“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Amigo leitor, que privilégio tem o salvo de conhecer o amor de Cristo! Nada existe aqui que possa ser comparado ao amor eterno que o Filho de Deus manifestou ao Seu povo! Que comunicação perfeita! Que amor inigualável! Todos os verdadeiros crentes são convidados a viver à sombra de tão forte amor e os pecadores arrependidos são chamados à fonte do amor que salva, perdoa e purifica a alma contaminada e suja, a fim de que participe para sempre do amor eterno. Minhas palavras são demasiadamente pobres para transmitir tantas riquezas e expor as magníficas jóias desse amor, com as quais o Espírito Santo adorna os salvos, embeleza a igreja e reveste-a da pureza e santidade do Amado. Quanto mais o Rei da Glória for conhecido do Seu povo, Sua alegria encherá seus corações e com muito mais ardente amor eles confessarão perante o mundo que pertencem ao Amado.
Com a graça do Senhor vou esforçar-me em mostrar que essa confissão: “Eu sou do meu Amado, e o meu Amado é meu”, mostra como os crentes mostram essa reciprocidade de amor: “e Ele é meu”. É exatamente isso o que o verdadeiro evangelho faz, porquanto ao pecador é transmitida a glória de Cristo, sua beleza, formosura, graça, afeto e ternura por aquele que estava perdido, mas foi achado. Quando a alma entende tal verdade a sua confissão aparece imediatamente. Ora, uma vez que Ele tanto me amou quando eu, um perdido merecia a punição eterna, de agora em diante vou amá-Lo. Já que Ele tomou-me para que eu fosse Dele para sempre, doravante Ele é meu e vou confessar tal fato perante os homens.
Caro amigo medite nessa verdade tão envolvente, porque todo ensinamento e orientação transmitidos aos crentes estão fundamentados no amor de Cristo. A alma que desconhece a visitação salvadora de Cristo não pode obedecer-Lhe em amor, nem mesmo almeja fazer isso. Seguir o Pastor das ovelhas é uma disposição normal de um coração humildemente grato; de uma alma que outrora estava cega, mas que agora vê com que amor foi atraído por Deus, para pertencer eternamente ao Filho (João 6:37). Judas era um seguidor, mas seu coração farejava riquezas terrenas, por isso afastou-se porque não pertencia ao reino do amor do Filho. Quem é do mundo há de amar o mundo e há de satisfazer-se no mundo. A mulher de Ló era afeiçoada a Sodoma, por essa razão nada tinha com o Deus do Seu marido. Não podia ouvir os solenes avisos de destruição que fatalmente cairia sobre aquele povo corrompido. Quem é do mundo vai amar o mundo e odiará o Senhor, exatamente como este mundo O odeia.
Amigo, meditemos nessas sublimes verdades reveladas! Fomos chamados a viver do amor desse Amado de nossas almas! Deus nos deu Seu Filho! Não nos foi dado um anjo, mas sim o próprio Senhor da glória! O Pai entregou ao povo eleito pedaços de pão que caem da mesa celestial, mas sim a própria fonte de amor perene. O mundo aqui corre célere em busca de migalhas perecíveis, mas os santos de Deus são os Bem-aventurados! Eles pertencem ao Filho e o Filho pertence a Eles! Tendo isso como base, corramos para a direção certa, para o viver correto, a fim de que desfrutemos aqui, mesmo imperfeitos, aquilo que na eternidade será perfeito.
Onde está nossa felicidade? Notemos bem como os santos do passado transmitiam isso. Tomemos as palavras da primeira estrofe desse antigo hino:
“Cristo satisfaz minha alma, pois em meu lugar sofreu
Vida, liberdade plena, sua salvação me deu”
Como satanás tem mudado tudo! Todo enfoque do evangelho moderno é a felicidade que este mundo pode dar. O Cristo moderno não passa de ser uma ilusão de satanás; o deus continua sendo o “deus mamon”, tão cobiçado e atraído pelas concupiscências da carne!
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