“Olhando firmemente
para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que
lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus 12:2).
ELE É O AUTOR DA
NOSSA FÉ POR SER PERFEITO HOMEM
Procurei ser breve na introdução porque
sei que não há qualquer confusão para entender o que o texto quer nos ensinar,
à luz das Escrituras. Preciso agora lançar a base doutrinária, para que não
sejamos vacilantes em nossa fé. Se nossa fé é santíssima; se fomos chamados
para batalhar pela fé que de uma vez por todas nos foi entregue (Judas 3); se a
fé que o salvo possui não é de todos; se ela é algo sobrenatural, vinda da
palavra de ouvir a palavra de Deus, certamente precisamos conhecer esse Autor e
Consumador da fé. Teremos em mãos tudo o que precisamos, para que sejamos um
povo humilde, dependente inteiramente da graça e apto para discernir os ensinos
tão errôneos que pululam nesta época de trevas. Em tudo somos chamados para
olhar para Cristo, a fim de que o sigamos como ovelhas suas, aprendendo dele e
sendo guiados pela forma admirável e amorosa pela qual guia cada crente neste
mundo até à entrada na Nova Jerusalém.
A primeira lição é que nosso Senhor veio
ao mundo para se identificar conosco como Homem. Vezes após vezes ele mesmo se
intitula de Filho do Homem. Mas nós sabemos que ele foi e é o único homem
perfeito – o segundo Adão. Ele é chamado de Aquele que obedeceu em tudo,
fazendo contraste com o primeiro Adão que desobedeceu. Os mundanos são chamados
de “filhos da desobediência”, enquanto os salvos são intitulados de “filhos da
obediência”. É óbvio que não olhamos para Jesus como alguém que precisava de
fé, como nós precisamos. Como homem puro, sem qualquer contaminação advinda do
pecado, eis que nosso Senhor foi o único homem que nasceu com perfeita fé. Ele
não precisou, como nós de ter uma fé para sua salvação, porquanto jamais conheceu
pecado, sendo chamado de Cordeiro puro e sem mácula. Nós que caímos em Adão
logicamente precisávamos de uma obra sobrenatural, para que pudéssemos crer em
Adão, caso contrário viveríamos à luz daquilo que diz o Salmo 14:1: “Diz o
néscio no coração: Não há Deus...”.
Mas nosso Senhor, como Homem perfeito,
trilhou o caminho pelo qual nós trilhamos; em tudo ele se identificou conosco,
tomando sobre si nossas terríveis imperfeições, e fazendo de fato de uma forma
tremendamente humilhante. O que nós jamais entendemos nem entenderemos quanto
ao terror do pecado em nós e através de nós, eis que nosso Senhor realmente
entendeu, se humilhando para pisar o terreno que nós mundanos merecíamos.
Noutras palavras, nosso Senhor não recuou em tomar sobre si nossas iniquidades,
nossas dores, tribulações, sofrimentos, angústias e misérias. O caminho pelo
qual trilhou foi esse. Quando qualquer ser humano neste mundo passa aqui por
aflições, pobreza, enfermidades, misérias, dores, solidão e outras mazelas
desta vida, ele nem sequer toca na miséria real resultante do pecado. Mas não
foi assim com o Senhor, porque ele desceu ao fundo do poço, como ele mesmo diz
no Salmo 40.
Nós aqui buscamos ansiosamente um
caminho largo, agradável, livre de qualquer perturbação; aqui sonhamos por um
viver confortável, com riquezas e outras coisas oferecidas neste mundo. Mas a
verdade é que esse “tapete vermelho” de bênçãos materiais é tremendamente
ilusório, porque muitas vezes maquia a realidade desta vida. Nosso Senhor,
entretanto, nem sequer pensou em buscar o mínimo daqui. Ele disse que não tinha
conforto, casa nem lugar onde reclinar a cabeça. Afim de que pudesse lidar com
nossos pecados nosso Senhor tomou o horrível caminho da cruz. Essa disposição
de coração mostrou ser ele um homem de fé perfeita. Quando foi levado ao
deserto, mostrou sua passividade na dependência de Deus e ali deu início à sua
humilhação real, para permanecer firme e inflexível em agradar somente a Deus.
Por essa razão foi alvo dos mais insidiosos ataques de satanás.
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