terça-feira, 14 de janeiro de 2020

NÃO VERÁ A VIDA (4)


                  
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que porém permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (JOÃO 3:36)
MOSTRA A CONDIÇÃO NA QUAL ESTÃO OS HOMENS NO PECADO.
        Tomemos a vida de Saulo de Tarso, porque sabemos o quanto era um homem incrivelmente sério e zeloso em sua religião. Não era ele um hipócrita, porque cria que tudo o que fazia estava certo; que todo seu esforço redundaria numa ressurreição final e que um dia iria morar no Paraíso celestial com Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, etc. Paulo era um morto espiritual; a luz da verdade revelada não havia entrado em seu coração e tudo que recebera não passava de mentiras e para aquelas mentiras ele havia se dedicado e consagrado, assim como acontece com os mulçumanos. Dentro do seu coração Saulo nutria um tremendo ódio contra o Senhor e respirava nele um sangrento desejo de ver mortos os seguidores desse Nazareno.
        Tenho passado essas coisas, a fim de mostrar o que significa o que o texto diz: “Não verá a vida...”. Nós estamos acostumados a olhar o homem e ver boas qualidades nele; observamos cuidadosamente boas coisas que achamos que podem leva-lo a Deus. Mas, que valor tem um morto? Será que entendemos que o pecado trouxe a morte? Será que entendemos que não há qualquer sinal de vida no homem? No que tange a vida aqui ele tem, mas quando se trata de coisas eternas ele está morto. Sendo assim devemos entender que a existência do homem no pecado é completamente sem valor para Deus. Pode ser os grandes como Herodes, Pilatos, Félix ou Faraó. Não passam de mera fumaça que aparece agora e logo se dissipa. Pode ser os ricos, os cultos, os fortes e grandes nomes que surgem na religião mundana. Não passam de meros cadáveres inúteis para Deus.
        Mas você pode retrucar, dizendo que morte, conforme o texto, não significa morte, mas sim num estado como se estivesse sem vida. Ora, para que Deus usaria o termo morto? Além disso, por causa desse termo é que Deus usa a palavra “ressurreição”, a fim de dizer que Ele nos deu vida. Se tirarmos a palavra “vida” ou “morte” do seu significado literal, teremos que dizer que Jesus não morreu na cruz; que Ele estava semimorto e que a ressurreição era realmente uma mentira. Fujamos desse perigo! Para nós os homens estão vivos, porque podem falar, caminhar, trabalhar, pensar, sentir e tomar suas decisões neste mundo. Mas isso é o que vemos. Porém, quando se trata de coisas espirituais eles estão mortos, são defuntos andantes; estão surdos, mudos, paralisados, com a mente e emoções em trevas. Notemos que quando trata-se de coisas desta vida eles estão bem vivos, mas quando se trata de Deus, da glória de Deus e de coisas eternas, eles ficam em absoluto silêncio ou procuram sair.
        O Senhor e seus apóstolos jamais mudaram a mensagem. É verdade que eles lidaram com os homens como seres vivos, responsáveis perante Deus. Quando Deus lida com os homens é sempre assim, pois Ele os convoca a entender que a culpa do pecado é deles; que é insana a vida que eles levam em suas idolatrias e práticas perversas. Deus lida com os homens no fato que eles vão enfrentar o juízo, que terão de prestar contas perante o grande Juiz e que no final o juízo de Deus será um juízo justo e santo. Devido ao pecado os homens estão mortos e carecem de uma intervenção vivificadora de Deus, assim como Lázaro precisou para voltar à vida. Mas os homens, como seres responsáveis são chamados à responsabilidade deles. Eles são culpados pelos seus pecados, por não darem a Deus a glória que lhe é devida; por usar da criação e ainda viver em suas maldades.
        O evangelho convoca os homens ao arrependimento, porque quando os homens se arrependem é sinal que eles estão no lugar certo, onde Deus usará ou não de compaixão para com eles.

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