“ Não há temor de
Deus diante dos seus olhos” “Romanos 3:18”
O QUE SIGNIFICA
AUSÊNCIA DO TEMOR DO SENHOR.
Caro leitor, tendo dado a introdução
desse assunto, vamos agora examinar de forma bíblica o que essa verdade
significa na prática. É óbvio que não me considero qualificado para expor um
assunto tão poderoso, que investiga o homem no coração. Mas nosso poder vem de
Deus e da Sua Palavra e é ela que os homens precisam ouvir caso contrário
estarão envolvidos em perigos terríveis, advindos da ira de Deus.
O que realmente significa ausência do temor
do Senhor no homem? A primeira lição que claramente emerge perante nossos olhos
é que o homem no pecado percebe tudo aqui à luz daquilo que é natural, ou da
natureza. É exatamente isso o que ensina o livro de Eclesiastes. O homem no
pecado, sendo espiritualmente morto, então não passa de um cego, assim como se
torna cego alguém que fisicamente está morto. Por fora ele consegue vê tudo o
que estiver ao alcance da sua visão física, mas nada poderá entender de Deus.
Sendo assim, eis que o homem no pecado não tem lugar para Deus em seu viver,
porque Deus é espírito (João 4:24).
O homem no pecado pensa em Deus sim, mas
completamente distanciado da verdade bíblica, conforme os salvos compreendem e
aceitam pela fé. Então, Deus não está presente; Deus está distante, muito
longe; ou mesmo, Deus está ocupado e limitado à distância, assim como os homens
estão. Não há nada da verdadeira teologia no coração do ímpio; ele não aceita
nada acerca dos atributos naturais de Deus, como Sua onipresença, onisciência e
onipotência. Por essa razão os homens no pecado vivem como vivem e visto que
Deus não está presente, então acreditam que são livres para fazer o que querem
fazer. Não foi assim com Balaão? Enquanto nada percebia da presença de Deus,
eis que tomou o caminho para amaldiçoar Israel, e só foi interceptado pela ação
poderosa de Deus usando aquela jumenta (Números 22). Saulo de Tarso nada via à
frente que pudesse conspirar contra suas intenções perversas contra o povo de
Deus, até que a presença santa e gloriosa do Senhor entrou em ação (Atos 9).
Amado leitor, tentar explicar ao homem
natural acerca da glória de um Deus invisível, é a mesma coisa que tentar expor
as cores das flores para um cego. Nem mesmos milagres realizados aos olhos dos
homens no pecado conseguem fixar tais verdades em seus corações e assim
levá-los ao temor ao Senhor. O cap. 6 de João mostra como aquele milagre da
multiplicação dos pães somente despertou naquela multidão de judeus cegos o
famigerado desejo por um mundo materialmente melhor. Veja Israel assim que saiu
do Egito e atravessou o mar vermelho. Não era para aquele povo todo estar cheio
do temor do Senhor e pronto para obedecê-Lo, depois de ter visto tantas
maravilhas? Mas, veja o resultado de tudo isso aos pés do Monte Sinai (Êxodo
32), quando ali eles, entendendo tudo como homens no pecado entendem, fizeram
aquele bezerro de ouro para adorá-lo.
Amado leitor, no mundo do pecado não há
lugar para Deus, para Sua glória, para o temor que Lhe é devido. Nesse sistema
enganador não há lugar para o reino invisível – dos céus. Tudo aqui opera
diametralmente oposto aos ensinos celestiais, os quais somente os santos podem
aprender. Tirar os ímpios desse sistema para conhecer o Senhor Deus e aprender
a temê-Lo é como tirar peixes do seu habitat natural para respirar como nós
respiramos. Os homens no pecado são defuntos espirituais; têm olhos, mas não
veem e não há nenhuma religião que possa dar-lhe essa santa visão do Senhor.
Mas Deus faz isso pelo Seu poder
transformador. Quando o evangelho chega para salvar, eis que homens e mulheres
passam a conhecer o Senhor no coração. Então tudo muda e seu caminho passa a
ser diferente.
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