“E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. (Gálatas 5:24).
O MODO DE VIDA (cont.): “...crucificaram a carne...”
Querido leitor, meu trabalho hoje consiste em mostrar a base doutrinária onde se fundamenta essa declaração: “...crucificaram a carne com suas paixões e concupiscência”. O mundo é o palco das atividades religiosas de satanás que sutilmente consegue imitar Deus, por isso precisamos conhecer os seus ardis, a fim de não sermos induzidos especialmente pelo programa da nova era.
O que significa essa linguagem de Paulo: “...crucificaram a carne...? O leitor atento poderá perceber que isso é algo impossível para a natureza humana? Simplesmente não há qualquer possibilidade para os escravos do pecado crucificar a carne. Nossa identidade é apresentada na bíblia: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). Alem disso, somos escravos daquele que prontamente decidimos obedecer: “Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis...” (Romanos 6:16). Ora, nossa decisão de obediência ao pecado aconteceu fora do Éden (Gênesis 3).
Voltemos, portanto ao texto em Gálatas 5:24, porque o próprio texto nos fornece a resposta para tantas indagações. Veja caro leitor, que com o verbo no passado (crucificaram), somos levados imediatamente a uma história, um evento. Da mesma maneira que a atual condição do homem no pecado nos mostra a história da nossa queda em Adão, os “...que são de Cristo...” tem sua história a partir da cruz. Não há como explicar esse milagre! Aliás, não se explica milagre, mas o resultado está aí perante nossos olhos, porque “os que são de Cristo crucificaram a carne...” . Os verdadeiros crentes são pessoas comuns, homens e mulheres que são susceptíveis a pecar. Mas a diferença entre eles e aqueles que não são de Cristo manifesta-se claramente no fato que algo já ocorreu com eles um dia, que houve mudança em seus corações. Ora, a história deles é contada a partir da cruz, porque foi ali na que todo povo de Deus, todos os eleitos, todos os pecadores por quem Cristo morreu, foram identificados com o Filho de Deus em Sua morte, sepultamento e ressurreição.
Caro leitor, não ocultemos nossos olhos desses detalhes bíblicos. Lembremos bem que da mesma maneira que toda raça caiu em Adão, aprouve a Graça trazer em Cristo uma nova raça, conforme 2 Coríntios 5:17: “E assim, se alguém em Cristo é nova criatura...” (no original “criação”). Vou tentar colocar a verdade em palavras que possam ser entendidas pelos meus leitores. Veja bem, os homens no pecado são assim escravos, levados pela morte para a morte eterna, porque a história deles começa na queda: “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:21). Percebe-se que a verdade a respeito da condição pecaminosa não pode ser explicada a não pela natureza herdada de “...um só homem...”. Noutras palavras, sou o que sou, somos o que somos em Adão. Agora passemos para o outro lado, porque em Cristo uma nova nação é levantada a partir da Sua morte, seu sepultamento e seu levantar dentre os mortos. Então, veja a diferença: “Em Adão” e “Em Cristo”. Que história maravilhosa da atuação da graça! A novidade de vida não é contada a partir de uma igreja, de uma condição social melhor, de uma condição moral mais adequada, etc. Não há ninguém que possa modificar o homem! Não há denominação, nem organização social que possa mudar o coração do homem num novo coração carregado do temor do Senhor. Mas Deus o faz por meio do Seu Filho: “...Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jeremias 31:33)
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