“Todavia estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias pelo teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em que eu me compraza na terra” (Salmo 73:23-25)
MANIFESTAÇÃO DE ESPERANÇA E CONSAGRAÇÃO: “Quem tenho eu no céu...”
Prosseguindo, vemos como o crente aplica esse título de “crente” no viver, porque a fé salvadora é a fé que faz o Justo viver dela: “...o justo viverá da fé” (Romanos 1:17). Vejamos que todo sincero crente é erguido pela graça que aciona a fé. A fé é de forma aplicada Cristo em nós. A fé aciona a esperança: “Quem tenho eu no céu...?”. Será que podemos nós entender isso? A fé contempla o céu como a glória de Deus e a terra como o lugar da manifestação da Sua misericordiosa graça.
Quando somos disciplinados em momentos que sentimos que Deus não atendeu nossas súplicas; quando parece que Ele retira dos salvos aquilo que tanto desejamos ter aqui, como ocorreu com Asafe, é porque Ele quer mostrar que não chegamos ao lar ainda. Nós os crentes não ajuntamos tesouros aqui para levar para o céu, mas ao contrário, nosso trabalho aqui em obediência e santidade faz com que ajuntemos tesouros no céu. Não carregamos conosco aquilo que atrai traça e ferrugem; não amontoamos aquilo que atrai ladrões e salteadores. Todas essas coisas que tanto a natureza ambiciona possuir só traz mais peso às nossas almas. Nosso Senhor tem nosso pix e credita em nossa conta tudo o que investimos espiritualmente aqui.
Notemos bem que em nada é condenável para um crente possuir riquezas aqui. Mas o que acontece com os salvos que, como Jó Deus conferiu riquezas, é que eles foram capacitados por Deus para administrar seus bens sem que vivam apegados a tais bens. Os santos não jogam seus bens fora; não partilham sem sabedoria o que possuem. Eles são administradores e não gastadores carnais. As possessões terrenas dos crentes não os coroam como reis, porque na humildade eles dão as glórias a Cristo.
Veja a vida de Mardoqueu no livro de Ester. Quando o rei Assuero soube que foi Mardoqueu quem denunciou os dois que queriam mata-lo, mandou que seu arqui-inimigo Hamã proclamasse Mardoqueu como o homem de confiança do rei. Mas logo após sua apresentação ao povo, Mardoqueu voltou ao seu lugar de um homem simples e sem qualquer desejo por honras mundanas.
Olhemos a vida de José no Egito, pois as disciplinas de Deus na casa de Potifar e na prisão fizeram dele um homem humilde e revestido de sabedoria para lidar com todos, em especial com seus irmãos que tanto o maltrataram e o venderam, encobrindo os fatos para o sofrimento de Jacó (Gênesis 37). Mas nada daquele alta posição tomou posse do coração de um moço que foi preparado pela graça a servir Seu Senhor. Outra pessoa que nos traz grandiosa lição é Paulo, pois sua missão de apóstolo aos gentios fez dele um homem impressionantemente satisfeito. Ele diz isso quando escreve aos filipenses: “Aprendi a viver contente em toda situação”
Não é essa lição que temos para nossas vidas num mundo que sempre foi igual? Sem dúvida a visão de Deus no santuário resultou em consagração para Asafe, pois ele percebeu que tudo é de Deus, e todos os feitos Dele resultam em felicidade aqui, por tê-lo como Deus e felicidade inefável na glória que há de vir.
Não é exatamente isso o que devemos nós aprender? Estamos num mundo cercado de promessas de riquezas e confortos terrenos, porque o mundo atual é, aos olhos carnais incrivelmente atrativo. O mundo atual se apresenta com o lindo sorriso sedutor e dizendo a todos que o que tem para oferecer é melhor do que qualquer promessa de Deus. Tudo isso atrairá um crente desprevenido. Ao nosso derredor vemos homens e mulheres sorridentes e sentindo a liberdade de desfrutar de prazeres jamais conhecidos anteriormente. Tudo isso nos chama a viver da palavra e conhecer o caminho da peregrinação, fitando pela fé o Senhor que é nosso Guia até à morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário