segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (6) Achada pelo Amado

“Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
DESCOBERTA PELO AMADO (continuação):
Amigo leitor continuemos nossas considerações na frase: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado?”. Que essas investigações no livro santo venham encher nossos corações de prazer. A fé trabalha diligentemente na busca dos tesouros eternos, como as abelhas buscam no néctar das flores aquilo que precisam para produzirem o mel. A revelação escrita é a porta onde a fé entra a fim de deleitar-se no conhecimento do Amado. Nenhum crente tem desculpas para viver espiritualmente ocioso, porque, se não tiver interesse pelas verdades eternas deve examinar se sua fé é proveniente de Deus: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus...” (João 8:47).
Outra lição maravilhosa e cheia de riquezas para a alma está no fato que a noiva foi achada pelo noivo amado: “... e vem encostada ao seu amado?”. Sem o conhecimento adequado da graça somos inclinados a crer que a iniciativa de amor foi nossa, mesmo que estivermos informados pela bíblia. No íntimo a natureza carnal nos leva a crer que fomos nós que tomamos a decisão por Cristo, que Ele foi atraído pelo nosso amor por Ele; que Ele foi alvejado pela nossa disposição de escolha. Porém, quanto engano! Notemos a linguagem do Senhor em favor do Seu povo amado na eternidade: “...Com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). Foi o perfeito amor, inigualável, eterno, inexplicável do Senhor, que O levou a deixar o lar na glória e entrar nesse deserto enganador para livrar Seus santos dessa escravidão, aflição e perdição onde estavam sob a liderança do príncipe das trevas. Notemos bem o quanto Ele deixou claro que veio buscar os perdidos (Lucas 19:10).
Quem são os perdidos? Todos? Não! Absolutamente! Milhares estão neste mundo plenamente satisfeitos com a recompensa da escravidão. Aliás, nem sabem o que significa escravidão, porque não podem divisar qualquer sinal de escravidão. Eles miram o horizonte e vêem liberdade, sucesso, fama e glórias terrenas. Como pernilongos sentem cheiro de sangue, milhares respiram a atmosfera terrena com prazer. Cristo não veio buscar essas almas, Ele veio buscar perdidos. Os perdidos percebem que estão perdidos, porque Deus abriu seus olhos e agora contemplam a aridez que este mundo é para suas almas.
Vejam a diferença que a Palavra de Deus mostra na vida de dois homens ricos nos caps. 18 e 19 de Lucas. Na primeira narrativa temos a descrição do que significa quando a alma nada vê, nem sente de perdição. Aquele homem rico chegou para Jesus, aparentemente interessado em ter certeza de vida eterna, mostrando isso na pergunta: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?”. Que pergunta lisonjeadora! Seria um prato cheio para os evangelistas modernos que gostam de igrejas cheias. Afinal, ele queria ter vida eterna, não seria bom que nosso Senhor simplesmente adicionasse essa certeza no Seu coração? Ali estava um homem religiosamente correto, moralmente equipado pelas diretrizes da lei de Moisés. O que faltava para Ele? Afinal, olhando por todos os ângulos de sua vida, tudo parecia certinho, só faltando a certeza da vida eterna.
Porém, ali estava um pecador que nunca vira seu estado de perdição; não foi uma alma direcionada pela fé bíblica; não estava perante o Senhor uma alma humilhada, em ampla disposição de confissão, anelante pela verdade. Ele pensava que Jesus não passava de um bom mestre apenas, ignorava que perante Ele estava o Filho de Deus que conhecia perfeitamente as manipulações de um coração pervertido.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sondando sua Consciência por Jonathan Edwards

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos, vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmos 139.23,24).

O Salmo 139 é uma meditação sobre a onisciência de Deus. Deus vê e sabe perfeitamente todas as coisas. O salmista apresenta esse perfeito conhecimento afirmando que Deus conhece todas as nossas ações (“Sabes quando me assento e quando me levanto” v. 2a); todos os nossos pensamentos (“de longe penetras os meus pensamentos” v. 2b); todas as nossas palavras (“Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conhece toda” v. 4).

Depois ele ilustra a impossibilidade de fugir da presença divina:

Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa (vs. 7-12).

Em seguida, fala do conhecimento que Deus tinha dele até mesmo antes do seu nascimento:

Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe… Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda (vs. 13,15,16).

Depois disso, o salmista observa o que deve ser inferido como uma conseqüência necessária da onisciência de Deus: “Tomará, ó Deus, desses cabo do perverso” (v.19).

Finalmente, o salmista faz uma aplicação prática da sua meditação sobre a onisciência de Deus: ele implora para que Deus o sonde e o examine e veja se há nele algum caminho mau, e que o guie pelo caminho eterno.

Obviamente, o salmista não está implorando que Deus o sonde para que Deus possa obter qualquer informação. O objetivo de todo o Salmo é a declaração de que Deus sabe todas as coisas. Por essa razão, o salmista está orando para que Deus o sonde a fim de que o próprio salmista possa ver e ser informado do pecado do seu próprio coração.

Davi obviamente examinou seu próprio coração e seus caminhos, mas não confiou nisso. Ele ainda temia que pudesse ter algum pecado desconhecido que tivesse escapado de sua própria sondagem; então pediu para que Deus o examinasse.

Em outro lugar, Davi escreveu: “Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas” (Sl 19.12). Quando disse “faltas ocultas” ele quis dizer que elas lhe eram secretas – aqueles pecados que tinha, mas não era consciente deles.

Todos nós deveríamos nos preocupar em saber se vivemos com algum tipo de pecado que até nós mesmos desconhecemos. Se alimentamos algum desejo secreto ou negligenciamos algum dever espiritual, nossos pecados escondidos são tão ofensivos a Deus e o desonram tanto quanto os conhecidos, evidentes e os notórios. Desde que somos tendentes ao pecado, e o nosso coração está cheio deles, devemos tomar um cuidado especial para evitar aqueles que são insolentes, involuntários e cometidos na ignorância.


Por que as pessoas vivem no pecado sem saber

Nosso problema em reconhecer se há em nós algum caminho mau não é por falta da luz externa. Certamente Deus não falhou em nos dizer clara e abundantemente quais são os maus caminhos. Ele nos deu mandamentos mais do que suficientes que mostram o que deveríamos e o que não deveríamos fazer; e eles estão claramente colocados diante de nós na sua Palavra. Então, nossa dificuldade em conhecer nosso próprio coração não é pelo fato de nos faltarem normas adequadas.

Como é possível as pessoas viverem de maneira que desagradam a Deus – e no entanto parecerem completamente insensíveis a isso e seguirem em frente totalmente esquecidas de seus pecados? Diversos fatores contribuem para essa tendência maligna da humanidade:

A natureza cega e enganosa do pecado. O coração humano é cheio de pecado e corrupção; e a corrupção tem um efeito espiritual de cegueira. O pecado sempre carrega um grau de obscuridade. Quanto mais ele prevalece, mais ele obscurece e ilude a mente. Ele nos cega para a realidade que está no nosso próprio coração. Assim, o problema não é, em absoluto, a falta da luz da verdade de Deus. A luz brilha suficientemente ao nosso redor, mas a falha está nos nossos olhos; estão obscurecidos e cegos pela incapacidade mortal que resulta do pecado.

O pecado engana facilmente porque controla a vontade humana, e isso altera o julgamento. Quando a concupiscência prevalece, predispõe a mente para aprová-la. Quando o pecado influencia nossas preferências, ele parece agradável e bom. A mente é naturalmente predisposta a pensar que tudo o que é agradável é correto. Portanto, quando um desejo pecaminoso vence a vontade, também lesa o entendimento. Quanto mais a pessoa anda no pecado, provavelmente, mais a sua mente será obscurecida e cega. Assim é que o pecado assume o controle das pessoas.

Portanto, quando elas não estão conscientes do seu pecado, fica extremamente difícil fazê-las enxergar o erro. Afinal de contas, o mesmo desejo maligno que as levou ao pecado, as cegará. Quanto mais uma pessoa raivosa consente com a malícia ou com a inveja, mais esses pecados cegarão seu entendimento para que ela os aprove. Quanto mais um homem odeia o seu vizinho, mais ele tende a pensar que tem uma boa causa para odiar, e que aquele vizinho é digno de ódio, que merece ser odiado, e que não é seu dever amá-lo. Quanto mais prevalecem os desejos de um homem impuro, mais doce e agradável o pecado lhe parecerá, e mais ele tenderá a pensar que não há mal nisso.

Semelhantemente, quanto mais uma pessoa deseja coisas materiais, provavelmente mais pensa que é desculpável por agir assim. Dirá a si mesma que precisa de certas coisas, e que não pode viver sem elas. Se são necessárias, raciocina ela, não é pecado desejá-las. E as concupiscências do coração podem assim ser justificadas . Quanto mais prevalecem, mais cegam a mente e influenciam o julgamento que as aprova. Por isso, a Bíblia denomina os apetites mundanos de “as concupiscências do engano” (Ef 4.22). Até pessoas piedosas podem por um tempo permanecer cegas e iludidas pela concupiscência, e assim viverem de uma maneira que desagrada a Deus.

A concupiscência também incita a mente carnal a inventar desculpas para as práticas do pecado. A natureza humana é muito sutil quanto se trata de racionalizar o pecado. Alguns são tão devotados às suas maldades que quando a consciência os importuna, torturam a mente a fim de encontrar argumentos que façam com que ela se cale e que os convençam de que procederam licitamente quando pecaram.

O amor a si mesmo também predispõe as pessoas a desculparem o seu pecado. Elas não gostam de se condenar. São naturalmente preconceituosas em seu próprio favor. Procuram bons nomes para denominar suas tendências pecaminosas. Elas as transformam em virtudes – ou no mínimo em tendências inocentes. Rotulam a avareza de “prudência”, ou então chamam a ganância de “negócio inteligente”. Quando se alegram com as calamidades do próximo, fingem que é porque esperam que isso trará algum bem à pessoa. Se bebem muito, é porque sua constituição física o exige. Se caluniam , ou falam do vizinho, afirmam ser zelosos quanto ao pecado. Se entram numa discussão, dizem ter uma consciência obstinada e consideram sua discórdia mesquinha uma questão de princípios. E assim, encontram bons nomes para todas as formas de mal.

As pessoas têm a tendência de adaptar os seus princípios à sua prática, e não o contrário. Além de permitir que seu comportamento se conforme com a consciência, despenderão uma energia tremenda tentando fazer com que sua consciência se adapte ao seu comportamento.

Como o pecado é tão enganoso, e como temos muito pecado no coração, é difícil julgar nossos próprios caminhos com justiça. Por causa disso, deveríamos fazer um auto-exame diligente e nos preocupar em descobrir se há em nós algum caminho mau. “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hb 3.12,13).

As pessoas vêem mais facilmente os erros dos outros do que os seus. Quando vêem os outros errarem, imediatamente os condenam – até mesmo enquanto se desculpam pelos mesmos pecados! (cf. Rm 2.1) Todos vemos um argueiro nos olhos dos outros e não a trave nos nossos olhos. “Todo caminho do homem é reto aos próprios olhos” (Pv 21.2). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9) Não podemos confiar em nosso coração nesta questão. Em vez disso, devemos nos vigiar, interrogar nosso coração cuidadosamente, e pedir a Deus que nos sonde completamente. “O que confia no seu próprio coração é insensato” (Pv 28.26).

A sutileza de Satanás. O demônio trabalha corpo a corpo com as nossas paixões enganosas. Ele labuta para tornar-nos cegos às nossas faltas. Continuamente se esforça para nos levar ao pecado, e então, trabalha com a nossa mente carnal nos bajulando com a idéia de que somos melhores do que realmente somos. Assim, ele cega a consciência. É o príncipe das trevas. Cegar e enganar têm sido seu trabalho desde os nossos primeiros pais.

A força do hábito. Algumas pessoas se esquecem dos pecados que lhe são habituais. Freqüentemente os pecados habituais entorpecem a mente, e dessa maneira, tais pecados, que uma vez afligiram a consciência, começam a parecer inofensivos.

O exemplo dos outros. Alguns se tornam insensíveis ao próprio pecado porque deixam a opinião popular ditar o seu padrão. Observam o comportamento dos outros a fim de discernir o que está certo ou errado. Porém, a sociedade é tão tolerante com o pecado que muitos deles perderam seu estigma. As coisas que não agradam a Deus e são consideradas abomináveis à sua vista parecem inocentes quando visualizadas através dos olhos da opinião popular. Talvez as vejamos sendo praticadas por pessoas que estimamos, ou nossos superiores, ou por aqueles que são considerados sábios. Isso tende a favorecer essas coisas e a diminuir o sentido de sua pecaminosidade. É especialmente perigoso quando homens piedosos, líderes cristãos respeitados são vistos comprometidos com práticas pecaminosas. Isso especificamente tende a calejar o coração do observador e a cegar a mente a respeito de qualquer hábito maligno.

Obediência incompleta . Aqueles que obedecem a Deus indiferentemente ou pela metade correm o risco de viverem em pecado encoberto. Alguns cristãos professos negligenciam parte de seus deveres espirituais enquanto se concentram em outra parte. Seus pensamentos talvez estejam completamente voltados à oração secreta, à leitura bíblica, à adoração pública, à meditação e a outros deveres religiosos – enquanto ignoram os deveres morais: suas responsabilidades em relação à esposa, aos filhos ou aos vizinhos.

Sabem que não devem defraudar o seu vizinho, mentir ou fornicar. Mas parecem não considerar quanto mal há em falar dos outros de modo leviano, censurar o vizinho, contender e brigar com as pessoas, viver hipocritamente diante da família ou negligenciar a instrução espiritual de seus filhos.

Esse tipo de pessoa parece ser muito consciente em algumas coisas – aquelas áreas de sua obrigação sobre as quais se mantém vigilante – mas negligencia completamente outras áreas importantes.


Como descobrir o pecado desconhecido no íntimo

Como observamos, naturalmente, é muito difícil avaliar honestamente o nosso próprio pecado. Mas, se estivermos realmente preocupados com isso, se formos rígidos e sondarmos totalmente o nosso coração, podemos, na maioria das vezes, descobrir o pecado no íntimo. As pessoas que querem agradar e obedecer a Deus, com toda luz que desfrutamos, certamente não precisam continuar nos caminhos pecaminosos por causa da ignorância.

É verdade que o nosso coração é muito enganoso. Mas Deus, em sua santa palavra, nos deu luz suficiente para o estado de trevas em que nos encontramos. Por meio do cuidado e da averiguação, podemos conhecer nossas responsabilidades espirituais e saber se estamos vivendo em algum caminho mau . Todo aquele que tem algum amor a Deus ficará grato pela ajuda bíblica nesta questão. Tais pessoas estão preocupadas em andar em todas as coisas que Deus queria que andassem, como agradá-lo e honrá-lo. Se a vida delas, de alguma maneira, ofende a Deus, terão prazer em saber disso e de maneira nenhuma optam por ocultar de si mesmas o próprio pecado.

Também, aquele que pergunta com sinceridade, O que eu devo fazer para ser salvo? irá querer identificar o pecado em sua vida, já que é o pecado o que o separa de Cristo.

Há duas maneiras pelas quais chegamos ao conhecimento do nosso pecado:

Conhecimento da Lei de Deus. Se você deseja saber se vive em pecado desconhecido, deve familiarizar-se totalmente com o que Deus quer de você. Na Bíblia, Deus nos deu normas perfeitas e verdadeiras pelas quais devemos andar. Ele expressou seus preceitos clara e fartamente, assim, somos capazes de saber – a despeito das nossas trevas e desvantagens espirituais – exatamente o que ele requer de nós. Que revelação da mente divina completa e abundante temos nas Escrituras! Quão clara é em nos instruir sobre como nos comportar! Quão freqüentemente seus preceitos são repetidos! E quão explicitamente são revelados, de várias maneiras, a fim de que pudéssemos entendê-los completamente!

Mas que proveito há em tudo isso se negligenciamos a revelação de Deus e não nos esforçamos em nos inteirar dela? Que proveito há em se ter princípios piedosos se ainda não os conhecemos? Por que Deus revelaria a sua mente, se não nos importamos em saber o que é ela?

No entanto, a única maneira pela qual podemos saber se estamos pecando é conhecendo sua lei moral: “Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3.20). Entretanto, se não queremos continuar desagradando a Deus, devemos estudar diligentemente os princípios do certo e do errado que ele revelou. Devemos ler e pesquisar muito mais as santas Escrituras. E devemos fazer isso com a intenção de conhecer todo o nosso dever, assim a Palavra de Deus pode ser “lâmpada para os [nossos] pés e luz para os [nossos] caminhos” (Sl 119.105).

E, assim sendo, está claro que a maior parte das pessoas é muito mais culpada simplesmente por causa da sua negligência aos deveres espirituais. Antes de tudo, são culpáveis porque desprezam a Palavra de Deus e outras fontes que poderiam informá-las. Agem como se o estudo fosse somente um trabalho dos pastores. Tal ignorância é freqüentemente uma negligência proposital e deliberada. Se não são conscientes do que Deus quer delas, é sua própria falta. Elas têm oportunidade suficiente para saber, e poderiam saber se o quisessem.. Além disso, se esforçam para ter outros tipos de conhecimento. São bem treinadas em qualquer interesse mundano que lhes agradam. Aprendem qualquer coisa que seja necessário para ganhar a vida no mundo. Porém, não gastam nenhuma energia para buscar o que conta para a eternidade.

O autoconhecimento. Segundo, se você deseja saber se está odiando o seu pecado secreto deve examinar a si mesmo . Compare a sua vida com a lei de Deus, e veja se você se conforma com o padrão divino. Este é o caminho primário que devemos tomar para descobrir nosso próprio caráter. Esta é uma diferença importante entre o ser humano e os animais irracionais: o homem é capaz da auto-reflexão, capaz de contemplar seus próprios atos e avaliar a natureza e a qualidade deles. Sem dúvida nenhuma isso foi parte do motivo pelo qual Deus nos deu o seu poder – a fim de que pudéssemos conhecer e avaliar nossos próprios caminhos.

Devemos nos examinar até descobrirmos se concordamos ou não com os princípios da Bíblia. Isso requer a máxima atenção, a fim de não omitir os nossos próprios erros, ou de não permitir que nenhum caminho mau se esconda de maneira dissimulada.


Como examinar a si mesmo

Você poderia pensar que já temos mais informação sobre nós mesmos do que sobre qualquer outra coisa. Afinal de contas, estamos sempre junto de nós. Somos totalmente conscientes dos nossos atos. Instantaneamente sabemos tudo o que acontece conosco, e tudo o que fazemos.

Mas, em alguns aspectos, é mais difícil obter um conhecimento verdadeiro sobre nós mesmos do que sobre quase qualquer outra coisa. Portanto, devemos investigar diligentemente no segredo do nosso coração e examinar cuidadosamente todos os nossos caminhos e condutas. Aqui estão algumas diretrizes para ajudar neste processo:

Sempre una a auto-reflexão com a leitura e o ouvir da Palavra de Deus . Quando você ler a Bíblia ou ouvir sermões, reflita e compare os seus caminhos com o que você leu ou ouviu. Pondere que harmonia ou desarmonia existe entre a Palavra e os seus caminhos. A Bíblia testifica contra todo tipo de pecado e tem direções para qualquer responsabilidade espiritual, como escreveu Paulo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16,17; ênfase acrescentada). Portanto, quando ler os mandamentos dados por Cristo e seus apóstolos, pergunte-se: Vivo de acordo com essas regras? Ou vivo de maneira contrária a elas?

Quando ler histórias da Bíblia sobre os pecados e sobre os culpados, faça uma auto-reflexão enquanto avança na leitura. Pergunte a si mesmo se é culpado de pecados semelhantes. Quando ler como Deus reprovou o pecado de outros e executou julgamentos por seus pecados, questione se você merece punição semelhante. Quando ler os exemplos de Cristo e dos santos, questione se você vive de maneira contrária aos seus exemplos. Quando ler sobre como Deus louvou e recompensou seu povo pelas suas virtudes e boas obras, pergunte se você merece a mesma bênção. Faça uso da Palavra como um espelho pelo qual você examina cuidadosamente a si mesmo – e seja um praticante da palavra (Tg 1.23-25).

Poucos são aqueles que fazem como deveriam! Enquanto o ministro testifica contra o pecado, a maioria está ocupada pensando em como os outros falham em estar à altura. Podem ouvir centenas de coisas em sermões que se aplicam adequadamente a eles; mas nunca pensam que o que o pregador está falando lhes diz respeito. A mente deles está fixa em outras pessoas para quem a mensagem parece se encaixar, mas eles nunca julgam necessitar dessa pregação.

Se você faz coisas que geralmente são evitadas por pessoas perspicazes e maduras, tenha um cuidado especial em questionar-se se tais atos poderiam ser pecaminosos. Talvez você tenha argumentado consigo mesmo que tal ou tal prática é lícita; você não vê mal algum nela. Porém, se a coisa é geralmente condenada por pessoas piedosas, com certeza isso parece suspeito. Será prudente de sua parte considerar conscientemente se isso desagrada a Deus. Se uma prática não é aprovada por aqueles que em tais casos, em geral, provavelmente são mais corretos, você deveria considerar, com o maior cuidado, se a coisa em questão é lícita ou ilícita.

Pergunte a si mesmo se no seu leito de morte terá lembranças agradáveis em relação à maneira que viveu. Pessoas saudáveis freqüentemente aceitam o que não se aventurariam a fazer se pensassem que logo estariam perante o Senhor. Pensam na morte como algo distante, e assim acham muito mais fácil tranqüilizar a consciência sobre o que estão fazendo no presente. Porém, se pensassem que poderiam morrer logo, não achariam tão confortável contemplar o Senhor com tais atos. A consciência não é facilmente cegada e silenciada quando o fim da vida parece iminente.

Solenemente pergunte a si mesmo e veja se está fazendo algo agora que pode trazer problemas quando você estiver no leito de morte. Pense nos seus caminhos e examine-se a si mesmo com a expectativa sensata de logo partir deste mundo para a eternidade. Empenhe-se com sinceridade para julgar imparcialmente as coisas com as quais você terá prazer no seu leito de morte – bem como as que você vai desaprovar e desejar deixar.

Considere o que outros podem dizer sobre você. Embora as pessoas estejam cegas quanto às suas próprias faltas, facilmente descobrem os erros dos outros – e consideram-se aptas o suficiente para falar deles. Algumas vezes, as pessoas vivem de maneiras que absolutamente não são adequadas, porém estão cegas para si mesmas. Não vêem seus próprios fracassos, embora os erros dos outros lhes sejam perfeitamente claros e evidentes. Elas mesmas não vêem suas falhas; quanto às dos outros, não podem fechar os olhos ou evitar ver em que falharam.

Alguns, por exemplo, são inconscientemente muito orgulhosos. Mas o problema aparece notório aos outros. Alguns são muito mundanos ainda que não sejam conscientes disso. Alguns são maliciosos e invejosos. Os outros vêem isso, e para eles lhes parecem verdadeiramente dignos de ódio. Porém, aqueles que têm esses problemas não refletem sobre eles. Não há verdade no seu coração e nem nos seus olhos em tais casos. Assim devemos ouvir o que os outros dizem de nós, observar sobre o que eles nos acusam, atentar para que erro encontram em nós, e com diligência verificar se há algum fundamento nisso.

Se outros nos acusam de orgulhosos, mundanos, maus ou maliciosos – ou nos acusam de qualquer outra condição ou prática maldosa – deveríamos honestamente nos questionar se isso é verdade. A acusação pode nos parecer completamente infundada, e podemos pensar que os motivos ou o espírito do acusador está errado. Porém, a pessoa perspicaz verá isso como uma ocasião para um auto-exame.

Deveríamos especialmente ouvir o que os nossos amigos dizem para nós e sobre nós. É imprudente, bem como não-cristão, tomar isso como ofensa e se ressentir quando os outros apontam nossas falhas. “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Pv 27.6) Deveríamos nos alegrar que nossas máculas foram identificadas.

Mas, também deveríamos atentar para as coisas sobre as quais os nossos inimigos nos acusam. Se eles nos difamam e nos insultam descaradamente – até mesmo com uma atitude incorreta – deveríamos considerar isso como um motivo para uma reflexão no íntimo, e nos perguntar se há alguma verdade no que está sendo dito. Mesmo se o que for dito é revelado de modo reprovável e injurioso, ainda pode ser que haja alguma verdade nisso. Quando as pessoas criticam outras, mesmo se seus motivos forem errados, provavelmente têm como alvo verdadeiros erros. Na verdade, nossos inimigos provavelmente nos atacam onde somos mais fracos e mais defeituosos; e onde demos mais abertura para a crítica. Tendem a nos atacar onde menos podemos nos defender. Aqueles que nos insultam – embora o façam com um espírito e modos não-cristãos – geralmente identificarão as genuínas áreas onde mais podemos ser achados culpados.

Assim, quando ouvirmos outros falando de nós nas nossas costas, não importa o espírito de crítica, a resposta certa é a auto-reflexão e uma avaliação quanto à verdade da culpa em relação aos erros de que nos acusam. Com certeza essa resposta é mais piedosa do que ficar furioso, revidar ou desprezá-los por terem falado maldosamente. Desse modo talvez tiremos o bem do mal, e esta é a maneira mais certa de derrotar o plano dos nossos inimigos, que nos injuriam e caluniam. Eles fazem isso com motivação errada, querendo nos injuriar. Mas, dessa maneira converteremos isso em nosso próprio favor.

Quando vir os erros dos outros, verifique se você tem essas mesmas deficiências . Muitos estão prontos para falar dos erros dos outros, apesar de terem as mesmas falhas. Nada é mais comum para orgulhosos do que acusar o orgulho de alguém. Semelhantemente, é comum para o desonesto reclamar de ter sido enganado por outra pessoa. As características ruins e os maus hábitos dos outros parecem muito mais odiosos nos outros do que em nós mesmos. Facilmente podemos ver quão desprezível é este ou aquele pecado em outra pessoa. Vemos muito prontamente nos outros como o orgulho é detestável, ou quão má a malícia pode ser, ou quão pernicioso é o erro dos outros. Mas, embora vejamos facilmente muitas imperfeições nos outros, quando olhamos para nós mesmos essas coisas ficam obscurecidas por um espelho de ilusão.

Entretanto, quando você vê o erro dos outros, quando percebe quão impróprios são os atos de alguém, que atitudes rudes eles mostram, ou quão inadequado seu comportamento é, quando ouve outros falarem sobre isso, ou quando vê erros no tratamento deles em relação a você – reflita. Avalie se não há algum erro semelhante na sua conduta ou atitude. Perceba que essas coisas são tão inconvenientes e ofensivas em você como são nos outros. O orgulho, o espírito arrogante, e os maneirismos são tão odiosos em você como são no seu vizinho. Seu espírito malicioso e vingativo em relação ao seu vizinho é tão desprezível quanto o dele em relação a você. É exatamente tão pecaminoso o seu erro ou o dolo do seu vizinho quanto isso é para ele em relação a você. É tão indelicado e destrutivo você falar dos outros pelas costas quanto os outros fazerem o mesmo em relação a você.

Avalie como os outros são cegos em relação aos próprios pecados, e pergunte a si mesmo se você sofre do mesmo tipo de cegueira. Você sabe que as pessoas são cegas pelas próprias paixões. Os mesmos apetites e paixões carnais da mente já o cegaram? Veja como os outros estão cegos pelo mundanismo. Questione se sua ligação com este mundo pode estar lhe cegando de tal forma que o leve a justificar coisas na sua vida que não estão certas. Você é tão propenso à cegueira por causa dos desejos pecaminosos quanto os outros. Você tem o mesmo coração enganoso e desesperadamente corrupto. “Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem ao homem” (Pv 27.19).


Sonde sua consciência buscando os pecados secretos

Examine os segredos do seu coração. Você negligencia algum dever que somente você e Deus conhecem? Você aceita alguma prática secreta que ofende os olhos de Deus que tudo vêem? Examine-se a si mesmo em relação às responsabilidades básicas: leitura da Bíblia, meditação, oração secreta. Você cumpre totalmente todos esses deveres? Se sim, você os cumpre de uma maneira irregular e desatenta? Como é o seu comportamento quando está escondido dos olhos do mundo – quando você não tem limites além da sua consciência? O que ela lhe diz?

Mencionarei duas questões em particular:

Pergunte a si mesmo se negligencia a leitura bíblica. Certamente a Bíblia foi escrita para ser lida – não somente por ministros, mas também pelas pessoas. As Escrituras nos foram dadas para estarem conosco continuamente, para atuarem como regra da vida. Assim como o artesão precisa da medida padrão e o cego do se guia, assim como aquele que caminha na escuridão carrega uma luz, assim a Bíblia deve ser a lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos (Sl 119.105).

Josué 1.8 diz: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito, então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”. Deuteronômio 6.6-9 ordenou aos israelitas:

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.

Da mesma maneira Cristo nos ordenou a buscar as Escrituras (Jo 5.39). São estas as minas que temos que cavar a fim de alcançarmos os tesouros escondidos. Você negligencia este dever?

Pergunte a si mesmo se secretamente você está entretendo alguma paixão sensual. Há muitas maneiras e muitos graus de agradar a nossa concupiscência carnal, mas cada um deles está provocando a um Deus que é santo. Você até mesmo se reprime de um prazer indecente, mas, de vez em quando, de algum modo você gratifica suas paixões e se permite testar a doçura de um prazer ilícito?

Você percebe que ofende a Deus, até mesmo quando faz isso apenas em pensamento e imaginação? Você é culpado desse pecado?


O perigo do pecado não-abandonado

As instruções para você auto-examinar-se quanto a algum pecado do qual talvez você não esteja crente já foram dadas. Como estão as coisas na sua vida? Você acha que está vivendo em algum caminho mau? Não estou perguntando se você está livre de pecado. Isso não é o esperado, pois não há quem não peque (1Rs 8.46). Mas há algum tipo de pecado incorporado ao seu estilo de vida e prática? Sem dúvida alguns estão limpos nessa questão, alguns “irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor… que guardam as suas prescrições, e o buscam de todo coração; não praticam a iniqüidade e andam nos seus caminhos” (Sl 119.1-3).

Permita que sua consciência responda sobre como você vê sua própria vida. Você pratica algum pecado pela força do hábito? Você se deu permissão para isso? Se esse for o caso, considere o seguinte:

Se você tem procurado a salvação e ainda não a encontrou, a razão disso pode ser algum tipo de pecado em sua vida. Talvez tenha se perguntado qual é o problema que o deixa tão preocupado em relação à sua salvação – quando diligentemente você a tem buscado – e ainda não teve retorno. Muitas vezes já implorou a Deus, e ele ainda não atentou para você. Outros recebem conforto, mas você ainda permanece em trevas. Mas isso não deve surpreender, se você se agarrou a algum pecado por muito tempo. Não é isso uma razão suficiente para que todas as suas orações e todas as suas pretensões deixem de ser atendidas?

Se você tem tentado reter seu pecado enquanto busca o Salvador, você não está buscando a salvação da maneira correta. O caminho certo é abandonar sua perversidade. Se você tem algum membro corrupto e não o corta fora, corre o risco de ele o levar para o inferno (Mt 5.29,30).

Se a graça parece estar definhando ao invés de florescer na sua alma, talvez a causa disso seja algum tipo de pecado. A maneira de crescer na graça é andar em obediência, e ser muito determinado nisso. A graça vai florescer no coração de todo aquele que vive dessa maneira. Se você vive em algum caminho mau, ele será como uma doença incubada sugando sua vitalidade. O pecado então o manterá pobre, fraco e desfalecido.

Basta que um pecado seja praticado habitualmente para anular sua prosperidade espiritual e frear o crescimento e a força da graça em seu coração. Ele entristecerá o Espírito Santo (Ef 4.30). Ele impedirá a boa influência da Palavra de Deus. O tempo que ele permanecer será como uma úlcera, que o mantém fraco e deficiente, embora você se alimente da melhor e mais proveitosa comida espiritual.

Se você caiu em grande pecado, talvez algum tipo de pecado na sua vida tenha sido a raiz fundamental do seu grande fracasso. Uma pessoa que não evita o pecado e não é meticulosamente obediente, não pode ser guardada dos grandes pecados. O pecado em que vive será sempre uma abertura, uma porta aberta pela qual Satanás encontrará a entrada. É como uma brecha na fortaleza, por onde o inimigo pode entrar e encontrar seu caminho. Se você caiu num pecado terrível, talvez seja essa a razão.

Ou se você permite algum tipo de pecado como um escape para sua corrupção, ele será como uma brecha numa represa que, se abandonada, se abrirá sempre mais até que não seja mais possível contê-la.

Se você vive em trevas espirituais, sem sentir a presença de Deus, a razão disso pode ser algum tipo de pecado. Se você lamenta não ter um pouco da doce comunhão com o Senhor; se sente que Deus o desertou; se Deus parece ter lhe escondido sua face e raramente lhe mostra evidências da sua glória e graça; ou se parece que você foi deixado tateando e vagueando no deserto – essa pode ser a razão. Talvez você clame a Deus freqüentemente. Talvez você passe noites em claro e dias tristes. Se está vivendo desta maneira, é muito provável que essa seja a causa, a raiz dos seus desenganos, o seu Acã, o causador de problemas que ofende a Deus e traz tantas nuvens de trevas sobre sua alma. Você está entristecendo o Espírito Santo, e por isso você não recebe o seu conforto.

Cristo prometeu que se revelaria aos seus discípulos, mas com a condição de que eles guardassem os seus mandamentos: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14.21). Mas se você rotineiramente vive em desobediência aos seus mandamentos, não é de se admirar que ele não se manifeste a você. A maneira de receber o favor divino é andar perto dele.

Se você duvida da sua salvação, talvez algum tipo de pecado na sua vida tenha levantado essas dúvidas. O melhor jeito de se ter a clara evidência da sua salvação é por meio de um andar junto a Deus. Isso, como já notamos, é também a maneira de se ter a graça florescendo na alma. E quanto mais graça vigorosa de Deus em nós, mais provável é que seja vista. E quando Cristo se revela a nós, temos a certeza do seu amor e favor.

Mas se você vive com algum tipo de pecado, não é de surpreender que isso diminua grandemente a sua certeza. Afinal de contas, isso subjuga o exercício da graça e esconde a luz da face de Deus. E pode acontecer de você nunca saber se é um verdadeiro cristão até que tenha abandonado totalmente o pecado no qual vive.

Se Deus o reprovou, talvez algum tipo de pecado em sua vida explique o motivo. Provavelmente a prática de um hábito pecaminoso ou o fato de tolerar um ato maldoso tenha sido a razão de ter recebido uma reprovação e um castigo dolorosos. Às vezes, Deus é excessivamente severo no trato com seu povo pelos seus pecados neste mundo. Deus não permitiu que Moisés e Arão entrassem na Terra Prometida porque o haviam desobedecido e pecado com seus lábios nas águas de Meribá. E como Deus foi terrível quando tratou com Davi! Que aflição levou para sua família! Um dos seus filhos violentou sua irmã; outro matou o irmão e depois de expulsar seu pai do trono na vista de todo Israel, deflorou a concubina de seu pai perante todos. O seu fim foi terrível; machucou completamente o coração de seu pai (2Sm 18.33). Imediatamente depois, aconteceu a rebelião de Seba (2Sm 20). No fim da vida, Davi viu seu outro filho usurpar o trono.

Quão severamente Deus tratou Eli por ele ter vivido no pecado, não refreando seus filhos da maldade! Os dois filhos foram mortos no mesmo dia, e o próprio Eli morreu violentamente. A arca foi levada cativa (1Sm 4). A casa de Eli foi amaldiçoada para sempre; o próprio Deus jurou que a iniqüidade da casa de Eli nunca seria expiada por meio de sacrifícios e ofertas (1Sm 3.13,14). O sacerdócio foi tirado de Eli e transferido para outra linhagem. Nunca mais houve um sacerdote na família de Eli (2Sm 12.31).

O motivo das repreensões divinas que recebeu é algum tipo de pecado na sua vida? Na verdade, no tocante aos acontecimentos da Providência, você não pode ser julgado pelos seus vizinhos, porém com certeza você deveria se perguntar se Deus está contendendo com você (Jó 10.2).

Se a morte lhe causa medo, talvez seja porque você está vivendo em algum tipo de pecado. Quando pensa na morte, você se encolhe a esse pensamento? Quando tem uma doença, ou quando alguma coisa ameaça sua vida, você sente medo? Os pensamentos de morte e a eternidade alarmam você, embora seja um cristão?

Se você vive num caminho mau, provavelmente essa seja a razão de seus medos. O pecado deixa a sua cabeça sensual e mundana e, portanto o impede de desfrutar de uma alegria celestial. O pecado diminui a graça e impede o desfrute das antecipações do conforto celestial que, de outra maneira, você desfrutaria. O pecado impede o sentimento da presença e do favor divinos. Sem isso, não é de espantar que você não veja a morte diante de si sem temor.

Não permaneça em qualquer tipo de pecado. Se, ao ler este livro, você percebeu que vive em um tipo de pecado, considere que de agora em diante, se viver da mesma maneira, estará vivendo com um pecado conhecido . Se era ou não era conhecido no passado, você talvez tenha vivido assim inadvertidamente. Mas, agora que é consciente dele, se continuar nele, seu pecado não será um pecado da ignorância, mas você se mostrará como um dos que vivem intencionalmente em caminhos de pecados conhecidos.

* Adaptado e parafraseado para o inglês moderno a partir do ensaio de Edwards, “ Christian Cautions : The Necessity of Self-Examination ” (impresso pela primeira vez em 1788).

Sobre o autor: Jonathan Edwards (1703-1758) foi pastor congregacionalista e pregador influente durante o Grande Reavivamento nos Estados Unidos. Foi o maior teólogo-filósofo das Américas dos anos 1700, e um forte apologista calvinista contra a teoria do livre-arbítrio.

(Extraído de John MacArthur, Jr. Sociedade sem Pecado . 1ª Edição. Editora Cultura Cristã, 2002 . São Paulo, SP. Apêndice 3: 225-241.)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (5) Descoberta pelo Amado

“Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
DESCOBERTA PELO AMADO (continuação):
Prezado leitor, vemos o cuidado e zelo do esposo pela sua esposa, e ele faz isso fazendo-a lembrar que foi iniciativa dele em buscá-la, tirando-a do deserto. Que figura de linguagem o Espírito de Deus usa para mostrar a iniciativa do amor de Cristo em buscar Sua noiva deste mundo maligno e enganador! Caro leitor, que seu coração seja tomado de temor, santidade e gratidão ao conhecer o amor de Cristo pela Sua noiva! Que você anele amá-Lo mais! Que você tenha no íntimo o santo desejo de viver para a glória Dele e na santa dependência Dele!
A Palavra de Deus mostra a realidade acerca deste mundo. É o deserto aonde satanás conduz as almas enganosamente. Somente Deus pode mostrar o vazio que as almas encontram neste mundo. Quando a verdade chega ao íntimo, homens e mulheres dão conta de que estão perdidos, andando sem rumo, vagueando em lugares ermos. É neste mundo que os pecadores por quem Cristo morreu dão conta de como estão com sede, suas almas estão ressequidas por falta da água da vida; elas percebem que não há paz, não há fruto de paz que resulta em repousa e satisfação no íntimo. Satanás espertamente busca trazer seus refrigerantes mundanos, como festas, prazeres e entretenimentos. Milhares jamais percebem a forma como estão sendo conduzidos para a morte eterna, por isso acordam na miséria eterna.
Amigo leitor foi a misericórdia do Alto que visitou o povo eleito. Foi a providência do amor eterno que correu em busca desse povo amado. Os pecadores por quem Cristo morreu são despertados nesse deserto abrasador para conhecerem como foram cegados pelo pecado e como estão aprisionados nas mãos tiranas desse príncipe das trevas. Os pecadores quando são despertados percebem que estão procurando um lar, uma família, um conforto para a alma, um lugar de descanso duradouro, mas percebem que não é aqui que encontram. Mesmo tendo casa, comida, conforto material, nada disso satisfaz a alma. Foi o Noivo amado que veio e achou seu povo nessa triste condição e: “conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma cidade em que habitassem” (Salmo 107:7).
Prezado amigo, você já se deu conta da sua peregrinação por este mundo? A misericórdia do alto cercou sua alma e abriu seus olhos para ver o lugar de destruição onde você habita? Você foi retirado pela força da graça das mãos do inimigo e é agora um dos remidos, participantes dessa família eterna que viaja para a Nova Jerusalém? Você agora “sobe encostado ao seu Amado”, guiado por Ele, em santidade, pureza e plena certeza de fé para a Jerusalém celestial?
Estou certo que muitos estão agora enganados no íntimo pelo espírito do anticristo que reina neste mundo. Estão curtindo esta vida aqui; estão sentindo plena paz, mas a paz que vem deste mundo maligno. Seus olhos estão encantados com as promessas satânicas de um mundo melhor, de muita prosperidade e para isso contam com as bênçãos desse cristo adaptado aos gostos da carne. Gostam desse cristo porque gostam do mundo, porque querem os prazeres, querem curtir a impiedade e ao mesmo tempo sentir a paz dessa Sodoma.
Certamente Cristo não veio buscar esse tipo de pessoa, Sua conquista na cruz não tinha em vista os que agora estão fartos, ricos no íntimo com tanta fartura e satisfação dadas pelo deus deste presente século. Cristo veio buscar e salvar perdidos!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (4) DESCOBERTA PELO AMADO

“Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
DESCOBERTA PELO AMADO (continuação):
Querido leitor, que lição preciosa temos nesse verso: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado!”. Deus fez Israel atravessar o terrível deserto por quarenta anos, a fim de mostrar Seu amor, cuidado, proteção e provisão pelo Seu povo. Quando Ele chama a atenção de Israel por causa do seu afastamento em busca de outros deuses, eis o que Ele diz: “Eu te conheci no deserto, em terra muito seca”. (Oséias 13:5). Que ingratidão daquele povo pelo seu Deus! Que prova triste do orgulho do pecado, da disposição natural do homem em viver sem Deus neste mundo! Que coragem para viver de forma atrevida, desafiando e provocando a Ira de Deus!
Os crentes precisam saber de onde foram tirados. A linguagem literal do Velho Testamento serve de analogia na compreensão da linguagem do Novo Testamento. O que foi o deserto para Israel naquela travessia do Egito para Canaã, assim é o mundo para os pecadores. Veja o que diz o Espírito Santo em Colossenses 1:13: “Ele nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado”. Como essa analogia divina é compreensível! Primeiramente, o mundo é o lugar da liderança de satanás, e o que esse destruidor das almas faz com os homens? Como pai da mentira tudo o que ele oferece é puramente ilusão. O brilho das vanglórias deste mundo funciona como tição aceso. Ele transporta as multidões com promessas de riquezas, fama e prazeres. Ele injeta paixão na carne; suas promessas de um mundo melhor e mais paradisíaco funcionam como um fogo nas emoções e são encantadoras para as mentes obscurecidas. Ele faz com que a loucura do pecado seja entendida como perfeita sabedoria; ele faz com que o mundo seja mais desejável e o céu seja desprezível para os corações enganados e enganosos. Em toda sua habilidade de governar e administrar seu mundo de forma ordeira e organizada faz com que os homens sintam certa atmosfera de paz e confiança. Há também nos corações endurecidos um prazer pelo mundo, mesmo que tudo seja transformado em caos e desespero. As multidões preferem cair perante os pés do príncipe das trevas do que aceitar o padrão perfeito do reino de Deus.
Foi desse mundo enganador que os crentes foram retirados. Quando a alma é descoberta e dos olhos espirituais são retiradas as escamas, ela passa a ver que está iludida, aprisionada e escravizada nas trevas. Ninguém consegue ver a realidade das coisas enquanto o Oftalmologista espiritual não realizar a cura nos olhos da alma. O crente diz pode realmente dizer: “...Eu era cego, mas agora vejo” (João 9:25).
Os crentes viviam iludidos neste mundo. Ouça a história daqueles que foram salvos! Permita que o testemunho de cada um deles ouvido! Ouça Paulo contar que na sua ignorância perseguia o povo de Deus! Abraão fala alto quando afirma que encarava não suas riquezas adquiridas durante seus anos de vida, mas sim a cidade celestial! Chegue perto do livro de Êxodo e ouça o testemunho de Moisés, quando com ousadia resolveu desprezar a pomposidade Egípcia, a fim de sofrer com o povo de Deus!
Os verdadeiros crentes olham com semblante de fé e coragem para o horizonte de glória que lhes espera lá adiante. A fé não percorre um caminho rumo ao nada, a fé é governada pela verdade mostrada pelo Deus que não pode mentir! Nenhum deles volta para o mundo amaldiçoado! Nenhum crente age como Demas que desprezou a companhia de Paulo por ter amado o presente século.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (3)

“Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
DESCOBERTA PELO AMADO (continuação)
Prezado leitor, certamente a teologia moderna desconhece a doutrina da depravação total. Não podemos ignorar aquilo que tanto a Palavra de Deus ensina abundantemente. Em cantares vemos como nosso orgulho é colocado no pó; nossa soberba revela ser nossa ruína e nossa miséria apresentada em palavras destaca nossa ingratidão e ausência de um viver piedoso na prática. Quando desconhecemos quem éramos em Adão, a tendência é fabricar no íntimo um deus adaptado aos nossos costumes religiosos para nosso prejuízo espiritual.
Mas somos convocados para ouvir a verdade e o povo da verdade ama a verdade e almeja conhecer o brilho do amor de Cristo. É a partir de nossa humilhação que o verdadeiro viver cristão tem início em santidade, vigor, coragem e triunfo num mundo mergulhado no pecado. Como havia dito na meditação anterior, a noiva de Cristo é um mistério para a mente natural, por essa razão o mundo pergunta: “Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada ao seu Amado?”. Pobre mundo, seus argumentos revelam sua profunda ignorância! Mostram que habitam na escuridão e que tem como professor alguém perverso e mentiroso! Pobre mundo que se gloria na própria infâmia; que se festeja sua própria ruína e caminha para a destruição total!
A Palavra de Deus é a comunicação de Deus ao povo remido e comprado com o sangue do Filho. Esses tesouros eternos são desconhecidos dos olhos faiscantes das águias terrenas e desprezados pelos leões e seus filhotes – os filhos deste mundo. Onde achar a verdadeira resposta acerca da noiva de Cristo? Satanás luta com ardor levantando falsos mestres para proclamar inverdades; cresce ultimamente a igreja ecumênica, bem parecida com a verdadeira noiva, mas ela é suja, conspurcada pela impiedade no viver; seu traje difere da igreja verdadeira, justamente porque não é do linho finíssimo, representando assim os atos de justiça dos santos (Apocalipse 19:8).
“Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada ao seu Amado?”. Queremos a resposta certa? Estamos aptos para conhecer a verdadeira igreja comprada pelo Rei da Glória? Aqueles que amam a Palavra de Deus não fogem; a verdadeira fé não volta atrás confundida e envergonhada. Quem é a verdadeira igreja? De onde ela veio? O que ela faz aqui num mundo que não lhe pertence? Para onde está indo? Quem é seu Senhor, onde Ele está e como é que Ele lida com ela? Vamos à resposta no próprio texto: “Quem é esta que sobe do deserto...?” Do deserto? O que é que o Espírito de Deus está nos ensinando no texto? Veja amigo leitor a maneira maravilhosa como Deus comunica sua verdade aos nossos corações. No Velho Testamento, quando Deus fala a respeito do Seu povo, sempre traz o povo de Israel à nossa mente, porque Israel era a esposa de Jeová na história do Velho Testamento. Deus tirou aquele povo do Egito, colocou-o no deserto e durante quarenta anos guiou Israel com amor, poder, disciplina e longanimidade.
É nessa lição que desponta a verdade para toda igreja de Deus a respeito do deserto. O que aprendemos sobre o povo que sobe do deserto? Ora, o mundo é exatamente assim e a igreja foi tirada do mundo. Vamos meditar profundamente em nossa gravíssima situação. Veja amigo, como o deserto é a figura clara do mundo! No Salmo 107:4,5 mostra como era a condição dos remidos do Senhor: “Andaram desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam cidade em que habitassem. Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a alma”. Não essa a situação daquele que está perdido no pecado, perambulando aqui e ali à procura de descanso?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PARABOLA DOS DOIS FILHOS.

“Tendo Jesus chegado ao templo, estando já ensinando, acercaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, perguntando: Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu essa autoridade? E Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma pergunta; se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele? E, se dissermos: dos homens, é para temer o povo, porque todos consideram João como profeta. Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E ele, por sua vez: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas. E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.” (Mateus 21:23-32 RA)

O Contexto da Parábola.

Os principais Sacerdotes e os anciãos do povo, perguntaram a Jesus com que autoridade e quem lhe deu autoridade para ele ensinar no templo. Jesus então responde com outra pergunta dizendo que se eles respondessem a esta pergunta, ele responderia a deles. De onde era o batismo de João dos homens ou do céu? Eles se viram numa encruzilhada sem poder dar a resposta, porque se dissessem que é dos céus eles perceberam que Jesus lhes diria porque não crê nele? Se dissessem dos homens, eles temiam o povo pois todos acreditavam em João como profeta. Então a resposta deles foi que não sabiam. Então como não deram resposta alguma Jesus também disse que não lhes faria com que autoridade ele ensinava.
Então Jesus passa a ensinar por meio de três parábolas:
1. A parábola dos dois filhos
2. A parábola dos lavradores maus.
3. E a parábola da festa e seus convidados.

PARABOLA DOS DOIS FILHOS.

A autoridade de Jesus para Ensinar.
A resposta à pergunta dos principais sacerdotes e anciãos do povo era simples. A autoridade de Jesus vinha do próprio Pai que o enviara ou ainda poderíamos dizer que Ele como Filho de Deus, tinha esta autoridade em si mesmo. Mas Jesus se recusa a responder porque sabia que eles não criam nele, pois não haviam crido nem mesmo no seu predecessor João Batista.
Jesus é Senhor, e como Senhor não somente tem autoridade para ensinar, mas também tem direito sobre a nossa vida. Ele é Senhor dos crentes e dos incrédulos. A diferença é que os crentes o reconhecem e o confessam como Senhor e submete ao seu Senhorio. É isso que as autoridades religiosas daquela época não estavam dispostas a fazer, porque não criam nele. E muitos hoje não o confessam porque também não crêem Nele. Hoje muitos até dizem reconhecer a autoridade de Jesus para ensinar as pessoas do seu tempo; o reconhecem como um grande mestre. Mas uma coisa é reconhecer a autoridade para ensinar outros; outra coisa é reconhecer a autoridade para ensinar você. Alguns podem até chegar neste ponto de reconhecer que ele tem autoridade para lhe ensinar; mas daí a submeter-se ao seu ensino é que é o grande problema da nossa geração, ou melhor, dizendo dos homens de todas as épocas. Este talvez seja o seu problema. Ser discípulo significa deixar tudo e seguir a Jesus. Este é o sentido mais completo daqueles que reconhecem a sua autoridade.
Por que os homens não se submetem a autoridade de Jesus? Tudo se resume em incredulidade. Não crêem em quem Jesus é Não crêem na sua obra e a razão da mesma. Não crêem na sua palavra, e o que a Palavra ensina sobre quem é o homem e o destino do mesmo.
1. Não crêem em quem Jesus é. A pergunta de Jesus para os sacerdotes e para os anciãos antes de ser uma pergunta capciosa era uma pergunta instrutiva, pois João Batista ensinou a seu respeito e como não creram que João Batista era de Deus, não creriam em Jesus também. O que João Batista ensinou a respeito de Jesus?
a) Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29 RA) Esta declaração de João Batista, já seria suficiente para crerem na autoridade de Jesus.
O cordeiro no Velho Testamento era oferecido como oferta pelo pecado, o sangue teria que ser derramado a gordura queimada. O cordeiro era o substituto do pecador. Estes cordeiros nada mais eram do que sombra do verdadeiro Cordeiro de Deus, do substituto de Deus que tira o pecado do mundo.
Então nesta frase de João Batista temos duas informações sobre quem é Jesus – Ele é o Substituto, o nosso substituto, o cordeiro de Deus. E em segundo lugar Ele tira o pecado do mundo. Tira o pecado, porque o pecado dos seus ele levou sobre si.
b) “disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Lucas 3:16 RA)
“Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele.” (Mateus 11:11 RA)
Se compararmos estes dois testemunhos de Jesus para João e de João para Jesus podemos ver que João por maior que seja disse que não era digno desatar-lhes as correias das suas sandálias. Isso mostra que ele cria que Jesus era o Cristo. “És tu o Cristo mandou perguntar ele. Cristo quer dizer o ungido de Deus, aquele que foi
c) “Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30 RA) Nestas palavras João Batista reconhece que a Jesus pertence a glória, renuncia a todo e qualquer tipo de reconhecimento. Reconhece também que ele era apenas o seu predecessor.
2. João Batista ensinava arrependimentos
3. “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mateus 3:2 RA)
O ensinamento principal de João Batista está na sua própria mensagem e é disso que vai tratar a nossas parábolas em questão ou as nossas parábola, a dos dois filhos, dos lavradores maus e a da festa e seus convidados.

O QUE ENSINA A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS SOBRE ARREPENDIMENTO?


O primeiro Filho:
Não houve confronto, não discutiu não se desgastou diante do Pai, disse que ia trabalhar, mas não foi. Ele foi mentiroso, hipócrita. Este filho representa aquele tipo de pessoa que houve a repreensão, parece atento, reconhece a necessidade de mudança, até professa uma obediência, mas não obedece. Talvez este filho representasse os principais dos sacerdotes e os anciãos do povo. Eram religiosos, sempre falavam em Deus em obediência, em fé, mas na verdade não havia mudança nas suas vidas. Professavam que iam obedecer, mas não obedeciam. Faziam suas próprias interpretações da lei para que pudessem estar com as consciências tranqüilas. No caso de Jesus, não criam em Jesus, não criam em João Batista, e nem na mensagem destes que era “Arrependei-vos. Estavam cheios de justiça própria, e não tinham do que arrepender, portanto não viam a necessidade de um salvador.
Você se parece com o primeiro filho, você se considera religioso, vem a Igreja, professa crer em Jesus, e professa ser salvo. Mas na verdade nunca chegou a um estado espiritual na vida em que sentisse o grande peso do pecado, a grande tortura da eminente condenação e a grande afronta que este pecado faz a Deus, Nunca sentiu que o seu pecado e hediondo, que afronta a santidade de Deus. Será que nunca chegou ao ponto de saber que este mesmo pecado custou a vida do Filho. Mas talvez esteja cheio de justiça própria, cheio das suas próprias idéias. Talvez até tenha ouvido os outros, mas os considera uns retrógados, suas idéias humanistas atrapalham você de se submeter a Palavra de Deus e a Palavra Viva que é Jesus. Oh amigo aparência de piedade não engana o Senhor rei do Universo, a sua prontidão para, e sua recusa para obedecer o levará para o inferno. Ninguém que nunca se arrependeu não será salvo. A sua religiosidade não o salvará, as suas orações, não o salvará. As suas boas obras não o salvarão. Arrependa-se da vida que leva, da hipocrisia, seja verdadeiro para com Deus, pois de Deus não se zomba e nem se engana. Que o espírito de Deus esteja movendo o seu coração neste momento, e se isto está acontecendo, não faça como este filho que disse que obedeceria ao Pai, mas não obedeceu. Talvez esteja pensando eu não consigo, não consigo obedecer. Que este pensamento não seja um pensamento de incredulidade e sim um pensamento que vem do Espírito de Deus, que está mostrando a sua total incapacidade. Jesus falou para os seus discípulos: “O que é impossível aos homens é possível a Deus.” Então clame ao Senhor para que tire de você este coração de pedra e lhe dê um coração de carne, propenso para crer, disposto a obedecer. Não é natural no ser humano se despir de toda a justiça própria e depender totalmente da justiça outrem. É isso que você deverá fazer, arrependa-se e confie só em Jesus para a sua salvação.
O Segundo Filho:
A recusa de Trabalhar na Vinha do Pai. “Não quero” disse ele. A sua vontade não estava quebrada.
1. Primeira coisa que podemos observar é que ele foi sincero, não justificou, não mentiu e não omitiu a sua vontade. Disse ele não quero.
Mentir para Deus escondendo-se atrás de uma religião ou da justiça própria é especialidade de muitos Mas no caso deste jovem, ele conseguiu expressar para o pai a sua vontade para ele não queria ir trabalhar. A vontade do ser humano está degenerada, contra a vontade do Pai, mas o primeiro passo é reconhecer este estado, é admitir que não quer fazer a vontade de Deus.. A bíblia diz que ninguém busca a Deus e diz ainda que Ele, é efetua em nós o querer. Eu não quero, oh se o ser humano conhecesse a si mesmo, então saberia que não tem interesse em fazer a vontade do pai, saberia que tem uma natureza corrompida, pecaminosa e por mais que diga quero fazer a vontade de Deus, sua natureza o engana, e vai observar que não consegue, mesmo quando quer. Mas o mesmo Deus que diz que Ele quem efetua o querer e o mesmo que no mesmo versículo diz que é quem efetua o realizar.
“Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2:13 RA)

2. Mudança de Pensamento. O Filho que não queria ir trabalhar foi foi. Alguma coisa deve ter acontecido na sua mente e coração que o fez mudar de idéia e atitude? O Senhor Jesus explica mais adiante que foi o arrependimento.
A bíblia está repleta de versículos que mostra a necessidade de arrependimento para alguém vir a Jesus e sua vontade ser transformada; vejamos alguns. O arrependimento foi o apelo feito por João Batista, O próprio Jesus e também os apóstolos.
“ Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mateus 3:2 RA)

“ Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mateus 4:17 RA)

“ dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1:15 RA)

“ Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (Atos 2:38 RA)

“ Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,” (Atos 3:19 RA)
“ Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento.” (Mateus 9:13 RA)

Caro pecador, que Deus lhe dê a graça de chegar ao ponto de perguntar, “que faremos irmãos? Arrependei-vos é a resposta, mude sua opinião, que Deus penetre na sua mente e a transforme, aquilo que pensava que nunca mudaria o seu pensar, Deus o transforma a tal ponto de você mesmo se admirar, “nunca imaginei que pensaria desta forma. Mas caro amigo o processo é doloroso, os aguilhões que nos prendem são de ferro e com a força humana não se quebra. Nossa maneira de pensar está entranhada de tal forma que quando pensamos na possibilidade mudança começamos a recalcitrar, quando a luta se trava no seu interior, você luta para manter-se como está. A sua oposição contra aqueles que estão sendo usados para provocar esta mudança se torna ainda mais ferrenha, você passa odiá-los principalmente quando você observa que eles estão transformados e você sabe que isto é impossível, por outro lado a culpa e a certeza de que precisa mudar se tornam mais intensas. Ó caro amigo é o Espírito Santo, trabalhando na sua mente, nenhum homem poderia provocar esta mudança em você, nenhum homem poderia penetrar em seu interior e lutar contra você e vencê-lo. É o próprio Deus que está lutando, e é contra ele que você luta, não resista, rende-se aos seus pés. Arrependei-vos.

3. Mudança de Atitude - “Arrependendo-se foi” Ele a principio não queria, mas foi. O arrependimento sempre leva a uma mudança de atitude. O nosso jovem não queria trabalhar na vinha, mas foi trabalhar. O sua mente fora transformada, ele parou de lutar e resolveu obedecer ao pai.
Caro amigo. Todo arrependimento leva a mudança de atitude, a bíblia gosta sempre de nos mostrar este contraste. Fazia aquilo, agora faz outra coisa.
Veja alguns exemplos em Efésios
“No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” (Efésios 4:22-30 RA)
Os primeiros versículos falam de despojar e renovar e revestir-se. Deixa a mentira e fale a verdade. Não furtar, mas trabalhar, para acudir ao necessitado. Não sair da aboca palavra torpe, mas sair da boca palavras que seja boa para edificação e assim transmitir graça.
O que Paulo exorta aos irmãos da Igreja de Éfeso, é que eles coloquem em prática o seu arrependimento que professavam. A mudança de vida e atitude espera-se daquele em que o Espírito Santo de Deus já operara o arrependimento. Amigo você pode dizer que é de Deus se ainda não houve em você uma mudança de atitude. A bíblia diz que aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado. O pecado talvez ainda queira te dominar, mas aquele em quem Deus fez a obra não há de permanecer no pecado, porque é nascido de Deus e nele permanece a divina semente.
Você que professa ser salvo, que mudança de atitudes, você pode nomear que houve em sua vida. Seus interesses mudaram? Seus objetivos de vida mudaram? Tens interesse de conhecer mais a Deus, de orar mais? Apanhaste gosto pela palavra de Deus? Gosta de estar na Igreja com os seus irmãos, para ouvir da palavra de Deus?

4. Ele fez a vontade do Pai. A mudança de pensamento e de atitude leva automaticamente a uma terceira mudança. Renuncia da própria vontade para fazer a vontade do Pai. Há uma luta entre a carne e o Espírito para que porventura na seja feito o vosso querer. Sim o querer do crente muda, mas ainda existe uma luta interior da carne resistindo à vontade Deus. Só que agora nosso coração está mudado você tem liberdade para fazer a vontade do Pai, não és mais escravo do pecado. Você que professa arrependimento, tem prazer na vontade de Deus? Ou fazes ainda a sua vontade.
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2 RA)
“Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Salmos 1:2 RA)


CONCLUSÃO:

31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.
32 Pois João veio a vós no caminho da justiça, e não lhe deste crédito, mas os publicanos e as meretrizes lho deram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crerdes nele.


PUBLICANOS E MERETRIZES.
Estes eram os pecadores mais desprezados dos sacerdotes e principais dos anciãos, Jesus volta a falar sobre João Batista, afirmando que Publicanos e Meretrizes deram crédito às Palavras de João, enquanto que eles (principais sacerdotes e anciãos do povo) não deram crédito. Mesmo vendo isso acontecer não deram crédito às suas palavras para crer nele ou na sua mensagem.
Há o testemunho de muitos pecadores. Óh quantos pecadores como estes não se tem convertido e você tem ouvido falar e tem até ouvido muitos testemunhos dos mesmos. Mas mesmo assim rejeitas o salvador e não crê nele. Achas que o Salvador foi bom para eles que eram pecadores, mas você não é tão pecador assim! Oh quem dera ficasses como o apóstolo Paulo ficou, quando ainda era Saulo, prostrado diante da intensa luz que veio sobre o seu coração, revelando-lhe que a sua justiça não passava de refugo e te considerasses o maior de todos os pecadores. Neste ponto ele não mais se comparava com publicanos e meretrizes, mas sim para aquele Jesus a quem ele estava perseguindo, de quem era inimigo e quando viu a sua luz, o seu coração pode ver o quando era pecador. Só um coração quebrantado como este pode se arrepender. Que Deus faça esta obra em você.

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (2)

“Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
A TRISTE CONDIÇÃO EM QUE FOMOS ACHADOS: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei...”.
Prezado amigo leitor, quando entramos no conhecimento desse tão maravilhoso livro logo percebemos que o interesse do Espírito Santo é revelar Cristo e Seu amor em favor do Seu povo – a igreja. A linguagem passa de um relacionamento natural para exibir algo espiritual e eterno. O que nós precisamos é tomar a luz do Novo Testamento e focar nossa atenção nessa luz a fim de que descubramos as jóias preciosas da graça.
Imediatamente somos conduzidos a conhecer o estado em que nós estávamos no pecado quando fomos achados pelo nosso Senhor. Precisamos entender no íntimo que foi o Noivo amado que nos procurou; que estávamos perdidos no deserto deste mundo; que a iniciativa do amor partiu do amor eterno: “...Com amor eterno eu te amei...” (Jeremias 31:3). O engano do pecado tende a tornar nosso coração endurecido e ingrato. Quanto precisamos de humilhação em nossos dias! Quanto o povo de Deus precisa parar de exibir seus troféus religiosos, a fim de cair perante o trono de misericórdia! Por isso, sem hesitação trago aquilo que os ouvidos não gostam de ouvir – a doutrina da depravação total. Quando os homens ficam conhecendo essa verdade no íntimo, então toda boca fica calada! Param os “améns, aleluias e os louvores vãos e inúteis”.
Quem é esse povo que Cristo amou? Quem é esse povo chamado agora de noiva de Cristo, que Ele tanto amou? Com nossos corações trementes e tementes ao Senhor, encaremos bem o que é falado em Cantares no texto em pauta: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz”. Se você amigo leitor ama a Palavra inspirada, certamente agirá como um discípulo deve agir, com coração apto para aprender os ensinos do Senhor. Eu, David Sena, sou apenas um porta-voz da Palavra. Minha expectativa é que o Senhor me use para edificar as vidas daqueles que lêem esses comentários com prazer e alegria em seus corações. Os verdadeiros crentes amam ao Senhor e não prestam cultos aos homens. A glória pertence ao Rei da glória! Somente a Ele o louvor e a honra, porque a noiva Dele recebe dele o suprimento para andar por este vale de dor e gemidos, até aquele grande dia quando ela será apresentada perante Ele, perfeita e gloriosa.
Então, é nesse espírito de humildade que achegaremos juntos ao texto de Cantares. Na primeira lição vemos que a pergunta é feita pelo coro: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado?”. Assim como aquele coro de mulheres fizeram essa pergunta, o mundo olha a igreja com grande interrogação. Não há nada nem ninguém aqui neste mundo que possa explicar a igreja. O mundo tem seus conceitos de religião, mas é completamente ignorante acerca dos santos, amados na eternidade e comprados com o sangue puro e sem mácula do Cordeiro de Deus (1Pedro 1:19). Não há escola, nem faculdade que explique acerca da igreja gloriosa. O mundo fica mudo e pasmado ante a verdade acerca desse povo.
Amigo leitor, se você desconhece a verdade da salvação em sua vida, certamente você está fora da igreja. Você pode até participar de alguma religião evangélica, mas se não foi achado por Cristo e salvo da condenação eterna, você não pertence ao povo amado, as ovelhas daquele que veio ao mundo em busca do Seu povo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (1)

“Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
INTRODUÇÃO:
Prezado leitor, a Palavra de Deus nos convida a uma jornada maravilhosa no conhecimento dessa salvação tão grandiosa que nos colocou para sempre debaixo do amor de Deus. Que povo abençoado é o povo salvo! Nesse impressionante livro de Cantares vamos conhecer o que realmente significa o amor de Cristo pela Sua noiva. Certamente precisamos conhecer esse amor, porque o conceito mundano de amor é completamente oposto aos pensamentos santos da Palavra de Deus. Nossa natureza carnal é propensa a buscar um amor meramente sentimental, sensual e passageiro. O mundo atual tem elevado esse conceito perigoso de amor até mesmo dentro das igrejas.
Se quisermos conhecer o significado eterno, precioso, disciplinador e santificador do amor verdadeiro, certamente o conheceremos na Palavra de Deus, avaliando o amor de Cristo pela Sua igreja. A linguagem de Cantares é algo impressionante e mostra a beleza e simetria da Palavra de Deus na forma como Ele comunica-se com os crentes. No amor do esposo pela sua esposa entenderemos o que Cristo faz conosco; quanto interesse Ele tem por nós; quanto somos devedores a Ele, justamente porque a iniciativa partiu Dele em nos amar e não de nós; e porque somos Dele, comprados por Ele e para Ele, somos cercados, protegidos e disciplinados por esse amor.
Amigo leitor devemos saber que o amor de Cristo não mudou e jamais há de mudar. O cristianismo moderno é uma caricatura do verdadeiro cristianismo, conforme é apresentado na Palavra inspirada. O povo de Deus aparece nas Escrituras como um povo submisso, santo, cheio de temor ao Senhor e disciplinado pelo amor de Deus (Hebreus 12), mas quando no meio do povo de Deus a influência mundana começa entrar e ímpios passam a fazer parte da igreja, certamente os verdadeiros crentes ficam isolados, parados e desorientados. Hoje o povo chamado evangélico está na sua maior parte afastado da verdade revelada; estão buscando entretenimentos nos cultos ao invés de santidade no viver. Como Israel nos dias de Jeremias, hoje também estão envergonhados da Palavra de Deus: “...eis que a palavra do Senhor se lhes tornou em opróbrio; nela não têm prazer” (Jeremias 6:10).
É meu dever trazer a Palavra de Deus aos corações que verdadeiramente amam a verdade. Conheçamos juntos o verdadeiro amor! Conheçamos o amor que nos achou jogados no pecado e que nos tomou em nossa sujeira e que pela misericórdia nos abraçou a fim de que fôssemos lavados e purificados! A natureza carnal quer ficar do lado de fora, porque odeia a Palavra revelada, mas os verdadeiros crentes querem agradar seu Senhor, por isso são chamados para conhecer aquilo que é verdadeiro; aquilo que significa felicidade permanente. Os verdadeiros crentes não estão cegos, por isso não querem palha, mas sim o trigo; não toleram escuridão, porque são filhos da luz.
Nessas simples meditações em Cantares falo com os que são participantes da noiva; aqueles que foram comprados com sangue, o altíssimo preço pago pelo Cordeiro. Falo com os humildes de coração, com os herdeiros do reino de Deus. Falo com aqueles que não toleram mais este mundo, que não têm interesse nos bens transitórios deste mundo, porque sabem que são herdeiros da glória eterna.
Mas o livro de Cantares também é para aqueles que estão à procura da verdade salvadora. Estas pessoas vão ter a alegria de encontrar no amor de Cristo aquilo que tanto buscam.

domingo, 23 de janeiro de 2011

ARREPENDIMENTO

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (Atos 3:19).

Caro leitor, a bíblia ordena aos homens que se arrependam! Não brinque com as ordens de Deus! Não fique pensando que você vai passar ileso, sem que enfrente o Justo Juiz naquele grande dia! Não fique pensando que você é visto como alguém inocente, sem culpa e sem condenação! Milhares já partiram para a eternidade, milhares já caíram no abismo de terror eterno. Estou certo que milhares agora acham que vão escapar. Quão enganados estão!
A ordem das Escrituras é bem clara: “arrependei-vos e convertei-vos”. Meu amigo encare o fato que todos os homens caíram no Éden, vieram do pecado, por isso estão condenados! Arrependa amigo, porquanto Deus não vê ninguém inocente perante Ele. Arrependa amigo, do seu caminho tortuoso, das más amizades, das maldades que saem de sua boca, ofendendo a Deus e ao seu próximo! Arrependa das mentiras ocultas, da maneira que às escondidas tem provocado a Deus com um viver errado e corrompido!
Arrependa de viver sem o temor a Deus, sem dar a Ele o culto e adoração devidos somente ao Senhor vivo! Arrependa de não dar a Deus as honras devidas a Ele! Arrependa da maneira tortuosa com a qual conduz seu lar, errando em não ensinar filhos e esposas num viver que agrade somente a Deus.
Arrependa agora, porque Deus tem compaixão de almas que se arrependem de coração! Arrependa antes que o castigo dos seus atos comece a cercar sua vida, seu lar, seu corpo e todo seu viver! Arrependa antes que a morte chegue e ponha um ponto final numa vida inútil, mostrando quão fraco o homem é diante do terror da Ira de Deus!
Sobretudo, arrependa agora, porque Deus enviou o Salvador bendito ao mundo, com a finalidade salvar corações quebrantados, purificar de todas as suas culpas e transformar suas vidas.
Não seja orgulhoso! Arrependa!
Não brinque de desafiar o Todo – Poderoso! Arrependa!
O caminho da sabedoria mostra que você deve se arrepender!
Toda criação testemunha a necessidade de arrependimento!

AS RIQUEZAS NO DIA DA IRA

“De nada aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra da morte”. (Provérbios 11:4)

Prezado amigo, eis o que diz a sabedoria de Deus. O mundo corre à busca de riquezas, mas que aproveito elas terão no dia da Ira de Deus? O que as riquezas poderão fazer por sua alma quando a morte chegar para levar-lhe para o triste destino que aguarda a alma impenitente?
Com coragem avalie as riquezas à luz da realidade eterna. As riquezas:
- Podem comprar comida, mas não apetite.
- Podem comprar roupa, mas não respeito.
- Podem comprar casa, mas não um lar feliz.
- Podem comprar bens materiais, mas não paz e alegria.
- Podem comprar remédio, mas não saúde.
- Podem comprar companheiros, mas não amizades verdadeiras.
- Podem comprar carro, mas não segurança.
- Podem comprar religião, mas não salvação.
- Podem comprar perfume, mas não bom exemplo.
- Podem comprar prazeres, mas não fidelidade e honra.
Enfim, eis aí a realidade conforme Deus demonstra em Sua Palavra. O que você fará quando chegar o dia da morte? Aquilo que você tanto se apegou nesta vida, por acaso vai poder socorrer sua alma?
Busque agora a verdadeira riqueza, a riqueza da sua alma. Busque o perdão e a purificação de seus pecados por meio daquele que morreu e ressuscitou. Ninguém mais pode nem poderá fazer qualquer coisa por você, para que você tenha seu destino certo e seguro na glória eterna, na Nova Jerusalém – o lar celestial.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (22)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Prezado amigo leitor, cada pessoa neste mundo tem sua confissão que vem do coração. Ou pertence a Cristo, ou de coração serve ao pecado. A vida é uma manifestação prática de amor. Não há meio termo, porquanto não há possibilidade de amar a Cristo e ao pecado ao mesmo tempo. Se viver na prática da maldade é porque desconhece o amor de Deus no coração. Onde Cristo reina há santidade na maneira de viver. O crente é assim porque seu coração foi transformado, por isso ele luta contra a carne em toda sua manifestação, a fim de que Cristo seja glorificado em seu viver.
Amigo leitor consideremos tal verdade com coragem e temor. O evangelho moderno fornece às multidões uma paz com o pecado. Falsos mestres correm para desviar o povo quando proclamam: Paz, quando não há paz (Ezequiel 13:10). O que vemos hoje é uma clara manifestação de afastamento da verdade. Por essa razão as multidões são alimentadas com mentiras religiosas e com uma sensação de segurança não proveniente de Deus, mas sim dos homens. Ora, era essa a situação nos dias de Jeremias quando o povo por fora parecia religioso, mas por dentro a corrupção do coração mostrava sua impiedade e ódio a Deus e à Sua Palavra: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas. Mas eles disseram: Não andaremos nele” (Jeremias 6:16). Quando homens e mulheres não são justificados e santificados no coração pela obra da graça jamais poderão amar ao Senhor Jesus; jamais Cristo será o Amado de suas almas. Satanás é o grande aproveitador dessa situação de mentiras religiosas. Nesse momento quando vemos a ausência da luz do evangelho da glória de Cristo, o astuto pai da mentira entra em cena disfarçado, parecido com Cristo e atraindo para si a atenção religiosa das multidões.
Ora, o Senhor Jesus jamais foi nem será ministro do pecado. Se a maneira de viver mostra estar em plena aliança com qualquer iniqüidade oculta, o Senhor Jesus não habita ali. Muitos admiram a luz da verdade; muitos querem as bênçãos do evangelho, mas habitam do lado de fora da casa de Deus, residem na escuridão, caminham tropeçando neste mundo, numa esperança de uma vida melhor aqui, andam cegos sem que percebam os perigos eternos que cercam suas vidas.
Se o amor é a Cristo a confissão será transparente no viver. Judas parecia ser um seguidor do Mestre, mas o que ele realmente amava veio à tona no momento certo. Ele amava as riquezas, por isso elas chegaram até as suas mãos, para declarar sua infâmia e decretar o peso do juízo eterno. Pedro foi quebrantado na alma quando negou ao seu Senhor. Humildemente ele pode confessar seu pecado e dispor em seguir a Cristo com coragem e no poder do Espírito.
Amigo leitor, a confissão a Cristo acontece na hora da conversão: “Se com a tua boca confessares...” (Romanos 10:9). Quando o evangelho chega ao coração da maneira correta, a alma é quebrantada e Cristo é visto em Sua graça, maravilhoso Senhor, perdoador, Fiel, Justo e aquele que realmente recebe o perdido. Quem realmente conhece a mensagem da cruz, jamais há de continuar servindo ao pecado. É impossível! Cristo é infinitamente melhor para a alma regenerada! Quando Saulo conheceu a glória de Cristo foi levantado dali como um novo homem, disposto a seguir o Senhor que tanto lhe amou.
Em que situação você se encontra agora? Meu amigo, não tenho outro interesse a não ser mostrar-lhe a verdade do evangelho, para que você corra urgentemente para Cristo em arrependimento e sincero coração de fé a fim de que seja salvo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (21)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Prezado amigo, quão preciosa é essa confissão! O segredo da verdadeira evangelização está no coração, na vida prática de uma alma que foi santificada pela graça. Deus atrai pecadores mediante o bom testemunho de homens e mulheres fieis ao Senhor, que jamais vão negá-Lo perante os homens. Além disso, é bom que saibamos que o ambiente neste mundo é abençoado com o belo testemunho de corações onde Cristo reina como Senhor. É exatamente isso o que nosso Senhor ensina a respeito da influência dos crentes neste mundo mau: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16).
Mas podemos aprofundar um pouco mais conhecendo as lições tão proveitosas e instrutivas aos nossos corações, porque essa confissão é algo real na vida de todas as pessoas. Todos fazem sua confissão diariamente, ou a Cristo, ou ao pecado. Se o amor é ao pecado, certamente a confissão é firme e segura em relação ao pecado, e dirá com relação à iniqüidade: “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu”. O ensino da verdade revelada é bem claro: “Não podeis servir a dois senhores...” (Mateus 6:24). Noutras palavras, não há possibilidade de amar a Cristo e ao mesmo tempo manter um relacionamento de amor com qualquer iniqüidade. É bem claro que “...se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 João 2:15). É claro que o salvo encontra contínuas perturbações com a carne, mas não é algo que reina em seu coração, porquanto não há mais domínio do pecado na liderança de sua vida. Seu inimigo mordaz agora é a carne com suas paixões e concupiscências, as quais são bem aproveitadas por satanás e pelo mundo na tentativa de destruir a fé e apagar o amor.
Procure o crente, ele será achado na guerra contra o pecado, a fim de crescer em santidade e manter fiel seu amor por Cristo. Aqui neste mundo não há trégua, não há ponto pacífico contra a maldade do pecado que se manifesta em nossa carne. Avancemos firmes, porquanto queremos crescer no amor ao Senhor; o lugar é somente Dele e nossa felicidade está no amor que respiramos Dele. Nada mais ocupa o lugar do Amado em nosso ser, todo espaço da alma pertence somente a Ele, por isso não há lugar para qualquer estranho entrar.
Alem disso, quem realmente ama tem prazer em lutar pela causa desse amor eterno. Amamos porque Ele nos amou primeiro. O amor Dele jamais falhará, nunca diminuirá, mesmo em face de tanta imperfeição de nossa parte. O amor do Amado é como o sol, inalterável quanto a sua luz e calor, mesmo que haja nuvens e chuvas, seu fulgor continua o mesmo. Mas, visto que nosso amor é tão pobre, por que não buscar crescer nesse amor por aquele que provou amor infinito e eterno por pecadores caídos como nós?
Meu amigo, o Senhor da glória habita em corações que foram santificados pela graça salvadora. Fora disso quem reina é o pecado e o amor do homem é mostrado pelas suas obras. Se nosso viver é de um ímpio e profano; se os membros do nosso corpo são usados na prática da injustiça; se estivermos servindo ao pecado como escravo, não importa o que somos, se estamos filiados a qualquer igreja ou não, a verdade é que não passamos de escravos do pecado. Que o amigo leitor não viva enganado, ludibriado pela enganosidade de um coração pervertido e corrompido. Onde Cristo reina como Senhor há humildade e dependência Dele por parte do súdito.
Mas o convite da graça continua estendido aos perdidos. A missão do Senhor é salvar perdidos e Seu braço forte está estendido para resgatar os que clamam e invocam Seu Nome. É você uma alma assim? É você alguém que busca a verdade? Quer conhecer o Amor que perdoa, purifica e santifica a alma arrependida?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (19)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Prezado leitor podemos aprofundar um pouco mais nessa gloriosa confissão de amor que parte de um coração redimido. Os eleitos de Deus são conhecidos pela sua confissão de amor pelo seu Amado. Ó quanto espero que todos amem o Senhor Jesus! Como anelo ver meus leitores conhecendo mais e mais o Rei da glória!
Digo mais que essa confissão: “Eu sou do meu Amado, e o meu Amado é meu” revela firme esperança. Não é exatamente isso o que João transmite: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos” (1João 3:2)? E que esperança! O povo de Deus peregrina nesta vida em busca do lar eterno; o povo que foi achado na imperfeição do pecado visa a perfeição na glória! Afinal, somos o povo alvejado pela misericórdia, a fim de chegarmos triunfantemente na glória eterna. Estamos dando adeus a este mundo com suas fantasias, e vaidades; estamos declarando que toda essa beleza natural não passa de papel que rasga com o tempo; todo encanto perde seu fulgor ante a gloriosa perfeição que há de vir.
Amigo leitor, o crente caminha para o grande casamento, porque os santos serão apresentados perante o noivo eterno, assim toda essa imperfeição que agora carregamos em nossos frágeis corpos será transformada em perfeita manifestação de glória. O mundo oco e inútil apercebe-se dessa esperança bendita na confissão do salvo. O salvo pertence àquele que é invisível! Como pode deixar de lado, considerando palha, todo esse vislumbrar de paixões e fama? O mundo é tão belo e agradável à carne, que tal desprezo não passa de loucura para uma mentalidade mundana.
Oh! Mas o que é tudo isso para os olhos da fé? Quem pode entre os homens segurar para si qualquer porção de prazer dado pelo diabo? Abraão, com toda sua riqueza desprezou e considerou farrapo aquilo que tanto os homens se apegam; ele usou as riquezas enquanto aqui viveu e o fez com sabedoria, mas quando chegou o momento de subir, mirou com firmeza a cidade construída por Cristo nos céus, e partiu para receber seu precioso e eterno galardão. O mundo ao redor de Moisés via resplendores em toda fortuna que cercava um faraó. Quem não queria beliscar um pouco daquela riqueza! Mas Moisés conheceu seu Senhor! A visão do Senhor da glória tornou sua alegria, riqueza e prazer, por isso não demorou em reconhecer que toda riqueza e pomposidade desta vida não passava de lixo, quando comparadas à glória de Cristo, então sua decisão foi firme e corajosa: “escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado” (Hebreus 11:25).
Amado leitor, como a bíblia destaca nossa esperança! Ela põe nossos pés neste vale, mas nossos corações estão lá no alto, na firme esperança da glória. Estamos mostrando ao mundo que veremos o Rei e seremos semelhantes a Ele. Como tal verdade é tão importante para nossas vidas práticas! O mundo atual quer sintonizar nossos corações com a prosperidade carnal e egoísta desta vida. Foi assim com o salmista (Salmo 73). Ele começou desviar de Deus quando prestou atenção aos ricos e profanos desta vida. Ele como um crente vivia cheio de dificuldades, enquanto os perversos estavam carregados de recursos materiais. Mas quando seus olhos espirituais foram abertos, correu para o socorro do Senhor e assim pode confessar: “Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita. Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória” (Salmo 73:23,24)
Amigo leitor, onde está firmada sua esperança? Aqui ou na glória eterna? Pode dizer que seu coração despreza as vaidades e ambições terrenas? Está satisfeito por pertencer ao Senhor e com aquilo que será?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (18)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Prezado amigo, o que aprendemos mais nessa tão maravilhosa confissão que parte de um coração salvo? É obvio que um genuíno crente conhece seu Deus. Toda escuridão foi retirada com a chegada da verdade salvadora. Como alguém vai crer em algo desconhecido? É fato que ultimamente homens têm pregado um Jesus desconhecido da bíblia, alguém que satisfaz os anseios carnais e supersticiosos. Mas o evangelho verdadeiro chega com a mensagem certa, de glória, que claramente põe o homem no pó, a fim de que dali a alma seja erguida para Deus. Ora, quem são os discípulos do Senhor? Moisés responde: “...todos os seus santos estão na sua mão; postos serão no meio, entre os teus pés, e cada um receberá das tuas palavras” (Deuteronômio 32:3).
Amado leitor, o Senhor deixou sua maravilhosa carta para Sua noiva e é impossível ser um crente sem amar o Livro Santo, porquanto, “...quem é de Deus ouve as Palavras de Deus” (João8:47).
Quem não se achega a Palavra de Deus com humildade e disposição de aprender de seu Deus, jamais terá prazer por Cristo. O crente periférico é aquele que vive ao redor da bíblia, como um planeta em torno do sol. Tal crente normalmente é levado por todo vento de doutrina e jamais estabelece sua fé em convicções firmes e inabaláveis; normalmente fascina-se pela cultura e presta culto à celebridades espirituais; normalmente espiritualmente vive pulando como macaco de galho em galho, sem nunca saber em que crê, nem como viver a vida cristã sadia e equilibrada. Crente assim é igual camaleão, que muda de cor dependendo das circunstâncias.
Como conhecer o Senhor ignorando Sua Palavra? Uma mente em contínua escuridão, na ignorância é o local adequado para satanás realizar suas festas religiosas. Satanás, o pai da mentira tem prazer na escuridão. Não há desculpas para um crente, porque se não estiver com seu coração voltado para a verdade revelada certamente não poderá amar Seu Senhor. É uma presa fácil para as arapucas deste mundo. Claramente vemos como sua boca fala o que está cheio o coração. Ora, Deus não é Deus de corações mundanos e divididos!
Mas do que isso, essa confissão de Cantares: “Eu sou do meu amado e o meu Amado é meu” parte de uma alma que anda com seu Senhor em santa comunhão. Seu coração é a casa da alegria, onde há uma contínua festa com a presença do Senhor: “...Eu cearei com ele, e ele comigo” (Apocalipse 3:21). Andar com Deus é a satisfação do verdadeiro crente. Ah! É impossível andar sozinho nesta peregrinação após a conversão! Quem era cego agora vê, vê sua miséria, fraqueza e o cerco de inimigos que agora ousam devorar-lhe. A ovelhinha do Pastor não pode andar sem Sua companhia de amor, cuidado, graça, proteção, carinho e liderança. Qualquer descuido em soberba e orgulho é queda certa. O santo de Deus vive em contínua confissão e agarra-se aos cuidados do Senhor.
Amigo leitor, nenhum crente anda sem a comunhão com seu Deus! Comunhão é atividade contínua da família de Deus e até mesmo as disciplinas fazem parte desse ativo amor do Senhor em favor daqueles que foram chamados. E quanto mais perto Dele, maior será nosso amor e dependência Dele. Somos Dele e Ele é nosso! Maravilha das maravilhas! Que atmosfera de amor! Que caminhada segura para a glória eterna! Foi Deus que começou essa maravilhosa obra de arte da Sua graça e Ele vai continuar isso! (Filipenses 1:6). Nunca esse Pastor abandonará qualquer ovelha comprada com Seu sangue! Nunca perderá de vista qualquer santo Dele! Todos eles são conduzidos assim, no perfeito amor, jornada após jornada até a chegada triunfante ao lar!
Você amigo entende isso? É você ovelha do Sumo Pastor das ovelhas?