“De noite, no meu leito, busquei o amado de minha alma, busquei-o e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade, pelas ruas e pelas praças; buscarei o amado de minha alma. Busquei-o e não o achei. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade. Então lhes perguntei: Vistes o amado da minha alma? Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha alma; agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa de minha mãe e na recâmara daquela que me concebeu” (Cantares 3:1-4).
Prezado leitor, Cristo é o bem-amado dos pecadores que O buscam de todo coração. A lição que temos nessa passagem mostra o que uma alma faz quando está em busca desse ser querido e desejado. Por isso chamo sua atenção para o texto. O texto descreve a mulher sozinha que acorda à noite procurando o Amado de sua alma, mas não o encontra. Ora, ela é uma mulher sozinha em plena escuridão. Ela está desamparada, o medo chega para assaltar-lhe; inimigos cruéis podem chegar a qualquer instante.
Que lição temos perante nossos olhos? O que o Espírito de Deus quer trazer aos nossos corações? A primeira verdade que precisamos conhecer é que a bíblia no Velho Testamento descreve a alma humana como uma mulher sozinha, desamparada. Ora, qual é a situação das almas sem Cristo? Não é desesperadora? Notemos como o Senhor mostra aos seus ouvintes o real significado de uma vida enganada. Ele diz aos Seus discípulos: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?” (Marcos 8:36,37). O termo “vida”, usado pelo nosso Senhor é melhor traduzido como “alma” (grego psychê). Milhares vivem nessa triste situação de engano neste mundo, enganando a si mesmos, na busca daquilo que eles acham que podem realmente satisfazer suas almas. Mas, nosso Senhor deixa bem claro que na loucura de querer ganhar a alma com os interesses mundanos e carnais acarretará em eterno prejuízo.
Talvez a passagem mais esclarecedora esteja na parábola contada pelo Senhor a respeito do rico insensato em Lucas 12:16-21. Veja como aquele homem parecia aos olhos do mundo alguém esperto e capaz, pois ele ajuntou muitos bens, tinha tudo para um futuro paradisíaco à sua frente. Mas no verso 20 aquele pobre homem é chamado de “louco”, por quê? Eis a resposta no verso 19: “e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te”. Qual foi a sua loucura? Não foi ele um trabalhador que lutou para ter honestamente aquilo que tanto queria ter? Claro que sim! Nada havia de errado em seus bens! Entretanto, sua loucura estava na ilusão de conceder à sua alma aquilo que jamais a alma busca. Tudo o que havia ajuntado era para seu viver físico, não para sua alma conturbada e enlaçada. É nessa triste condição que milhares vivem na escuridão deste mundo, buscando nos bens da vida aquilo que é momentâneo; aquilo que se transforma em fumaça e dissipa-se.
Mas, não foi assim com a mulher de Cantares. Ela acordou na solidão e percebeu que sua alma estava só, por isso procurou ao seu derredor o Amado de sua alma, mas não o achou. Milhares partiram deste mundo nessa triste situação. Suas almas caíram no desespero eterno, foram atiradas para as trevas exteriores. Milhares se encontram neste mundo iludidos pela esperteza de satanás. Acham que aqui podem achar aquilo que realmente satisfaz. Não percebem que é tudo do momento e que trabalham incansavelmente para gastar com aquilo que realmente não satisfaz. Não sabem que a qualquer momento pedirão suas almas!
Meu caro leitor, qual é a condição de sua alma no momento? Você é alguém que está como a mulher de Cantares, na solidão, no desespero, na falta de paz, no medo da morte, à mercê de ferozes inimigos invisíveis? Se você está à procura do Amado da sua alma, eis que Ele está perto e pronto para ouvir aquele que invoca Seu Nome.
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