“E acrescentou: Senhor, lembra-te
de mim quando vieres no teu reino” (LUCAS 23:42)
UMA
PETIÇÃO DE UMA ALMA HUMILHADA E AQUIETADA:
Caro leitor, meditemos na profundidade
dessa petição de uma alma sinceramente convertida a Cristo. Que lição preciosa
da graça! Que obra maravilhosa realizada por esse Salvador, na vida de um
imundo e miserável transgressor da lei! Que nossos pensamentos e emoções sejam
tomados por essa verdade, porquanto é esse o trabalho do Senhor naqueles que
Ele mesmo atrai para Si.
Podemos avançar um pouco mais vendo a petição
de uma alma humilhada e aquietada. Digo e afirmo que a petição daquele moço
foi digna da compaixão de Deus. Caro leitor, tem algo mais encantador para
o coração gracioso de Deus, do que uma alma invocando Seu Nome, em busca dessa
tão grande salvação? O que mais neste mundo pode causar a admiração de Deus?
Aquele que está assentado em Seu sublime trono de nada precisa, especialmente
de homens e mulheres entregues à imundície. Há possibilidade de tirar da
imundície algo puro? O fato é que, entregue a si mesmo, aquele moço seria como
um indesejável verme; um miserável, condenado e lançado às densas trevas, a fim
de eternamente curtir os terrores da ira de Deus.
Mas o fato é que o coração amoroso de
Deus se volta para o pecador que a Ele suplica de coração, em busca de Sua
salvação. Afinal, tudo o que Deus fez em Cristo foi para o bem eterno do
perdido; toda conquista da cruz tinha em mira arrancar pecadores da destruição:
“...para
que não pereça...” (João 3:16). Também, um pecador abrindo sua
boca para pedir o socorro de Deus é algo
inaudito, é milagre. Significa que neste mundo brilha o sol da misericórdia;
que Deus está presente outorgando aos homens Sua eterna salvação. Significa que
o caminho para o céu está aberto e bem iluminado pelos raios da graça.
Significa que o pecador pode divisar o que jamais presenciou antes. Ele pode
contemplar o portal do céu aberto e o Senhor convidando pecadores arrependidos
a entrar.
Caro leitor, não há um acontecimento
mais espantoso neste mundo, do que um pecador clamando a Deus por sua salvação.
As boas vieram do céu para atingir em cheio os corações, pois Deus tem Sua mão
estendida, a fim de quebrar todo poder do pecado nos homens e assim dar-lhes a
benção eternal de enxergar e ouvir coisas espirituais e eternas.
Também, digo e afirmo que naquela
petição aquele moço mirou o dom gracioso de Deus. Quando seus olhos da fé foram
abertos por obra do Santo Espírito, eis que ele viu ao seu lado o próprio Deus.
Estava ali mais do que um pobre Nazareno; mais do que um pobre ser desprezado
no meio dos homens. Aquele moço viu bem perto dele, o Deus cujo coração é cheio
de infinitas bondades e compaixões. Se a porta de acesso a ele estava aberto,
então viu que poderia entrar, e realmente entrou. Todo terror da lei ficou para
trás, porque na face do Senhor havia recepção calorosa; havia plena aceitação.
Ele percebeu que se corresse imediatamente para Ele, certamente não seria
lançado fora (João 6:37).
Então, o que ele fez? Ele simplesmente
fitou o coração amoroso do Senhor, e como Moisés, ousou pedir-Lhe com ousadia a
sua salvação. Já que havia acolhimento, ele simplesmente correu para o Senhor.
Ele se atrelou à graça; abraçou a chance e não adiou sua conversão. Ele
simplesmente entrou para ganhar o coração de Deus. Pela fé não titubeou; não
usou de rodeios, mas foi direto em sua petição.
Caro leitor, o amor de Deus é acolhedor
para a alma desesperada; para aquele que pedir-lhe essa tão grande salvação.
Portanto, pode achegar para o Salvador. Ele não está distante; Ele não coloca
intermediários para a realização de Sua obra, pois é Ele mesmo quem chega, quem
está perto. Não há pastores, nem anjo, nem Maria, nem padres. Deus o Pai só
lida com a mediação do Filho, a fim de acolher e salvar perdidos pecadores.
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