segunda-feira, 23 de maio de 2011

As aflições da alma (10) - descobrindo as aflições "...no meu leito..."

“...no meu leito, busquei o amado de minha alma, busquei-o e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade, pelas ruas e pelas praças; buscarei o amado de minha alma. Busquei-o e não o achei. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade. Então lhes perguntei: Vistes o amado da minha alma? Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha alma; agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa de minha mãe e na recâmara daquela que me concebeu” (Cantares 3:1-4).

DESCOBRINDO AS AFLIÇÕES DE UMA ALMA: “...no meu leito...”

         Caro leitor, o sistema religioso deste mundo encobre a triste condição das almas perante Deus. Os falsos mestres trabalham tendo em vista trazer paliativos, a fim de que as pessoas não fiquem conhecendo a miséria na qual estão longe de Deus. Os falsos pastores têm uma mensagem que funciona como aspirina; eles são hábeis em encobrir a real enfermidade das almas; eles conseguem fazer com que os pecadores sintam uma paz falsa, letal, como faziam os falsos profetas nos dias de Jeremias: “Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz” (Jeremias 6:14).
         Mas a Palavra de Deus descobre as almas; a verdade chega até o recôndito, no lugar mais íntimo do homem, exatamente aonde chega a comunicação da sabedoria tão desconhecida para o pecador. É triste para as multidões quando Deus se afasta e permite assim que elementos gananciosos apareçam para trazer ilusões religiosas! Quão sério é para uma alma ser mantida na ignorância de Deus, sob as paixões carnais! Curtindo um mundo perigoso, enganador, sutil e letal, os homens mundanos não percebem o quanto estão sendo ludibriados. O caminho pelo qual percorrem é escuro (Provérbios 4:19); suas almas estão aflitas, mas a euforia carnal não permite que eles percebam.
         Note bem o mundano, a sua solidão íntima é mostrada no fato que está sempre à procura de companhias. Ele quer sentir-se alegre; ele quer respostas nos meios carnais, mundanos e mentirosos para continuar em sua euforia. É na aparência mundana que ele desafia a Deus; que prossegue alimentando sua carne e destruindo sua alma. Enquanto curte o programa mundano, o homem no pecado prossegue achando que está ganhando, lucrando. Ele não consegue ver que está algemado, que está aprisionado em seus pés. Para ele a visão que tem do mundo é a real liberdade, a fonte da alegria. Para ele, lá adiante está o verdadeiro paraíso; ele vive de sonhos e não de um andar sóbrio e consciente de que está perdendo.
         Nosso Senhor afirma que aquele que quer ganhar a vida, fatalmente há de perdê-la. Enquanto a alma estiver mantida na escuridão, sem a luz da verdade chegando ao íntimo, ela prosseguirá assim, por fora tudo branco como casca de ovo, mas por dentro tudo podre. Quanto mais profundo for o poço do pecado, mas difícil é para a alma. Quanto mais curtir a carne; quanto mais venerar o prazer, mais profundas e pervertidas serão as manifestações do pecado. A alma no íntimo é açoitada pelos chicotes de uma consciência em fuga, porquanto a  ausência da paz com Deus faz o viver do homem mais infernal. A alma em sofrimento transtorna o ambiente e envenena a sociedade. Duas vezes o profeta Isaías afirma: “Para o ímpio, diz o meu Deus: não há paz” (Isaías 57:21).
         Meu amigo leitor, a mensagem do evangelho proclama essas verdades; descobre o homem e mostra a verdade de um viver longe de Deus. O evangelho chega e declara que a paz do mundo é falsa e perigosíssima! O evangelho mostra a culpa do pecador e sua distância de Deus. Volte agora, ó alma, para o Senhor! Desperte agora, ó alma para o teu Amado! Acorde agora, ó alma, busque o teu refúgio! Aquele que na cruz morreu e que venceu a morte na ressurreição, está agora a convidar o perdido pecador para a salvação gloriosa e eterna!

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