“Com tudo isto ainda pecaram, e não deram
crédito às maravilhas. Por isso consumiu os seus dias na vaidade e os seus anos
na angústia” (Salmo 78:33)
OS
HORRORES VISTOS NOS ANOS: “...e os seus anos na angústia”.
Os anos na angústia, porque a vaidade
terá o controle, a fim de pensar que tudo vai muito bem. Os rebeldes contra
Deus sempre vão achar que Deus está lhes abençoando e mesmo em meio às
angústias seus corações endurecidos não percebem que estão cercados da ira de
Deus. Nos anos da angústia vem apatia; vem um consolo mortal envolver toda
alma; vem um espírito de satisfação com os momentos aparentemente melhores.
Quando Deus colocou Coré, Datã e Abirão no lugar onde sofreriam o castigo
merecido, eis que imediatamente toda compaixão que antes os envolvia foi
tirada. O patíbulo onde será executado nem sempre é visto e reconhecido pelos
rebeldes. Nem mesmo a velhice e a chegada de Jeú com sua tropa foi suficiente
para acordar uma mulher cercada pela ira de Deus (2 Reis 10). Nem mesmo a
terrível dor que afligiu Jeorão até à sua morte abalou sua vida, despertando
para o arrependimento.
Também, os anos serão envolvidos na
angústia porque a alma lá dentro começará a sentir a solidão e a miséria. Ao
abandonar o Senhor, rejeitar Sua liderança e procurar fazer o que bem quer
fazer, eis que imediatamente os sonhos da vaidade são desfeitos e em lugar
deles aparecem os pesadelos. A vida vira uma miséria porque todo fundamento do
viver começa a desmoronar. Os homens com quem se alegrava ficam distante; os
prazeres que envolvem o corpo vão sumindo; os desejos normais da vida dão lugar
às enfermidades e não há como escapar dessas coisas. A angústia que envolve a
alma nessa condição começa a mostrar que a morte está chegando e que os
inimigos, antes invisíveis começam a se aproximar para zombar do fracasso e do
terrível destino que se aproxima. Seus consoladores chegam para jogar vinagre
em suas feridas; as mensagens de conforto serão apenas de alguns momentos. A
noite virá para atormentá-lo e o dia será um refresco provisório, declarando
que está perto o dia mau.
Na angústia, porque a presença da morte
começará a chegar e anunciar que
terá que enfrentar o horror do juízo de Deus. Oh! Que tristeza! A felicidade, que tanto procurou está lhe
deixando desamparado, postando-se de longe e dizendo-lhe Adeus! Tudo está indo
embora para sempre e que o que esperava de um paraíso terrestre é rasgado para
mostrar que ele há de enfrentar a face do grande Juiz. Ora, não ouviu a palavra
de Deus, então, aquilo que foi idolatria lhe não mais lhe traz felicidade. As
preciosidades achadas nesta vida não vão livrar-lhe da desgraça que está
chegando. Agora ele percebe tardiamente que a vida é uma miséria e que há
ameaças constantes em tudo.
Só
angústia envolve sua alma, porque a vaidade lhe roubou as forças e que agora
não tem nada que possa lhe fazer forte ante o
terror da enfermidade e da morte. Aconteceu que antes brincou com Deus, zombou
Dele, desconfiou de Sua liderança e recusou Suas provisões. O que lhe espera
agora? Não é miséria? Eis aí o horror de um viver agarrado ao egoísmo e ao
prazer, sem se humilhar perante o Senhor, buscando dele a salvação.
Mas há esperança para os arrependidos,
porque as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos. A
mulher adúltera percebeu pela graça o quanto foi louca a sua decisão de servir ao
pecado, mas foi logo atraída pelo amor de Deus e recebeu Dele o perdão e
salvação.
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