BENÇÃO E MALDIÇÃO. (29)

“Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa forma procederam seus pais com os profetas” (verso 23).

REGOZIJO NA TRIBULAÇÃO (continuação)

         Quantos crentes ficam desolados ante as situações que chegam para lhes afligir! Eles não entendem que são estrelas de Deus que brilham no meio da escuridão espessa do pecado. Enquanto o mundo enxerga felicidade somente naquilo que passa como fumaça, Deus tem posto seus olhos sobre aqueles que são perseguidos por causa da justiça e lhes chama de “bem-aventurados”. É motivo de regozijo e não de tristeza; é motivo de louvor e de ações de graças que partem de corações que entendem essas verdades enviadas do céu e ensinadas pelo Espírito Santo.

         Amado irmão, o que você está enfrentando em sua vida neste momento? Ninguém pode lhe entender; ninguém pode explicar suas lutas e aflições; não tem explicação aqui que esclareça a razão porque você é tratado de forma tão injusta. Aqui você passa por pobreza, discriminação, aqueles que são queridos seus lhe tratam mal, somente porque você tem se identificado com o Senhor Jesus Cristo em seu viver; você tem buscado resposta para ver se a nuvem negra das dificuldades desaparece, mas tudo permanece, e no íntimo você pergunta a Deus por que tudo isso acontece? Amado irmão, volte seus olhos para o Deus da Palavra e para aquilo que Ele tem registrado em termos de consolo e promessas para sua vida. Ele afirma que você é alguém feliz, não com a felicidade buscada pelos homens mundanos, mas sim com aquela bem-aventurança que emanou do céu sobre sua vida.

         Qual deve ser a reação dos santos em face da perseguição? A resposta está no verso 23: “Regozijai-vos”. A maior parte daqueles que são chamados de crentes nos dias atuais vive à procura de lugares onde possa sentir bem e achar bênçãos vindas de Deus. Mas a fé genuína não vive aqui e ali, para ver se pode achar algo extraordinário que possa assim mudar completamente seu viver. A fé verdadeira se alimenta daquilo que está registrado na Palavra; ela tem seus ouvidos abertos para ouvir a linguagem falada pelo Espírito de Deus por meio da Palavra revelada.

         O regozijo dos crentes diante das perseguições aparece como uma indicação de bênçãos. Incrível! Enquanto em nossos dias a religião falsa está apontando o caminho largo abastado de recursos que trazem satisfação à carne, a fé cristã está saudando as provações e perseguição encontradas nesta vida como verdadeiras bênçãos derramadas do Alto. A fé genuína não foge, pelo contrário, através da visão vinda da Palavra pode ver aquilo que Deus está ensinando mediante as adversidades. Os verdadeiros santos de Deus não vivem à busca de um mundo melhor, pois eles são cidadãos do céu.

O mundo dirá “bem-vindo” para os prazeres, riquezas, fama, sucesso, etc. Os santos de Deus não recusam os prazeres terrenos, nem as riquezas, nem o sucesso aqui, desde que essas coisas venham de Deus. Seus corações não estão aprisionados nisso. Notemos a reação de Daniel, quando recebeu toda aquela premiação da parte do rei Belsazar por ter decifrado a linguagem escrita na parede. Aquele homem de Deus em nada estava fascinado com a riqueza e posição recebida. A exortação vinda de Deus é para que os crentes façam uma verdadeira festa quando tiverem deparando com as perseguições e provações. Encaremos como Paulo e Silas enfrentaram todo sofrimento ali em Filipos. Enquanto estavam na prisão cantavam hinos de louvor a Deus. Vemos no verso a linguagem de exortação, que é enviada para o leitor que é salvo e que pode entender a mensagem do céu para seus corações: “Regozijai-vos”.

 Nosso Senhor vai mais longe ao usar outra palavra: “Exultai”. Significa “saltar de júbilo”. É a felicidade genuína, provada e comprovada nas provações; é a fé cristã que passa pelo fogo e que fica ainda purificada; é a felicidade que vem de dentro do coração e não aquilo que vem de fora e é como nuvem passageira como vemos neste mundo. É a alegria de saber que pertence a Deus, que fora adquirido pelo milagre da redenção, de que agora é propriedade exclusiva de Deus; de que agora é conhecido é de Deus.

“Ai de vós quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas”

LOUVOR PERIGOSO (inicio)

         Prezado amigo leitor, a meditação que trago agora no verso 26 trata-se da última mensagem desta série a respeito de bênção e maldição. Obviamente não pude atingir tudo que precisava para trazer um estudo mais pormenorizado a respeito de um tema tão oportuno como é esse tema acerca de “Bênção e Maldição”. Mais uma vez reconheço minha insignificância e me curvo diante de tantas maravilhas insondáveis da revelação divina. Mas, creio que, pela própria graça de Deus pude levar a todos os leitores que apreciam a leitura dessas meditações, aquilo que todos precisam ouvir. Creio que a comida foi aquela que os leitores necessitavam para serem alimentados. Acredito que pus à mesa o prato simples, mas contendo o verdadeiro sabor da comida proveniente da cozinha da Graça.

         Ficou bem definido a respeito daqueles que são chamados de bem-aventurados. Essas pessoas são as que neste mundo foram galardoadas com bênçãos eternais provenientes do Reino de Deus. Também procurei deixar bem definido nas mentes, quem são aqueles que aqui recebem o pronunciamento de maldição por parte do próprio Deus. Os “ais” de Deus são descarregados sobre essas cabeças. Resta agora que cada um dos leitores, humildemente possa examinar sua própria situação à luz daquilo que foi revelado.

         Tem mais um pronunciamento de maldição que recai sobre aqueles que neste mundo são chamados de ricos, pessoas que estão fartas e que aqui riem. São quatro “ais” que Cristo mostra em forma de maldição. Por último, vemos no verso 26, o que nosso Senhor diz a essas pessoas: “Ai de vós quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas”. Este pronunciamento do Senhor é algo digno de nossas mais sérias considerações. Estamos podendo ver o resultado social daquilo que a alma num estado de riqueza busca aqui.         Enfim, o que essa pessoa está procurando? Ora, os objetivos de sua vida nada têm a ver com a eternidade, ela não tem nenhum interesse em coisas espirituais; ela não consegue ver o seu estado de ruína espiritual; sua visão está cegada e ela não enxerga sua miséria interior; ela não tem nenhuma razão em seu coração para clamar e invocar o Nome do Salvador no afã de suplicar-Lhe salvação, porque nunca se viu perdida. Tudo aquilo que a bíblia apresenta no que tange a doutrina da salvação eterna não passa de ser loucura para essa pessoa. Enfim, toda sabedoria de Deus revelada nas páginas sagradas não passa de algo absurdo ao seu modo de pensar. Diante de tais fatos resta explicar aqui o que vai resultar no viver social daquele que é tachado de “rico”, ele vai ter o que sempre quis ter, os louvores dos homens.

         Aquele que é pobre no sentido espiritual há de buscar o louvor de Deus, mas aquele que é rico na alma, há de buscar o louvor dos homens, e afinal hão de achar esse louvor. Seu tesouro é acumulado aqui. Eis aí a verdade que a palavra de Deus nos mostra. Aquilo que buscamos, vamos achar. No caminho por onde trilhamos haveremos de chegar a algum lugar. Resta agora que tomemos as Escrituras para assim sabermos a respeito desse assunto amedrontador no que se refere ao louvor que milhares agora estão recebendo dos homens.

                Termino a meditação de hoje investigando os corações dos leitores. O que você busca neste mundo? O louvor de Deus ou dos homens? Sua função é acumular tesouros aqui ou no céu? Seu coração está aqui neste mundo ou está na casa eterna, no céu?