“...nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa
pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5)
O PERFIL DO AMOR DO NOIVO:
Prezado amigo, ainda temos duas frases importantes no texto
e precisamos considerá-las antes de finalizar essa breve série de meditações. É
óbvio que não ficaremos satisfeitos sem conhecer todo ensino que o Espírito
Santo nos dá nessa riquíssima passagem em Cantares. Nada foi escrito por acaso;
as Palavras ditas são inspiradas, por isso são jóias que adornam a noiva. As
dificuldades do texto são desafios para que prossigamos em descobrir essas
pérolas celestiais. Ora, não se acha tesouros facilmente! Se ficarmos na
superfície simplesmente teremos pedaços de vidros, menos os tesouros do cofre
do amor do Noivo.
Agora deparamo-nos com a frase: “...nem os rios afogá-lo”. A
igreja do Senhor está diante da suprema verdade que o amor eterno é imortal. Na
frase anterior vimos que o amor é um fogo que não pode ser extinto: “As muitas águas não podem
apagar...”. Toda tentativa de satanás por meio do mundo é vã! Agora o amor é
personificado como algo vivo: “...nem os rios afogá-lo”.
Nosso esforço agora consiste em descobrir o que o Espírito
Santo quer dizer com “...nem os rios...”. Creio
que não há qualquer dificuldade em entender essa linguagem. Primeiramente vemos
que está tratando de morte por afogamento. Sabemos bem o que significa o terror
das profundezas de um rio e pela força da sua correnteza. Outro detalhe no
texto é que a palavra está no plural: “rios”. O ensino prático é que pode escolher qualquer rio, o mais largo do
mundo, ou o mais profundo, mesmo assim não há possibilidade de matar o amor do
Noivo.
A linguagem hebraica não somente é ilustrativamente bela,
como também é prática. Rios
ilustram bem a morte para alguma coisa, deixando o passado e iniciando algo
novo. Para entrar e conquistar a terra prometida Israel teve de atravessar o
rio Jordão. Deus abriu o rio e o povo passou para o outro lado. Aquela passagem
indica morte, salientando bem que o povo de Deus morreu para a antiga vida, que
não volta mais para o Egito e que inicia doravante uma nova vida no padrão de
uma nação de Deus. A igreja também tem no batismo a ilustração clara do que
significa sepultamento e ressurreição.
Então, temos na linguagem sobre rios o que ilustra a morte. A idéia é que a chegada da morte é como se fosse
a travessia de um caudaloso rio; é a idéia de um momento angustiante e
aflitivo. Os santos em todos os tempos sempre transmitiram essa idéia por meio
de hinos, declarando a vitória no momento de atravessar o “Jordão” para o encontro definitivo com seu Senhor. A idéia é que há um rio que
aparece fazendo a divisa entre esta vida e além.
“Quando o rio atravessar e chegar àquele lar!”
Não tenho dúvidas que minha explicação
foi bem superficial, mas foi dado o necessário, porque o objetivo é mostrar
como nesta vida, diante da realidade da morte, quando o fim de toda atividade
terrena chegar, mesmo assim a morte não pode afogar o amor. Veja bem amigo
leitor, o quanto os homens trabalham para a morte vir e desfazer tudo. Toda
alegria, prazer, riquezas e felicidade são rasgados e desfeitos pela morte.
Cada ser humano chega para atravessar o terrível rio!
Para milhares a morte chega bem cedo,
não dá nem tempo de sequer respirar a tão almejada felicidade terrena: “Ao homem está ordenado morrer...” (Hebreus 9:27). A morte é o
terror que chega para por um ponto final na festa, no carnaval, na força e
transformar tudo em pó e miséria. Somente Deus é de eternidade à eternidade,
ninguém mais. A morte chega e tapa a respiração do amor mundano e tudo é
afogado no abismo da Ira eternal de Deus. Que adianta ao homem ganhar o mundo
inteiro e perder sua alma?
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