“De noite, no meu leito, busquei o amado de minha alma, busquei-o e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade, pelas ruas e pelas praças; buscarei o amado de minha alma. Busquei-o e não o achei. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade. Então lhes perguntei: Vistes o amado da minha alma? Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha alma; agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa de minha mãe e na recâmara daquela que me concebeu” (Cantares 3:1-4).
Prezado leitor, o amor conjugal visto em Cantares mostra o amor de Cristo pela Sua noiva – a igreja. Coletivamente, tanto no Velho como no Novo Testamento o povo de Deus é intitulado de esposa de Jeová, noiva de Cristo. Essa linguagem está espalhada especialmente nos livros proféticos e nos escritos paulinos. No cap. 3 desse impressionante livro vemos na insegurança, temor e solidão de uma mulher, o que significa uma alma sem Deus, como ela está aflita e perturbada porque está só.
Tomemos, portanto esse relato tão dramático visto no texto. Meditemos na situação dos pecadores; meditemos na triste condição das almas sozinhas, habitando nas trevas, experimentando apenas um pouco luzes dos vagalumes que brilham na escuridão deste mundo. Estou plenamente certo que a verdade a respeito do pecado é completamente desconhecida em nossos dias. A geração atual desconhece o significado dos terrores do pecado, porque satanás tem trazido paliativos por meio dos falsos mestres. Eles ultimamente têm espalhado suas aspirinas às multidões, são remédios que fornecem uma paz temporária aos corações culpados. Estão dizendo exatamente o que faziam os falsos profetas no Velho Testamento: “Dizem continuamente aos que desprezam a palavra do Senhor: Paz tereis; e a todo o que anda na teimosia do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós” (Jeremias 23:17).
Amigo leitor, como pode o pecador ir a Cristo, se nunca conheceu no íntimo a realidade assombrosa de seus pecados? Como irá clamar ao Salvador, se jamais viu sua perdição merecida? Como desejará a água da vida, se jamais experimentou o ressequimento da alma? Como alguém vai invocar o Nome do Senhor, se jamais conheceu no íntimo a necessidade de clamar por socorro? Se eu corro em busca de um médico é porque tenho alguma enfermidade, do contrário jamais interessarei em buscá-lo. Mas satanás sabe como usar uma mensagem que encobre as transgressões. A religião tem sido um instrumento psicológico poderoso nas mãos do pai da mentira e ultimamente até mesmo a bíblia ele tem usado, manipulando e torcendo as Escrituras, com a finalidade de atrair a multidão para suas mentiras aparentemente verdadeiras.
Porém, não é isso o que vemos no relato de Cantares 3. Ali vemos a mulher deparando com uma condição tão triste. Sua alma está só, o medo chegou, o desespero acumula no íntimo. Sua alma está em busca do amado da alma. Ela acorda na madrugada, no meio da escuridão, está realmente só, está desesperada, a alma está aflita e não pode continuar vivendo assim. Ela precisa por um ponto final nessa solidão, nesse estado desesperador.
Veja leitor como perante nossos olhos desponta-se a verdade do estado tão triste no qual se encontra as almas sem Cristo! Não encaremos Cantares como uma mensagem para nossas necessidades momentâneas! Fujamos desse espírito de prazeres temporários que avassala o mundo religioso no momento. Cristo Jesus não veio ao mundo para satisfazer as impetuosas paixões carnais dos homens. Ele veio buscar e salvar perdidos (Lucas 19:10)! Ele veio arrancar pecadores deste mundo tenebroso; veio tirá-los das trevas para a maravilhosa luz; veio para salvá-los e levá-los para Sua glória eternal. Eis aí a mensagem de Cantares, mensagem que satisfaz a alma oprimida e cansada!
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