“Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado como presa. O Senhor viu isso e desaprovou o não haver justiça. Viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve. Vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs sobre si a vestidura da vingança e se cobriu de zelo, como de um manto. Segundo as obras deles, assim retribuirá; furor aos seus adversários e o devido aos seus inimigos; às terras do mar, dar-lhes-á a paga” (Isaías 59:15-18)
A NECESSIDADE DESSE SALVADOR.
Vemos o quanto o próprio Deus tomou a providência para trazer o Salvador ao mundo.
1. Encontrando o poder certo: “pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação”. Observemos bem que na providência de Deus, ele está mostrando que, fora do poder da graça de Deus, não há força capaz de vencer e destruir o império do pecado. Que texto fantástico! Veja como as palavras de Deus destacam bem Seus atos soberanos vistos em toda obra da salvação. Mas é exatamente isso o que a bíblia expõe em toda Escritura, especialmente no livro de João.
2. Encontrando a arma certa: “...e a sua própria justiça o susteve”. Acho que o leitor pode lembrar o quanto tenho enfatizado que salvação bíblica é uma exposição de perfeita justiça. Não existe salvação sem essa dinâmica e poderosa justiça vinda de Deus. O que é o pecado? Em 1 João o escritor afirma que toda injustiça é pecado (1 João 5:17). Se você estiver familiarizado com a carta de Paulo aos Romanos, verá que Paulo, ao falar do evangelho ele, em palavras expõe um cenário de julgamento. Todo beleza do evangelho é que ele aparece com vestes brancas e puras, representando justiça, retidão. O evangelho é a beleza e dinâmica da justiça de Cristo vista nos salvos. O que vemos é o homem que antes era um ímpio, agora salvo está mostrando que é um justo que vive pela fé (Romanos 1:17).
Querendo frisar ainda mais esse assunto de tanta importância, creio que vale a pena ressaltar que o pecado é injustiça e o problema do homem é ausência de justiça: “Não há justo” (Romanos 3:10). O pecado no Éden foi um ato de ofensa, transgressão e outros termos que descreve a atitude de rebelião do homem contra o Criador. A vida no pecado é continuamente mostrada em atos de injustiça contra Deus e contra o próximo.
Sendo assim, posso afirmar que a entrada da perfeita justiça foi a maneira perfeita de Deus em destruir o poder do pecado, porque o Justo morreu em lugar do injusto, como diz Paulo em 2 Coríntios 5:21: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. Aí está a diferença entre o verdadeiro Salvador e as imitações deste mundo. Quer ver o Salvador vindo de Deus ao mundo, então veja o Justo. O mundo gosta de um Jesus bondoso, mas não do justo. Cristo é bondoso? Claro! Em tudo Ele é perfeito. Mas o que sobressai na grande obra da salvação é que Ele é apresentado ao mundo como o Justo. O que Ele passa aos crentes? Justiça! Mas não é nossa justiça, porque ela é vista por Deus como trapo de imundície (Isaías 64:6). Os salvos foram revestidos da justiça desse maravilhoso e perfeito Justo, para que possam exibir perante o mundo os traços dessa justiça, conforme o incrível ensino visto em Romanos 6.