domingo, 27 de novembro de 2011

PROSPERIDADE PERIGOSA



“Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra” Salmo 119:67
Será que dá para ver que essa linguagem do salmista não combina em nada com a moderna teologia da prosperidade? Será que o povo de Deus, povo que ignora o conhecimento bíblico para correr atrás das novidades do presente século mau, pode deixar de lado um verso como este?
                 É bom que o povo de Deus saiba que há um perigo tremendo oculto naquilo que é prosperidade material. Quando a prosperidade vem das mãos do Santo e Sábio Senhor, podemos estar certos que aquelas provisões dadas em abundância não serão peso para o crente humilde. Abraão foi um riquíssimo crente na sua época, mas sabia bem que recebera tudo do Altíssimo e era capaz de administrar aquilo para a glória do seu Deus.
Jó reconhecia que sua tremenda prosperidade material era proveniente do Dono Absoluto do céu e da terra e podia transitar livremente na carruagem da humildade, do servir ao seu próximo e do amor obediente ao seu Deus. Quando lhe foi tirada a prosperidade pode dizer no meio da aflição, em tom de adoração: “O Senhor deu e o Senhor o tomou; bendito seja o Nome do Senhor!” (Jó 1:21).
Quando é que a prosperidade material pode ser perigosa? A prosperidade é perigosa se o coração estiver na prosperidade, se ela constitui o seu tesouro e passou a ser o ideal de seu viver. Então, ela surge para deificar o ego; para elevar a auto-dependência; para rasgar todo e qualquer sinal de piedade cristã; para atrair perigosos convidados para sua casa. A preguiça espiritual expulsará o vigor da oração e os cuidados deste mundo farão cancelar os compromissos com Deus e com o povo de Deus. Os joelhos ficarão pesados para correr a carreira rumo à santidade; os braços estarão cansados para empunhar a espada do Espírito contra as hostes da maldade; o amor há de ser abandonado e a preciosidade da esperança da glória perderá o real sentido para o cristão dando lugar aos prazeres mundanos e carnais. A religião será comprada e facilmente subornada para ter cultos da carne. O salmista entendeu isso: “Antes de ser afligido, andava errado”. Por esta razão Deus não ouve muitas das petições dos crentes. Às vezes pensamos que estamos pedindo algo com sabedoria e sentimo-nos irritados, quando não há qualquer indício de resposta. Deus permite que andemos pelo vale das aflições, em dificuldades materiais. Por quê? Ele sabe perfeitamente quão prejudicial para nós será aquilo que almejamos tanto possuir. Fatalmente andaremos errados. Somos “crianças” ainda para lidar com determinadas coisas que tanto almejamos possuir. Não sabemos negociar os negócios do Senhor até que Ele volte. Qual o melhor caminho para nós? O próprio salmista traz-nos no texto: “Mas agora guardo a tua Palavra”. Se alcançarmos isso de fato estaremos indo muito bem no caminho da sabedoria. Não tem um tesouro melhor do que este. É melhor guardar os tesouros eternos no coração, do que carregar os tesouros transitórios da vaidade para nossa ruína espiritual. As pessoas ao nosso derredor precisam mais dos tesouros eternos da Palavra de Deus, do que aquilo que satanás tanto lhes oferece.

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