“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o
coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu
proceder, segundo o fruto de suas ações” (Jeremias 17:9,10).
SEU PRODUTO: “Desesperadamente corrupto...”
Caro leitor, os homens jamais vão querer
o maravilhoso e amoroso coração de Deus, se antes não conhecerem a condição tão
maligna e pervertida de seus corações. Se não for desvendado esse poço profundo
de perdição e maldade, eis que os homens brincarão neste mundo, sendo levados
no íntimo de que têm uma divindade no íntimo e que podem ser iguais a Deus. A
caminhada do homem no pecado não é em nada diferente da de Lúcifer, de ocupar
as alturas da glória mundana e assim chegar a ser deus.
Mas tomemos esse verso de Jeremias e
vejamos o que é o coração do homem, conforme Deus mesmo fala a seu respeito. Já
vimos que ali é primeiramente a fonte de toda idolatria e de todo culto aos
ídolos. O coração do homem é também a fonte de toda disposição para o
homicídio. Ora, quando na lei Deus ordena: “Não matarás”, é porque a disposição
do homem é para matar, por isso Ele mesmo refreia essa disposição perversa dos
homens. Eu sei que muitos vão reagir contra isso, porque acreditam que jamais
pensaram sequer em mover o dedo contra qualquer pessoa. Mas nosso Senhor mostra
que o assassinato é visto no coração pela motivação e não meramente por um ato.
Ele afirma que se alguém tiver ódio no coração, no íntimo já é um assassino.
Quando Labão soube que Jacó, seu genro tinha fugido com toda família e bens,
retornando à casa de seus pais, no íntimo Labão estava disposto a vir e matar
todos, porque era um assassino, um perverso e avarento. Por essa razão Deus
veio em sonho para repreender aquele homem com séria advertência: “...Guarda-te,
que não fales com Jacó nem bem nem mal” (Gênesis 31:24).
Veja caro leitor, como o assassinato é
resultado de um coração perverso. Nosso Senhor enfrentou essa disposição dos
homens para eliminá-Lo da face da terra. Eles por fora pareciam religiosos e
dispostos a praticarem a lei de Moisés, mas quando a verdade chegava, então a
ferocidade de seus corações era revelada, pois estavam dispostos a matar o
Filho de Deus, porque Ele simplesmente falava a verdade, mesmo tendo eles visto
Suas obras de bondade e amor. Foi nessa disposição perversa e assassina que
Eles se ajuntaram e crucificaram o Senhor. Estevão não vacilou em apontar a
culpa dos líderes religiosos na morte do Senhor Jesus: “A qual dos profetas não
perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do
Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas” (Atos 7:52), o que
custou sua própria vida.
Estou mostrando isso para que os
leitores possam conhecer o quanto o homem no íntimo tem a disposição perversa
para derramar sangue (Romanos 3:15). A história humana é de traição, maldades,
ódios, vingança e de culpa. Por essa razão Deus criou em Israel as leis que
coibissem essas maldades, a fim de milhares de pessoas inocentes não fossem
mortas.
Quando homens e mulheres se convertem,
certamente eles depõem essas armas; elas são entregues a Cristo e o Senhor
transforma corações que conhecem a paz. Quando homens se convertem, eles mesmos
ficam sabendo que mataram o Filho de Deus, que foi por causa de seus pecados
que o Justo Filho de Deus foi entregue. Que vergonha para nós pecadores! Que
tristeza enche o coração! Estávamos todos ali perante a cruz, em Adão, todos
gritando: “Crucifica-O!”. Será que tal verdade não lhe leva agora à humilhação
perante esse Salvador, meu amigo?
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