onde o Senhor está expondo aos judeus o fato que Ele veio ao mundo para dar vida aos mortos. O que acontece é que a mensagem é pregada aos mortos e se entre os mortos alguém ouvir e crê é sinal que este tem vida. Quando Jesus foi ao sepulcro de Lázaro, ele chamou: “Lázaro, sai para fora!”. O texto lido é de profunda lição. Se tem alguém que ouve a palavra, tem prazer nela, seu ouvir é atento e de coração, então houve uma conexão com o chamar do Salvador àquela pessoa.
E o que acontece com os outros? Elas são entregues a si mesmas. A vontade soberana aprouve salvar alguns e não salvar outros; o Deus da bíblia declara que no mundo há o trigo e há também o joio. Culpemos a Deus por isso? Devemos atribuir injustiça a Deus? Claro que não! Ele é livre para salvar quem ele quiser salvar. Os salvos se regozijam nessa verdade, pois eles consideram que sorte eterna tomou posse de suas vidas, pois entre os mortos eles foram chamados à vida. Os salvos não ficam regozijando pela fé que tiveram, mas sim pela graça que os alcançou. Quem somos nós? Melhores do que os outros? Não! Somos indignos e Deus aprouve usar de compaixão para conosco.
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