“Bem-aventurados os
mansos, porque eles herdarão a terra” (Mateus 5:5).
INTRODUÇÃO:
Prezado leitor, quanto prazer enche meu
coração ao ver o quanto o evangelho é maravilhoso e completo! O que vemos nas
Bem-aventuranças nada mais é do que o ensino do poder transformador ocasionado
na vida de homens e mulheres achados pela graça salvadora de Deus. Nada temos a
acrescentar nesse evangelho porque ele é perfeito. O que nós os pregadores
devemos fazer é entregar aos homens o que nós recebemos (1 Timóteo 1:15). A
mentalidade moderna é que, devido ao fato que o homem da pós-modernidade é
diferenciado e mais poderoso do que homens do passado, então a mensagem deve
ser trazida a eles com mais charme, refinada e livre de linguagem que possa
afastá-lo.
Quanta mentira! Quem disse que o homem
moderno é melhor do que aqueles que passaram por este mundo e já foram? Nós
podemos deixar um defunto mais enfeitado, mais bonito, mais atraente, mas a
verdade que defunto é defunto. Assim é o homem da pós-modernidade, ele é o
mesmo, morto em seus delitos e pecados, cheio de arrogância e de desprezo a
Deus, sempre compenetrado a obedecer de coração o comando do diabo no viver.
Chegamos
agora à terceira bem-aventurança: “Bem-aventurados os mansos...”. É óbvio que
não houve mudança de assunto, estamos ainda na mesma casa, no mesmo ensino e
contemplando a perfeita obra do evangelho, transformando homens e mulheres em
novas criaturas (2 Coríntios 5:17). O leitor atento há de perceber a unidade
desses ensinos: O pobre de espírito produz o verdadeiro choro do coração e
torna a pessoa mansa. A própria declaração do Senhor mostra o quanto o homem é
incapaz de ser diferente por si mesmo e pelas atividades religiosas e sociais
deste mundo. O mundo pode mudar o homem; o mundo tem seus meios para fazer o
ser humano mais adaptável a este sistema social e religioso. Mas o fato é que
não há como amansar o homem em relação a Deus; não há como fazê-lo capaz de
encarar a vida do ponto de vista celestial e assim pronto para vivê-lo para
Deus e servir ao reino de Deus neste mundo.
Caro leitor, quão importante é que
compreendamos o ensino que nos traz essa bem-aventurança. Somente o homem
amansado por Deus tem condição de “herdar a terra”. Enquanto as armas de ataque
e de defesa contra Deus não forem arrancadas de um coração perverso, ímpio e
odiador da verdade (Romanos 1:18), eis que o homem continuará sendo o mesmo,
pronto para trabalhar para o reino das trevas e disposto a lutar para usufruir
da terra, sem qualquer padrão de justiça, santidade e piedade no viver. Ora,
não precisamos sair das Escrituras para comprovar isso, pois vemos em Levítico
o quanto Deus adverte Israel quanto aos moradores de Canaã, dizendo que eles
seriam extirpados de lá devido as maldades praticadas por eles. Para Israel o
Senhor estava ensinando que eles só usufruiriam da terra se obedecesse aos
ensinos da lei, conforme a aliança feita (Levítico caps. 18 ao 20).
Mas eu quero aproveitar e ampliar um
pouco mais esta introdução, a fim de fazer com que nós mesmos relembremos bem o
tempo em que vivíamos na ignorância. Porventura éramos mansos em relação a
Deus? Claro que não! Éramos rebeldes e amantes de todos os prazeres; éramos
ambiciosos em relação as riquezas e nada havia de qualquer temor a Deus em
nossos corações. Os verdadeiros crentes são provas claras daquilo que Deus faz
no coração. Se tem alguém que afirma ser salvo, mas ainda é um amante deste
mundo e de suas riquezas, eis que essa alma jamais conheceu a salvação que há
em Cristo. A mansidão faz o homem diferente, pronto a servir ao Senhor, mesmo
que seja rico aqui. É exatamente isso o que nosso Senhor quer dizer no texto: “...porque
eles herdarão a terra”.
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