“Como está escrito: Amei a Jacó...” Romanos 9:13
Como pode Deus amar um pecador? Somente a verdade da eleição pode explicar isso. Nada mais. À luz dos critérios humanos Esaú merecia mais do que Jacó as bênçãos prometidas. Mas, a história do amor eterno de Deus pelo Seu povo não se baseia em lógicas naturais, pois este é um território onde somente a genuína fé pode chegar, abraçar e proclamar que digno é o Senhor de toda honra e glória.
As Escrituras proclamam a linguagem Soberana: “... Amei Jacó...”. A verdade revelada vai mais além, para que toda boca da incredulidade seja tapada e a glória seja dada somente a Deus. Não houve uma parcialidade emotiva por parte de Deus ao fazer tal declaração, porquanto os gêmeos nem haviam nascido (Romanos 9:11). De três maneiras veremos esse amor de Deus pelo Seu povo através da vida de Jacó.
Primeiramente vemos que Deus amou um Jacó caído no pecado: “Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). O nome “Jacó” significa “suplantador”. O suplantador é aquele que quer pisar seus semelhantes, ser superior aos outros. Jacó foi assim. Não fosse a intervenção da Graça de Deus aquele moço desde cedo teria a maior facilidade de passar os outros para trás em qualquer negócio, em outras palavras seria um trapaceiro. Por duas vezes mostrou essa esperteza contra Esaú seu irmão; mentiu para seu pai sem que houvesse qualquer consciência de erro, e foi assim até que lá adiante encontrou um “Jacó” pior do que ele, Labão, seu tio. Provamos em nossa inútil maneira de viver o quanto o pecado domina nossas vidas em determinados aspectos. Cristo salvou o ladrão na cruz; Cristo chamou um desonesto Zaqueu; Cristo chamou e salvou um Saulo religioso e fanático, etc.
Em segundo lugar vemos que Deus amou um Jacó de tal maneira que o atraiu aos Seus Braços: “... Com amor eterno eu te amei; com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). O Senhor fez assim com Jacó. Ele primeiro tirou Jacó da presença “protetora” de seus pais, então, fez com que Jacó ficasse só, completamente isolado, longe de qualquer amparo humano, à mercê de inimigos vorazes. Deixou atrás de si um Esaú amargo e vingativo sem saber que tinha pela frente um Labão avarento e disposto a matar por causa de suas riquezas. Ao tentar voltar para a casa de seus pais vinte anos depois, percebeu que estava indo de encontro à força armada de Esaú e fugia da força armada de Labão. Pobre Jacó, não tinha para onde fugir, a não ser para Deus. Deus faz assim com os pecadores que Ele há de salvar. Ele os coloca numa “zona de perigo” onde eles humilhados possam conhecer o arrependimento a fim de que invoquem o Nome do Senhor e sejam salvos.
Finalmente, sabemos que Deus amou um Jacó de tal maneira que o salvou e o transformou: “Fiel é a Palavra de digna de inteira aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores...” (1Timóteo 1:15). As tribulações da vida ocasionadas pelo Jacó suplantador foram instrumentos do amor eletivo de Deus para chamar aquele homem para Si mesmo. Que encontro maravilhoso aquele momento em que o Amor de Deus chegou para abrir os olhos de Jacó (Gênesis 32)! Foi ali sozinho que a Graça superabundou e venceu o velho homem chamado Jacó e o amor eletivo concedeu-lhe outro nome – Israel. Amigo leitor dei aqui um perfil bem superficial do amor de Deus em favor daqueles que Ele, em Cristo, resolveu salvar para Sua Glória. Esta verdade é doce para os corações que amam a Palavra da verdade. Deus amou pecadores.
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