“Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no dia do teu poder; com santos ornamentos, como orvalhos emergindo da aurora serão os teus jovens”
A TRISTE REALIDADE DA TRANSITORIEDADE DESTA VIDA
Comecei o assunto na página anterior mostrando que neste mundo sempre houveram e haverão momentos de aparente glória, mas a verdade permanece que neste mundo teremos picos e vales, subidas e descidas. Sempre somos acionados a voltar e pisar a realidade do vale. Se não estivermos ligados à Palavra de Deus, sintonizados com a verdade, eis que o engano do pecado nos dará no íntimo a impressão de que a vida aqui é a melhor que temos e que, por isso devemos aproveitar ao máximo. A vida aqui ousa sempre nos prender à zona de conforto, da qual não queremos sair. Estamos sintonizados à natureza e esquecemos que tudo o que é desta natureza terrena e animal foi fulminado pelo pecado e segue a vaidade.
Vejamos bem o quanto nosso Senhor veio nos desprender disso; que veio nos arrancar desse sistema vil; veio por assim dizer, importunar nossa carne rebelde e levar-nos a segui-lo pelo caminho certo. Por esta razão foi que Ele afirmou: “Quem ama esta vida, perdê-la-á”; outra vez Ele disse: “Quem quiser vir após mim negue-se a si mesmo...”. Todas essas afirmações vêm estraçalhar a malignidade da natureza terrena e transitória, a qual carregamos em nossos corpos corruptíveis e mortais. Também, os santos de Deus presenciaram essas realidades e pela força da graça desprezaram esse sistema tão confortável, mas extremamente perigoso aqui. Moisés percebeu isso pela fé, porque recusou todo conforto que a vida de um monarca egípcio traria, a fim de aqui sofrer com o povo de Deus, a fim de alcançar um prêmio infinitamente mais excelente.
Percebemos esse fato na vida de homens como Daniel e seus amigos. Não havia lugar mais confortável do que a vida luxuosa no palácio da babilônia. Era simples, o que exigia era apenas uma entrega aos padrões corrompidos e idólatras daqueles homens e a vida seria excelente. Mas aqueles homens viam tudo à luz da verdade eterna, por isso o fogo e as dentes dos leões em nada os amedrontaram. O que eles miravam aqui era a ressurreição e não o conforto promovido pelos bens terrenos.
Outro exemplo que nos passa despercebido é a vida de Mardoqueu, um homem de incrível humildade, mas cheio de coragem para lutar pelo bem do seu povo (Ester). Nada vemos naquele homem que elevasse à grandeza, pois teve coragem de recusar submissão a Hamã, um mortal inimigo do povo judeu. Mardoqueu enfrentou, confiou em seu Deus e obteve estupenda vitória, como aquela que vemos narrada nos 10 capítulos do impressionante livro de Ester.
Quando a fé vem de Deus, os homens e mulheres crentes serão sempre motivados a enfrentar a guerra contra o mal aqui. Foi por essa fé que brilhou nos corações daqueles heróis que eles literalmente venceram. Quando a fé vem dos homens tudo funcionará como uma erva que nasce hoje, mas não demora muito para ser pisada e assim desaparecer. O mundo hoje está cheio dessa fumaça religiosa; não há qualquer temor; não há qualquer interesse em coisas eternas; não há qualquer espírito de renúncia e de santificação nem tampouco o temor do Senhor. Por que viver à luz da ressurreição quando o mundo parece ser tão bonito e atraente? Para muitos que afirmam ser crentes tudo isso parece ser uma opção inútil e inválida. Triste realidade!
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