quarta-feira, 13 de julho de 2011

A RUÍNA DA GLÓRIA HUMANA (17) "...anos consumidos na angústia"



Por isso, ele fez que os seus dias se dissipassem num sopro e os seus anos, em súbito terror” (Salmo 78:33).
ANOS CONSUMIDOS NA ANGÚSTIA:
         Prezado leitor, o que acontece quando os dias de vaidade são transformados em anos que se consomem em angústias? O meu trabalho agora consiste em tentar explicar tal verdade. Estou plenamente certo que milhares já estão vivendo assim, com seus anos corroídos pela angústia, mas mesmo assim ainda acham e consideram como algo normal. Como a natureza é iludida pela enganosidade do coração! O sabor da iniquidade é extremamente agradável à carne, por isso a natureza adâmica nunca desiste da corrupção, como o pernilongo jamais desiste do sangue.
         Os anos são consumidos na angústia quando a imperceptível vaidade é transformada em sofrimento. Tudo é festa quando a vaidade cerca os dias; tudo brilha ao derredor e parece indicar bênçãos e favores; parece que há plena liberdade à frente e que não há indicio de inimigos. Na vaidade carnal não há disciplina; não há compromisso de santidade, de pureza e de posicionamento contra o mal. Na vaidade tudo é visto como bênção e Deus parece estar aprovando e guiando tal modo de vida. Na vaidade o caminho é belo e favorável, sem qualquer indício de sofrimento, lutas e dificuldades. Mas quando os anos forem chegando, as grades da prisão vão mostrando os limites de um viver sem Deus no mundo; vão revelando os traços dos verdadeiros inimigos e como eles se aproximam com toda crueldade.
         Então, o sofrimento começa a aparecer. A natureza carnal que fora tão agradada tenta mostrar que é forte, mas logo revela sua tremenda fragilidade ante as forças poderosas que cercam a alma. Então, todo encanto mundano passa a mostrar que não tem qualquer resposta para a crueldade dos inimigos. Temos uma explicação disso em Deuteronômio 32. Naquele grande cântico de Moisés, Deus está mostrando a loucura da ingratidão de Israel diante de tanta prova de bondade. Temos ali uma história profética, porque conta não somente o que o povo fez durante os quarenta anos no deserto, como também o que faria contra Deus, diante de tanta bondade, paciência e amor daquele que provou em tudo ser um Deus fiel e zeloso pelo bem-estar do Seu povo.
         Mas veja a linguagem de Deus em mostrar o que o povo experimentaria no futuro como efeito de um coração vaidoso e arrogante: “Então dirá: Onde estão os seus deuses, a rocha em que se refugiavam, os que comiam a gordura dos sacrifícios deles e bebiam o vinho das suas ofertas de libação? Levantem-se eles, e vos ajudem, a fim de que haja agora refúgio para vós(Deuteronômio 32:37,38). O castigo viria inevitavelmente, pois o Senhor retiraria Seu rosto de favor, e assim eles buscariam um socorro inútil em seus deuses.
         Acontece que um viver na vaidade logo verá como essa vaidade da força cede lugar à enfermidade. Notemos na parábola do rico insensato uma incrível ilustração desse fato. Aquele homem tinha seu coração contagiado pela vaidade de acumular bens nesta vida. Sua segurança estava no dinheiro, por isso trabalhou arduamente para obter e ajuntar aquilo que ele achava em sua vaidade que era a fonte de alegria e o segredo de viver. O engano do coração não permitia que ele enxergasse que estava correndo atrás do vento. Os anos chegaram e não percebia que a angústia viria num só golpe sobre seu frágil viver. Depois de acumular tantos bens e pensar que estava agora pronto para saborear os encantos desta vida, eis que a voz soberana chega: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens em depósito, para quem será?” (Lucas 12:20). Caro leitor, fuja das vaidades desta vida! Tire seu coração daquilo que você não pode segurar e que fatalmente desaparecerá de diante de seus olhos! O Salvador bendito procura perdidos a fim de salva-los de seus pecados.

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