“Por isso, ele fez que os seus dias se dissipassem num sopro e os seus anos, em súbito terror” (Salmo 78:33).
ANOS CONSUMIDOS NA ANGÚSTIA:
Prezado leitor caminhemos um pouco mais na investigação dessa tão dramática frase: “...e consumiu seus anos na angústia”. Certamente não podemos esquecer o contexto no qual esse verso está situado. O grandioso Salmo 78 é um cântico que demonstra a lamentável ingratidão dos homens em relação à provisão bondosa de Deus. É um relato sombrio da atitude de Israel no deserto, porquanto aquele povo não se curvou em obediência e submissão à grandeza, liderança e plena suficiência do Deus misericordioso que o livrou da tão tremenda escravidão no Egito. Eles obtiveram aquilo que queriam, mas os resultados foram desastrosos.
O movimento evangélico atual, ignorando o conhecimento do verdadeiro Deus tem sido levado pela mesma correnteza de engano. Tem agredido o céu com petições que visam extravasar o viver na vaidade. Satanás com habilidade tem dado exatamente o que eles querem; tem enchido seus corações da esperança de um mundo socialmente melhor; tem dopado suas mentes e emoções com o engano de que estão vivendo dias maravilhosos, cheios de prazer e que Deus está satisfeito em meio a larga demonstração de fé.
Meu trabalho consiste em expandir um pouco mais o significado da frase final do verso em pauta: “...e consumiu seus anos na angústia”. Já pude mostrar o que significa quando a vaidade dá lugar a angústia da enfermidade mortal. Prossigo para afirmar que a vaidade da aprovação mundana traz à lume a solidão. Notemos bem que a Ira divina não trabalha simplesmente com a morte física. Os homens querem viver uma vida terrena cercada de favores, tendo o aplauso dos homens, sendo admirados pelos homens. É isso o que eles querem, mas não sabem que a angústia virá com a solidão e abandono deles.
Não foi assim com os falsos mestres? Quando homens e mulheres estão em busca das riquezas mundanas; quando ficam fascinados por posição e fama, certamente terão aquilo que tanto buscam, mas o fim será de amargo desespero e de desamparo. “Ai de vós quando todos vos louvarem...!”, foram palavras de advertências do Senhor contra aqueles que ignoram a verdade salvadora e buscam a aprovação mundana. Os falsos pregadores fazem isso. Veja o linguajar lisonjeiro deles! Veja como as multidões os cercam e os aplaudem! Veja como eles são cortejadores e como evitam falar a verdade do pecado e do perigo que rodeia as almas impenitentes!
O Velho Testamento fala sobre o rei Acabe (1Reis 21,22). Seu reino foi marcado por corrupção, maldades e crueldades praticadas contra pessoas inocentes. Para manter seu reinado protegido o esperto Acabe cercou-se de falsos profetas em grande número. Aqueles homens tinham tudo, luxo, comida e proteção do rei, desde que eles falassem em nome do Senhor aquilo que o rei queria ouvir. Mas quando chegou o momento da sua morte, percebe-se o medo que envolve seu coração, por isso espertamente tentou colocar Josafá envolvido na guerra contra os Siros. Na hora da sua morte ficou sozinho, desamparado, longe daqueles que tantas promessas fizeram de segurança e apoio da parte de Deus.
Caro leitor, quão horrível é cair nas mãos do grande Deus! Homens vivem rindo quando estão cercados pela vaidade, e não sabem que o final é de apavorante angústia. Um grupo de estudantes de medicina ria e zombava dos corpos mortos numa sala de dissecação. Um deles sobressai dos outros nas brincadeiras, até que passou despercebido perto de uma agulha infectada e foi ferido por ela. De repente, aquele ambiente de riso foi transformado numa sala de terror. Examinaram o moço infectado e revelaram o pior, ele morreria num prazo de 24 horas. “...e consumiu seus anos na angústia”. A mensagem do evangelho chega proclamando a todos a necessidade de arrependimento.
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