“Olhando firmemente
para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que
lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus 12:2).
ELE É O AUTOR DA
NOSSA FÉ POR SER PERFEITO HOMEM
Estou tentando mostrar o quanto nosso
Senhor, Autor da nossa fé se identificou conosco enquanto trilhou o caminho,
desde seu nascimento até à cruz, a fim de nos conceder a fé que precisávamos para
a salvação e para andarmos por este mundo vil até nossa entrada no céu. Os
santos creem porque obtiveram a fé que vem dele; os santos confiam porque essa
confiança inaudita veio dele aos nossos corações. Ninguém pode naturalmente
crer; ninguém pode por si andar para o céu; ninguém pode trilhar a jornada que
Cristo trilhou sem ser um crente genuíno.
Para isso precisa ouvir sua chamada à
salvação e à glória. Judas, mesmo tendo andado com os discípulos, não era capaz
de andar como os outros puderam andar, porque não passava de um filho da
perdição. Pedro tentou imitar Jesus e quis se aventurar na carne a seguir o
mesmo caminho, mas logo mostrou que não passava de um imbecil e covarde, pronto
para negar o Senhor, como de fato ocorreu.
É a partir daqui que começaremos a ver a
perfeita e gloriosa fé que nosso Senhor exibiu, porque foi ele o modelo
perfeito da fé que daria aos santos. Os santos do Velho Testamento tiveram essa
fé porque contemplaram o Cordeiro que foi morto, a fim de que eles fossem
justificados e é exatamente isso o que acontece com todos os irmãos em Cristo
em todos os lugares, porque eles têm a mesmíssima fé. Tanto faz a fé João é a
mesma do ladrão que foi morto e que foi direto para o Paraíso. Tanto faz a fé
de Paulo, porque é a mesma fé que o eunuco obteve quando creu no Senhor e foi
batizado. Essa é a obra sobrenatural do Espírito Santo nos corações dos
pecadores chamados à salvação. Tomemos a fé de nosso Senhor como a pepita
preciosa, o diamante mais puro já achado, porque ele como Homem perfeito teve
uma fé perfeita, de tal maneira que em tudo o Pai se agradou dele.
A primeira lição é que não houve em
nosso Senhor qualquer atitude de desobediência ao comando de Deus em seu viver,
conforme ele mesmo confessa em Isaías 50:5: “O Senhor Deus abriu-me os ouvidos,
e eu não fui rebelde, nem me retirei para trás”. Toda desobediência contra Deus
é sinal de orgulho, como ocorreu com Lúcifer. Os homens são rebeldes contra o
Filho porque em seus corações querem correr de Deus e viver em suas práticas
pecaminosas (João 3:21). Mas não foi assim com o Senhor, porque em tudo ele foi
obediente, desde a descida do céu à terra, até à sua morte de cruz. Houve
momentos terríveis que abalaram o Senhor; houve instantes de confusão, de
terror e de solidão em todos os aspectos, mas nada fez com que ele recuasse um
milímetro sequer.
Então, esse Homem entendeu o que
significa confiar em Deus. Nosso Senhor viu à sua frente o caminho pelo qual
andaria e onde chegaria, a fim de conquistar seu povo. Ele viu à frente a
oposição do mundo e as bestas feras do inferno e deste mundo vindo contra ele;
ele viu a fraqueza e a incapacidade dos seus discípulos para crer em Deus. Mas
a verdade é que ele avançou triunfante e pela fé foi esmagando todos os
obstáculos que apareciam à frente. O caminho pelo qual andaria até à sua morte
exigia da sua parte que ele cresse em Deus. Em nada ele tomou dos poderes da
sua divindade; em tudo ele se posicionou como um homem vazio de si mesmo,
totalmente entregue ao Espírito Santo, a fim de agradar a Deus.
Sei que muitos acreditam que o homem tem
fé. Mas a fé que eles têm é a fé natural, mais tosca do que a fé dos demônios.
Muitos que começam a vida cristã fundamentados nessa vã confiança, logo percebem
que não têm pés para andar, mãos para servir, olhos para vê nem coragem para
persistir. Se não houver obra do Espírito Santo no coração, o homem não passa
de um vaso imprestável, atirado ao lixo e totalmente inútil para Deus.
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