quinta-feira, 29 de junho de 2017

O AUTOR DA NOSSA FÉ (2)





“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus 12:2).
ELE É O AUTOR DA NOSSA FÉ POR SER PERFEITO HOMEM
        Procurei ser breve na introdução porque sei que não há qualquer confusão para entender o que o texto quer nos ensinar, à luz das Escrituras. Preciso agora lançar a base doutrinária, para que não sejamos vacilantes em nossa fé. Se nossa fé é santíssima; se fomos chamados para batalhar pela fé que de uma vez por todas nos foi entregue (Judas 3); se a fé que o salvo possui não é de todos; se ela é algo sobrenatural, vinda da palavra de ouvir a palavra de Deus, certamente precisamos conhecer esse Autor e Consumador da fé. Teremos em mãos tudo o que precisamos, para que sejamos um povo humilde, dependente inteiramente da graça e apto para discernir os ensinos tão errôneos que pululam nesta época de trevas. Em tudo somos chamados para olhar para Cristo, a fim de que o sigamos como ovelhas suas, aprendendo dele e sendo guiados pela forma admirável e amorosa pela qual guia cada crente neste mundo até à entrada na Nova Jerusalém.
        A primeira lição é que nosso Senhor veio ao mundo para se identificar conosco como Homem. Vezes após vezes ele mesmo se intitula de Filho do Homem. Mas nós sabemos que ele foi e é o único homem perfeito – o segundo Adão. Ele é chamado de Aquele que obedeceu em tudo, fazendo contraste com o primeiro Adão que desobedeceu. Os mundanos são chamados de “filhos da desobediência”, enquanto os salvos são intitulados de “filhos da obediência”. É óbvio que não olhamos para Jesus como alguém que precisava de fé, como nós precisamos. Como homem puro, sem qualquer contaminação advinda do pecado, eis que nosso Senhor foi o único homem que nasceu com perfeita fé. Ele não precisou, como nós de ter uma fé para sua salvação, porquanto jamais conheceu pecado, sendo chamado de Cordeiro puro e sem mácula. Nós que caímos em Adão logicamente precisávamos de uma obra sobrenatural, para que pudéssemos crer em Adão, caso contrário viveríamos à luz daquilo que diz o Salmo 14:1: “Diz o néscio no coração: Não há Deus...”.
        Mas nosso Senhor, como Homem perfeito, trilhou o caminho pelo qual nós trilhamos; em tudo ele se identificou conosco, tomando sobre si nossas terríveis imperfeições, e fazendo de fato de uma forma tremendamente humilhante. O que nós jamais entendemos nem entenderemos quanto ao terror do pecado em nós e através de nós, eis que nosso Senhor realmente entendeu, se humilhando para pisar o terreno que nós mundanos merecíamos. Noutras palavras, nosso Senhor não recuou em tomar sobre si nossas iniquidades, nossas dores, tribulações, sofrimentos, angústias e misérias. O caminho pelo qual trilhou foi esse. Quando qualquer ser humano neste mundo passa aqui por aflições, pobreza, enfermidades, misérias, dores, solidão e outras mazelas desta vida, ele nem sequer toca na miséria real resultante do pecado. Mas não foi assim com o Senhor, porque ele desceu ao fundo do poço, como ele mesmo diz no Salmo 40.
        Nós aqui buscamos ansiosamente um caminho largo, agradável, livre de qualquer perturbação; aqui sonhamos por um viver confortável, com riquezas e outras coisas oferecidas neste mundo. Mas a verdade é que esse “tapete vermelho” de bênçãos materiais é tremendamente ilusório, porque muitas vezes maquia a realidade desta vida. Nosso Senhor, entretanto, nem sequer pensou em buscar o mínimo daqui. Ele disse que não tinha conforto, casa nem lugar onde reclinar a cabeça. Afim de que pudesse lidar com nossos pecados nosso Senhor tomou o horrível caminho da cruz. Essa disposição de coração mostrou ser ele um homem de fé perfeita. Quando foi levado ao deserto, mostrou sua passividade na dependência de Deus e ali deu início à sua humilhação real, para permanecer firme e inflexível em agradar somente a Deus. Por essa razão foi alvo dos mais insidiosos ataques de satanás.

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