segunda-feira, 30 de novembro de 2015

AS BEM-AVENTURANÇAS II “Os que choram” (3)


“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5:1-9)
O QUE SIGNIFICA “OS QUE CHORAM”.
        Caro leitor, de forma positiva, o que realmente significa “chorar”? O leitor atento verá que há uma ordem, que tudo começa no descobrimento da verdadeira pobreza de espírito, conforme já temos visto. Sendo assim, eis que o pobre há de chorar e chora por ser pobre, por sua condição tão miserável. Acredito que isso é de suma importância, justamente porque em nossos dias tudo é festa; a vida cristã é tida como motivo de muita alegria e nada de tristeza no íntimo. Falo isso porque tenho presenciado em muitas igrejas uma busca constante, não de temor, mas sim de entusiasmo e de bênçãos que cercam esta vida tão transitória.
        Mas vamos às considerações do texto, e de imediato posso afirmar que “os que choram” são aqueles que no íntimo reconhecem sua real condição de miséria em face do seu distanciamento de Deus. São aqueles que vivenciam isso no íntimo, que sabem da miséria do seu coração, da sua prontidão em pecar, de como sua alma está ressequida, sem paz e sem vida no íntimo. É claro que nem sempre será um choro físico, porque tal choro não é importante, mas sim as lágrimas que são derramadas no coração perante Deus. É isso o que o autor de um antigo hino quis dizer na primeira estrofe:
                               Bem longe de Deus eu andava, um pobre perdido fui eu.

                               Pensava que fosse impossível entrar a minha alma no céu.
        Digo mais que a alma chora quando toda realidade de seu viver passado, presente e sua condição futura é vista. Ele olha tudo o que fez no passado, sua arrogância, sua disposição para ofender a Deus em seus atos, palavras e pensamentos. Parece até que Deus passa um filme sobre sua vida. Então, com tudo isso perante seus olhos, eis que ele chora, a alma fica como que afundada no pó. Os homens modernos não veem essas coisas, desconhecem sua condição e se acham pessoas que não são tão perdidas assim, que são melhores do que seus semelhantes que viveram antes deles. Além disso, a mensagem do chamado evangelho moderno nada transmite, a não ser sucesso para esta vida aqui. A mensagem pregada em nossos dias chegou para sanar os problemas habituais desta vida agitada e febrilmente anelante por sucesso material.
        Meu caro leitor, não esqueçamos que o evangelho verdadeiro transmite a mensagem do reino de Deus, fazendo assim real contraste com este sistema de vida mundano aqui na terra. Enquanto o mundo proclama louvores aos grandes, aos fortes, aos cultos e ao sucesso na fama e nas riquezas, o evangelho da glória de Cristo vem afundar tudo isso, colocar todas essas relíquias dos homens na lama, a fim de exaltar homens e mulheres que diante da glória de Deus estão chorando, porque se viram esmagados no íntimo.
        Também, posso afirmar que a pessoa chora sim, porque viu que nada possui de eterno, mesmo que materialmente parece que tem de tudo aqui. Mas nada na alma. Há um vácuo lá dentro, que nada há de força, mas somente fraqueza e fracasso; nada há de bom nele, mas só de uma predisposição para o mal; que está descendo e não subindo; que aos olhos de Deus ele é motivo de completo desprezo. Ora, tal alma não vai chorar? Claro! Seu passado foi de terror, seu presente é desesperador e seu futuro miséria. Por isso ele pergunta: Quem me poderá salvar?

        Amigo, é essa sua condição agora? É você a alma que corre em busca de Deus, anelando achar o Salvador bendito? É você a alma que quer pertencer a Deus para sempre? É você a alma que agora no íntimo chora? Que não está em busca de resposta nos homens, nem em religiões, mas sim na Palavra de Deus? Sendo assim, venho lhe dizer que você foi achado pelo Senhor; que Ele está lhe atraindo para Si. Que momento maravilhoso para sua conversão agora mesmo!

TODOS DEBAIXO DO PECADO VI O homem morto no pecado (5)


“A garganta deles é sepulcro aberto, com a língua urdem engano...” (Romanos 3:13).
O REFLEXO DO PECADO NA LINGUA: “com a língua...”
        Amado leitor, o que realmente a Palavra de Deus quer dizer com a expressão: “urdem engano”? Pelo que podemos extrair do ensino sobre o coração humano como fonte do pecado e de todo mal, eis que não há dúvida que essa é a principal atividade do pecado à partir do coração. Acontece é que somos inclinados a acreditar no pecado em seus efeitos e não em sua causa. Mas o leitor pode bem ver o quanto a Bíblia expõe a verdade a partir da causa, conforme vemos nessa declaração tão contundente vinda do Espírito Santo.
        A Palavra de Deus vai mais longe porque as crianças, as quais conforme nosso parecer são tão puras e santas, elas são vistas por Deus em suas maldades no coração, conforme deixa claro o nosso Sumo professor em Salmo 58:3: “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras” (versão corrigida). Parece incrível para nós, mas a verdade é que Deus está mostrando como o coração do homem é desde sua concepção. Deus mostrar que o homem é perverso e maduro para pecar desde quando sua mãe fica grávida dele. Foi exatamente essa a conclusão checada dramaticamente por Davi após a experiência de adultério e assassinato (Salmo 51).
        Mas também essa expressão “urdem engano” mostra o quanto a montagem é bem feita e é extremamente enganosa, porque é manipulada no coração; está completamente distante da habilidade dos homens, porque eles não conhecem nem seus próprios corações, quanto mais os corações de seus semelhantes. O trabalho é bem articulado no íntimo; é bem tramado no recôndito; é bem urdido longe de qualquer imaginação. Basta que Deus solte as “feras” e eis que elas estão prontas para o ataque. Bastou que o humilde Hazael, servo do rei da Síria fosse solto e eis que todas as terríveis habilidades para matar e destruir entrassem em cena (2 Reis 8) e assim tornou ele um dos reis mais perversos daquele tempo.
        Mas como é que funciona essa rede de engano bem trabalhado no coração do homem ímpio? Ora, os crentes conhecem por experiência o “poço da perdição” do qual foram arrancados; eles mesmos se lembram de como agiam em seus pecados. Mesmo Davi, sendo um homem segundo o coração de Deus não percebeu a engenhosidade do seu coração, quando aos poucos foi se abrindo para o pecado do adultério. Quando o homem é atraído pelo pecado e para o pecado, eis que imediatamente o pecado cria um cerco em torno de si e tudo passa a funcionar em torno de seus interesses egoístas.
        Meu caro leitor, o pecado sabe trabalhar mantendo o pecador sob seu sistema de engano; o pecado tapa a visão de Deus; o pecado arranca a glória de Deus de perto; o pecado afirma no íntimo que aqueles atos não serão vistos, que ninguém perceberá, que a pessoa tem direito daquilo e que sendo assim nada haverá de juízo. No caso de Davi, eis que não demorou muito para que tudo viesse à tona e ele pudesse sentir o gosto amargo do ódio de Deus.
        Mas é diferente no tocante ao ímpio, pois à medida que sua consciência é massacrada, eis que ele vai ficando mais arrogante, endurecido e disposto a avançar ainda mais em suas práticas perversas. Herodias agiu assim, pois no íntimo ela realmente queria trocar de parceiro, queria viver ilicitamente com Herodes. João Batista era o obstáculo para seu “progresso” no mal, por isso aproveitou bem a oportunidade para arrancar esse “empecilho” da sua frente, mandando matar o homem de Deus.

        Caro amigo, não há pecado que não seja cometido por livre consentimento do coração, por essa razão homens e mulheres hão de pagar caríssimo pelos seus terríveis atos aqui e na eternidade. A não ser que se arrependam, confessem e deixem suas maldades, se convertendo a Cristo.  

a morte do salvo e a morte do não salvo


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO VI O homem morto no pecado (4)


“A garganta deles é sepulcro aberto, com a língua urdem engano...” (Romanos 3:13).
O REFLEXO DO PECADO NA LINGUA: “com a língua...”
        Amado leitor, quero lhe convidar, para que juntos entremos nessa “sala de aula” da graça e que realmente interessemos por essa matéria que trata da depravação total. Veja como Deus vê o homem por dentro; como o Senhor “rasga” a garganta, a fim de mostrar o que sai do coração; como os sintomas do pecado se manifestam por meio da língua. Sei que se chegarmos de todo coração realmente aprenderemos, conheceremos o que significa o temor do Senhor e aprenderemos o que significa gratidão por tudo o que Ele em Sua graça fez por nós.
        O que significa “...urdem engano...”? Quero mostrar conforme as Escrituras como surgem os princípios do pecado. O que vemos por fora normalmente esconde a realidade interna. Normalmente as iniquidades escondem suas “unhas” quando aparecem; normalmente as transgressões tentam agir como Jezabel, “...pintou em volta dos olhos e enfeitou a cabeça...” (2 Reis 9:30). Quando o pecado aparece é comum vir como um glacê, enfeitando superficialmente o bolo envenenado. Quando Davi viu no íntimo a malignidade do seu pecado, o que houve por fora foi uma manifesta aflição (Salmo 51). Foi a partir desse conhecimento da vileza e malignidade do pecado no íntimo, que o Salmista orou no Salmo 139, a fim de que o Senhor sondasse o seu coração e trouxesse à lume tudo o que estava oculto.
        Por que os homens modernos nada sabem acerca de suas maldades? É justamente por isso, porque quando eles se manifestam por fora estão bem trajados de egoísmo e de desculpas. Os homens não sabem o quanto a maldade que sai do coração é venenosa, cheia de mentiras, de planos perversos e de malícias e dolos. Porque as pessoas não conseguem ver a realidade do coração, eis que a natureza maligna do pecado age como se Deus também pudesse ser iludido. Não foi assim com a perversa Jezabel quando planejou matar Nabote? (1 Reis 21). Imediatamente seus malignos planos surgiram e foram postos em ação, mas apareceram trajados de justiça e piedade. Foi assim também com Amnon, o qual queria a todo custo tirar a virgindade de Tamar, sua meia irmã. Todo planejamento foi feito de tal maneira, para que ninguém percebesse a maldade desse ato criminoso e cheio de vileza (2 Samuel 13).
        Caro leitor, que sejamos tomados de verdadeiro temor, pois desde o útero de nossa mamãe viemos com toda disposição para a mentira: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras” (Salmo 58:3). Notemos bem que essas disposições malignas não aparecem por causa do ambiente em que ela vivem; não surgem porque aprenderam com os pais ou com amizades perversas. Elas já nascem com isso e vem à tona assim que crescem. Quando a Bíblia manda os pais usarem a vara da correção, a finalidade é arrancar essas estultícias do coração da criança. Quando elas se tornam notoriamente depravadas e perversas é porque essas coisas com as quais nasceram estão aí prontas para usar mãos, pés, boca, etc.
        Caro amigo, uma serpente não precisa crescer para ter veneno. Ela já nasce venenosa. Assim também os homens já nascem com essa disposição de “urdir engano”. Homens e mulheres já entraram neste mundo com toda disposição de mentir, rebelar-se contra os pais, odiar, invejar, trapacear e prejudicar aos seus semelhantes. É exatamente isso o que o texto acima nos diz: “...com a língua urdem engano...”.

        E você amigo, pode entender essa verdade? Pode reconhecer as façanhas do coração? Quem pode mudar isso? Quem pode nos arrancar dessa trágica situação na qual o pecado nos colocou? Somos melhores? Não! Graças a Deus, porque Ele enviou Seu Filho ao mundo para que fôssemos arrancados dessa condição tão triste!

AS BEM-AVENTURANÇAS II “Os que choram” (2)


“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5:1-9)
O QUE SIGNIFICA “OS QUE CHORAM”.
        Amado leitor, o que realmente significa “os que choram”? O que nosso Senhor quer nos ensinar nesse verso? O que tem haver choro com vida cristã? É obvio que para entendermos esse ensino teremos que examiná-lo de forma negativa.
        Certamente nosso Senhor não está tratando de mero remorso, porque dependendo das circunstâncias pessoas podem chorar e levar outros também ao derramamento de lágrimas. Em Malaquias vemos como a nação de Israel agia assim, pois desprezava o Senhor, e em lugar da obediência a Deus fazia prevalecer um culto emocional: “Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que Ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão” (Malaquias 2:13).
        Normalmente os cultos onde prevalecem as emoções o choro aparece, e vem de tal maneira que o ambiente parecerá muito espiritual. Mas devemos saber que quanto mais longe da verdade e da obediência sensata à Palavra de Deus, eis que toda sorte de inutilidades e superfluidades se manifestam para encher os corações de maior soberba. Quem vive disso dificilmente terá prazer em escutar a verdade e dinamizar seu viver na fé cristã. Esse é o caminho certo para a derrocada espiritual; é o caminho certo para o desprezo ao Senhor e para a aceitação de outros aditivos enganosos dos falsos mestres. Experiências emocionais, quando não são firmadas na verdade que nos foi entregue, elas podem servir de trampolim para uma vertiginosa queda em grosseiros pecados.
        Algumas pessoas pensam que a prova da conversão é o choro. É claro que algumas conversões se manifestam com choro, dependendo muito da forma como a pregação da Palavra atua no coração e nos sentimentos da alma convertida. Mas nem sempre é assim. A conversão só pode ser tratada como verdadeira quando a alma recebe a Palavra de Deus com prazer; quando os ouvidos da alma são abertos e a disposição de uma fé obediente entra em evidência. Quando isso não acontece, tudo não passa de fogo de palha, de um despertamento momentâneo e de atos de uma fé firmada no homem e não na verdade escrita.       
        Positivamente falando, o choro acerca do qual nosso Senhor está referindo é, sem dúvida o resultado de ser “pobre de espírito”. Tomemos isso à luz do que vemos na pobreza material. Pense numa criança chorando por falta de comida; pense numa mãe que não somente está faminta, mas nada encontra para se alimentar e dar comida aos filhos. Tal pessoa vai chorar sim e será algo real, trágico, que merece toda compaixão. Muitos não sabem disso em experiência própria, porque jamais sentiram falta de qualquer coisa. Muitos pensam que passam fome e choram, não porque não há comida, mas sim porque não têm aquilo que querem. Foi assim com Israel no deserto; aquele povo rebelde chorou, não por falta de comida, porque seguramente tinha o maná e água que tirava da rocha. Eles choravam porque queriam as delícias do Egito, numa manifesta rebelião e desprezo a Deus.
        Voltando ao texto, creio que o amigo pode entender o que nosso Senhor quer dizer sobre choro. O que realmente significa é que a alma percebe os terríveis resultados de sua condição no pecado, distante de Deus, longe das riquezas eternas, sem qualquer capacidade de alcançá-las. A alma se vê como uma ave, cujas asas estão quebradas, por isso não pode voar; como alguém num profundo poço, sem qualquer condição de sair dali. Por isso a alma chora, e esse é o choro que Deus ouve; esse é o pranto para o qual Deus se interessa. Realmente significa que a alma está aflita, oprimida, sangrando no íntimo e sentindo sua miséria. O que acontece é que tal alma quer achar Deus, quer conhecer o Salvador e Sua salvação.


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO VI O homem morto no pecado (3)


“A garganta deles é sepulcro aberto, com a língua urdem engano...” (Romanos 3:13).
O CORAÇÃO – O SEPULCRO.
        Caro leitor, encaremos o homem caído em Adão, pois perante Deus ele está espiritualmente morto. Notem bem o texto, pois é pela sua boca que ele vai transmitir sua condição no pecado. O Senhor requer a verdade no íntimo (Salmo 51:6), pois o verdadeiro homem está encoberto por aquilo que é físico. A única forma de conhecer os trágicos efeitos do pecado no homem é através do conhecimento da Palavra de Deus.
        Creio que em minhas mensagens tenho procurado encher meus leitores dessa profunda verdade acerca da depravação total. Tomemos Efésios 2:1, porque ali fica claro que Deus dá vida, e se Ele faz isso no homem é porque não há vida. Ora, ninguém precisa ressuscitar alguém que está vivo. Nosso Senhor não necessitaria estar no cemitério com aquela multidão, a fim de ressuscitar Lázaro, caso este estivesse ali apenas dormindo. Já faziam quatro dias que seu corpo estava ali em estado de contínua putrefação.
        Mas vamos aos detalhes desse assunto. O que o homem é por fora, é apenas um reflexo do que ele é no coração. Nosso Senhor afirma que a boca fala o que está cheio o coração, e é exatamente isso o que nosso santo Professor quer nos transmitir em Romanos 3:13. Queremos conhecer o que significa morte espiritual? Então, conheçamos o que eles falam, o que sai de suas bocas. O que o mundo e satanás fazem é tentar camuflar a realidade do coração; satanás tenta fazer com que o homem no pecado pareça estar vivo. A diferença nos crentes é porque nasceu um novo homem. Foi exatamente isso o que o Senhor quis dizer quando prometeu mudar o coração. Enquanto o Senhor não ordena a nova vida, o homem continuará sendo o que sempre foi desde a queda e não há aqui qualquer possibilidade de mudá-lo.
        Mas vamos pensar nos crentes. Os verdadeiros crentes foram purificados no coração; os verdadeiros crentes ouviram a voz do Senhor por meio do evangelho e receberam a vida. Foi isso o que nosso Senhor quis dizer em João 5:24: “...passou da morte para a vida”. O novo homem é um coração mudado; um novo homem é mostrado por uma nova disposição de lutar por uma contínua santificação. Mesmo recebendo vida em Cristo, o crente ainda se depara com sua natureza carnal; ainda os resquícios do velho Adão permanecem na carne, por essa razão o crente tem que lutar diariamente para conquistar essa pureza no viver.
        Caro leitor, se você já recebeu a nova vida que há no Filho, não fique a pensar que tudo agora é perfeição. Antes no pecado nem sequer se importava com as façanhas das maldades que vêm do coração. Um morto espiritual é surdo, mudo e paralítico para Deus; está completamente alheio à vida em Cristo. Mas agora não, agora é guerra, é esse sentimento de luta virá sim; a disposição de guerra por santidade aparecerá. O que Cristo conquistou na cruz, eis que a fé conquista para si no dia a dia. É claro que virá a ressurreição, então os crentes estarão completamente livres dessas importunações terrenas e carnais.
        Amado leitor, talvez as lutas por santidade têm aumentado; talvez você esteja passando por momentos amargos na guerra contra o mal. Mas tudo isso indica que você tem a vida que há no Filho de Deus. Ausência de guerra por santidade é sinal de que Cristo não habita na pessoa. Então, nessa jornada de luta dê glória ao Senhor, porque você participa dessa honra da graça. Não é maravilhoso ser um crente? Não é precioso viver e conhecer essas maravilhas que mostrarão suas perfeições na glória?

        A triste verdade é quando o viver está marcado num compromisso com a carne e com o mundo. Isso significa morte espiritual e indica que a pessoa está marchando para a morte eterna.

AS BEM-AVENTURANÇAS II “Os que choram” (1)

                        
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5:1-9)
    INTRODUÇÃO:  
        Caro leitor, já pude dar para você o que significa “pobre de espírito”, conforme a primeira bem-aventurança. Meu trabalho agora é mostrar o que realmente significa o que nosso Senhor fala na segunda bem-aventurança: “Bem-aventurados os que choram...”. Mas antes de dar a verdade completa acerca desse assunto, creio que vale a pena mostrar como tudo isso está em plena ordem e ocupando o devido lugar para nosso perfeito entendimento daquilo que nosso Senhor nos ensina. Um rápido retorno àquilo que foi falado na introdução, certamente dará aos leitores um entendimento acerca da relação que tem uma bem-aventurança com a outra.
        1.     As bem-aventuranças começam com os pobres e com a promessa do reino dos céus. Claramente vemos que os “pobres de espírito” referem-se aos pecadores que são alcançados pela pregação da graça.
        2.     As bem-aventuranças são fechadas com a mesma promessa: “reino dos céus”. Isso significa que tudo o que está contido dentro dessas bem-aventuranças aparece como efeito daquilo que o poder do evangelho faz na vida daqueles que são chamados pela graça à salvação:
        Um “pobre de espírito” se tornará uma pessoa que realmente sabe o que é chorar; será sim uma pessoa “mansa” e que carrega em si uma tremenda fome e sede de justiça. O que temos perante nós é uma foto de um genuíno crente.
        O que pude mostrar nas quatro primeiras bem-aventuranças foi a transformação que o evangelho faz e o efeito disso no coração do homem para com Deus. Mas veja nas quatro bem-aventuranças seguintes, como a vida do salvo tem em efeito social completamente mudado:
        1)     Uma vez que o homem entende que fora alcançado pela misericórdia, eis que ele passa a ser misericordioso.
        2)     Uma vez que ele se tornou uma pessoa que chora, eis agora ele passa a ser alguém que tem um coração limpo.
        3)     Uma vez que agora ele parou de guerrear contra Deus, eis que ele agora é uma pessoa pacificadora.
        4)     Uma vez que passou a ter fome e sede de justiça, eis que agora o resultado é o ódio do mundo contra ele.
        Mas, o que significa “os que choram”? O que isso tem a ver com a vida cristã? A vida de um crente não é só alegria, felicidade e regozijo? O chorar não indica derrota, tristeza e tudo o que é negativo? Outro detalhe nessa introdução é que essa bem-aventurança desfaz todo esse espírito de alegria, euforia e otimismo carnal que tanto prevalecem como efeito do falso evangelho em nossos dias. Não há qualquer sinal de choro e de tristeza, como resultados da pobreza espiritual. O que importa hoje é felicidade, é o sentir-se bem.
        Meu caro leitor, você no coração já compreendeu o que significa chorar no íntimo? Um dia ficou sabendo da sua real condição perante Deus, longe Dele e incapaz de chegar-se a Ele? Um dia você pode ouvir acerca dos seus pecados; de como andou pelo caminho tortuoso e de como ofendeu a Deus? Mas é exatamente aqui que entra a história do grande encontro entre o pecador e o Salvador. Que encontro maravilhoso! Os que agora realmente sabem o que é chorar, são os que poderão ouvir esta mensagem, são os que estão sendo atraídos por Deus.

        Hoje é o dia para que aconteça em sua vida a maior e preciosa bênção que uma alma pode conhecer – a salvação preciosa que há no Filho de Deus! 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO VI O homem morto no pecado (2)


“A garganta deles é sepulcro aberto, com a língua urdem engano...” (Romanos 3:13).
O CORAÇÃO – O SEPULCRO.
        Caro leitor, uma vez dada a introdução, chegou agora o momento para investigar as terríveis realidades acerca do coração do homem no pecado. O que Deus faz é nos chamar para a “sala de dissecação de cadáveres espirituais”. Os verdadeiros discípulos do Senhor precisam entrar ali, precisam saber como foi o estado deles no pecado, a fim de que agora possam olhar com misericórdia para os que estão ao seu derredor.
        A primeira lição que temos é que a Bíblia faz uso do termo “coração” para designar o homem verdadeiro. Devemos entender isso, justamente porque estamos acostumados a ver as coisas do ponto de vista externo, conforme o mundo apresenta. Mas a verdade é que essa aparência é descartada na linguagem bíblica. A Palavra de Deus há de mostrar tudo à luz daquilo que é espiritual, eterno e oculto aos olhos dos homens aqui. Sem esse discernimento seremos incapazes de compreender as verdades profundas, misteriosas, mas axiais para nosso entendimento, se é que realmente queremos compreender as coisas como elas realmente são.
        Deus vê o homem interior e fala dele; Deus vê o homem no coração e todo Seu ensino parte dali. Se realmente quisermos compreender as maravilhas da graça, precisamos sim deixar nossos pensamentos, nossa compreensão tão oca do homem, a fim de entrar nessa faculdade santa. Sem dúvida as lições são avassaladoras, porque quando a luz brilha a nosso respeito, eis que a natureza carnal quer rejeitar tais ensinos.
        Note bem amigo o que Deus diz a respeito daqueles que foram salvos em Efésios 2:1: “Ele vos deu vida, estando vós mortos em vossos delitos e pecados”. É exatamente essa a lição que nosso nos passa no impressionante e profundo cap. 5 de João. Enquanto os religiosos judeus compreendiam tudo à luz da guarda de um mero sábado, nosso Senhor mostra para eles que a entrada do pecado foi a mais poderosa catástrofe ocorrida por ocasião da queda, porque a morte entrou e assolou tudo. Como Deus vê a raça humana espiritualmente? Todos esses milhares de pessoas aos olhos do Senhor estão mortas, são defuntos espirituais, excluindo obviamente os que foram salvos.
        Quero que o amado leitor considere bem esse ensino, pois estamos lidando com a verdadeira antropologia. Nós vemos o homem na sua aparência; nós vemos o homem rico, educado, em sua cor ou raça, etc. Na raça humana Adão foi perfeito homem até à sua queda, desde lá todos nascem no pecado, vivem no pecado e morrem no pecado. Olha ali Nicodemos, um homem religioso, conhecedor da lei de Moisés e profundo conhecedor do Velho Testamento. Mas o que era isso para Deus? Nada! Que valor tinha? Nada! Que diferença Nicodemos tinha de um perverso Barrabás? Para Deus, nenhuma diferença.
        Consideremos também Zaqueu e a multidão que o desprezava, por ser ele um cobrador de impostos do governo romano. Que diferença Zaqueu tinha da multidão religiosa? Nenhuma! A diferença passou a ser vista quando o Senhor Jesus disse a respeito dele: “Hoje veio salvação a esta casa...” (Lucas 19:9). Para o Senhor a diferença não é causada por qualquer religião, pela família, pela disciplina, etc., mas sim pelo novo nascimento. Caro leitor, no pecado todos estão mortos em seus pecados; todos vivem à serviço do pecado; todos estão completamente distante de Deus.
        Então amigo, veja que não há poder aqui para colocar o homem vivo perante Deus. No cemitério onde Lázaro fora sepultado nada havia de poder para arrancar aquele cadáver, e suas irmãs só podiam chorar e sofrer a falta de seu querido irmão. Foi o Senhor que chegou e ordenou que Lázaro saísse vivo.

        É assim meu amigo, o que o evangelho faz, pois qualquer pecador que consegue ouvir a mensagem de salvação e crer em Jesus, eis que é uma alma que passou a conhecer  a verdadeira vida – a vida que há em Cristo Jesus. 

AS BEM-AVENTURANÇAS I - OS POBRES (10 de 10)


“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:1-9)
A GRANDE E GLORIOSA PROMESSA: “...deles é o reino dos céus...”
        Caro leitor, aos pecadores que a graça chama nenhuma promessa tem da parte de Deus quanto a esta vida enganosa e passageira. Pelo contrário, nosso Senhor deixou bem claro aos Seus discípulos que eles enfrentariam angústia aqui por causa do Seu nome; que eles teriam aflições aqui. O evangelho da prosperidade não combina com o evangelho da glória de Cristo, pois o peso deste mundo só puxa para baixo, enquanto o peso da salvação é um eterno peso de glória.
        Caro leitor, o que a mensagem do evangelho gracioso promete? Judas que andou com o Senhor e que conheceu a mensagem certa, eis que foi se afastando, tudo porque ele viu um vazio na mensagem santa e nas promessas eternas. Sua aliança feita no coração era com este mundo, com suas riquezas e seu programa cheio de vanglórias. Judas só presenciava a porta fechada à sua frente, para ele todo ensino não passava de ilusão, por essa razão correu para a luz da oportunidade acesa e agarrou-se àquilo que selou seu destino eterno à perdição.
        Amado leitor, os cofres da graça estão abarrotados de riquezas celestiais; os santos são o povo que habitará as regiões celestiais (Efésios 1:3) e as maravilhas eternas fazem as coisas desta vida perderem qualquer fulgor. Quando pregamos o evangelho da glória de Cristo, eis que a fé presencia aquilo que está infinitamente além de qualquer compreensão dos mais poderosos e das mentes mais brilhantes deste mundo. O que satanás faz? Ele eleva os homens à determinada altura, a fim de mostrar suas riquezas terrenas, assim como ele fez com Jesus. Mas a graça não, ela nos faz mirar para cima, nos transporta para longe daqui, e assim os santos têm seus corações cheios da esperança da glória (Colossenses 1:27). O sonho de satanás é ser igual a Deus, por isso ele faz com que as multidões sonhem seus sonhos. A fé não vive dessas fantasias, a fé mira realidades, e nosso Deus não dorme e nem permite que Seus santos venham a dormir diante dos perigos que os cercam.
        Então amado leitor, o próprio Deus deixou os céus e veio ao mundo para salvar homens e mulheres e assim mostrar-lhes a diferença entre Seu reino e o reino deste mundo. A salvação traz consigo uma bagagem eterna, porque mira eternidade. Tudo o que foi projetado na eternidade tem como alvo levar um povo à glória e não prendê-los ao sistema passageiro e enganoso deste mundo que jaz no maligno. Então, fica claro que a mensagem é dirigida aos que nada, nada possuem. São os “pobres de espírito”. O que querem o mesmo prêmio buscado pelos infiéis do passado, certamente vão receber o prêmio da injustiça. O que os homens querem eles vão ter. Moisés teve a oportunidade de ouro para se tornar célebre neste mundo, mas recusou, considerando tudo isso como lixo, quando comparou tudo à luz do galardão celestial.
        Então amigo, a pergunta agora é se você agora reconhece sua total pobreza e miséria perante o grande Deus. Você está à busca de salvação ou da elevação mundana? Você busca o que uma religião da sorte pode lhe oferecer mediante jogadas supersticiosas, ou você quer a verdade que liberta? Você anseia conhecer o Senhor e Salvador? Quer pertencer a Ele para sempre? Quer Dele o perdão, purificação e vida eterna? Se for estas coisas, eis que você é a pessoa certa e a mensagem do reino do céu foi endereçada a você. Você é a alma que realmente é considerada “pobre de espírito”.
        Mas, quanto aos que miram as glórias presentes; quanto aos que buscam um mundo melhor e por isso desejam uma religião para aperfeiçoar esses intentos, eis que a resposta é que o Salvador está longe deles.


         












terça-feira, 24 de novembro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO VI O homem morto no pecado (1)


“A garganta deles é sepulcro aberto, com a língua urdem engano...” (Romanos 3:13).
            INTRODUÇÃO:  
        Amado leitor, o que vimos até o verso 12 foi o Espírito Santo nos mostrando o efeito universal do pecado, o que aconteceu com toda família adâmica. O que vemos a seguir, a partir do verso 13 é algo pavoroso a nosso respeito. Será como se estivéssemos numa sala de dissecação. O que a graça de Deus nos mostra agora é a parte individual, o efeito do pecado em cada ser humano. Estamos tão acostumados a conhecer o homem por fora, no aspecto físico dele; damos valor à aparência e consideramos o aspecto social como algo de grande importância.
        Mas o que veremos agora é a forma como Deus vê o homem, e Ele mesmo nos chama a esse conhecimento. Eu sei o quanto a sociedade evangélica de nossos dias não considera esse assunto como algo de vital importância, mas o fato é que se não vermos o homem, ou mesmo a nós como Deus realmente mostra, certamente jamais teremos nojo de nosso viver miserável e a consequência é que jamais teremos o temor do Senhor em nossos corações.
        Mas o texto de Romanos nos convida a entrar nessa “sala de aula” a fim de vermos o que significa o pecado, especialmente porque o pecado se manifesta no coração do homem. Quando Deus quer nos mostrar, eis que Ele abre a garganta do homem e revela o que é que sai do coração do homem. Não é o que entra, mas sim o que sai. Foi exatamente isso o que falou o Senhor aos discípulos sobre o que sai da boca do homem (Marcos 7). Veremos que é a partir dali que brota toda disposição para o mal no uso dos membros do corpo:
        1.     Com a língua. Urdindo engano. Eis aí o fato que homens e mulheres já nascem com essa terrível disposição de mentir, de tentar enganar Deus, conforme nos mostra o Salmo 58:3.
        2.     Com os lábios: Veneno de víbora. Essa figura de linguagem descreve não só o que o coração do homem produz – veneno, como também mostra o efeito desse veneno na sociedade.
        3.     Com a boca: Maldição e amargura. Eis aí o resultado imediato do que significa “veneno de víbora”.
        4.     Com os pés: Assassinato. O que realmente significa essa disposição assassina; será que cada ser humano carrega consigo no coração essas armas para destruir seu próximo?
        5.     Sua história: Destruição e miséria. Somos desafiados a olhar nossa vida, onde andamos, o que falamos, o que pensamos e o que fizemos.
        6.     Em relação ao próximo: Guerra. O engano do pecado sempre ilude os homens para que eles pensem que a vida é “paz e amor”. Mas a verdade é que é o contrário que ocorre.
        7.     Em relação a Deus: Não há temor. Eis aí a suma de tudo o que a Bíblia afirma a respeito dos homens; eis aí a realidade da corrupção do coração; eis aí o que significa o homem no pecado.

        Meu caro amigo, veja como o próprio escreveu acerca de nossa história; veja o que jamais o mundo poderá explicar; veja como a verdade a nosso respeito vive acobertada pelas mentiras neste mundo. Eu sei que é tão humilhante para nós, mas é somente assim que podemos entender o amor de Cristo, como foi que Ele desceu do céu e veio aqui, a fim de assumir nossa miséria e carregar em Seu corpo de humilhação todos os pecados do povo eleito. Tudo Deus conta a nós, a fim de que sejamos tomados de temor e assim os pecadores conheçam o que realmente significa a tão grande salvação conquistada ali na cruz.

AS BEM-AVENTURANÇAS I - OS POBRES (9)


“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:1-9)
A GRANDE E GLORIOSA PROMESSA: “...deles é o reino dos céus...”
        Meu amado leitor, com que prazer posso encerrar o pequeno comentário acerca dessa primeira bem-aventurança. Minha oração é que os leitores que realmente amam a Palavra de Deus venham a entender essas verdades, como todas as oito bem-aventuranças estão ligadas e harmonizadas; como elas resumem o poderoso trabalho transformador do evangelho nas vidas de homens e mulheres.
        Também, as bem-aventuranças fazem completo contraste com a mensagem ecumênica e humanista de nossos dias. Enquanto esse evangelho está em seu auge, eis que a multidão vive na alegria mundana; nada vemos em nossos dias de homens e mulheres mostrando que estão no íntimo sentindo a miséria do pecado em suas vidas. Nada vemos de homens e mulheres pobres de espírito; até mesmo nas igrejas vemos festas, alegrias, shows, etc., mas nada de temor resultante de humilhação perante Deus e Sua verdade.
        Mas o leitor atento há de perceber que a primeira bem-aventurança abre a porta do evangelho com a chave de ouro, da rica promessa do reino dos céus: “...deles é o reino dos céus”. Ora, o reino dos céus faz completo contraste com o reino deste mundo, mesmo que este seja muito bonito, religioso e aparentemente espiritual. O reino deste mundo tem satanás como seu líder espiritual e disfarçado de deus. O reino deste mundo traz as promessas deste mundo e envolve as multidões com aquilo que os olhos veem e os ouvidos físicos podem ouvir. O mundo sempre foi assim, sempre satanás lutou para oferecer um mundo melhor, um estilo de vida que satisfaz os homens aqui. Sempre as multidões em toda história e em todos os lugares buscaram servir ao pai da mentira em troca de suas vantagens ocas e miseráveis aqui.
        Mas, qual é a promessa que vem de Deus aos pobres de espírito? “...deles é o reino dos céus”. Enquanto satanás oferece seu paraíso mundano aos corações cheios de soberba e ambições terrenas, eis que a promessa do evangelho aos pecadores humilhados, arrependidos é que “...deles é o reino dos céus”. A diferença é grande. Quando os homens passam a conhecer a miséria aqui, é porque Deus tem para eles as glórias celestiais. As normas da graça funcionam assim: Primeiro vem a pobreza espiritual, para obter riquezas espirituais; primeiro vem a humilhação, a fim de ser elevado à glória celeste. Primeiramente aparece a tristeza, para depois surgir a verdadeira alegria; primeiro o pranto no coração, depois a eterna felicidade.  
        Sendo assim, eis que venho afirmar que qualquer mensagem evangélica que evoca riquezas aqui é cheia de veneno e tem satanás como inspirador. Nada contra as riquezas, nada contra a prosperidade material. Mas o evangelho bíblico não trata disso, essas coisas não são essenciais, elas são periféricas. O evangelho bíblico chega ao coração, à alma, enquanto o evangelho moderno atinge o aspecto físico e psicológico dos homens. Quando homens são atingidos pela mensagem do céu e passam a conhecer as riquezas eternas, eis que tudo o que é material começa a ocupar o devido lugar aqui. Quando homens e mulheres são santificados na salvação, eis que os valores materiais são usados adequadamente. Quando Zaqueu se converteu, ele não jogou suas riquezas fora, mas passou a usá-las de forma adequada, a fim de servir aos seus semelhantes.

        Mas, toda ênfase nas bem-aventuranças é dada ao evangelho do reino dos céus, porque a mensagem que os verdadeiros “pobres de espírito” querem ouvir é a mensagem do alto; eles querem ouvir a voz de Deus e não de falsos mestres; seus corações anseiam por aquilo que é permanente, e não por aquilo que é transitório. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO V “...não há quem faça o bem...” (10 de 10)


“...não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:12)
QUANDO O FAZER O BEM REALMENTE SERVE.
        Amado leitor, todo meu esforço visa mostrar o que realmente significa fazer o bem, do ponto de vista de Deus e não do nosso. Quando o bem é realmente o bem, o mundo não o verá como bem, mas sim como mal. Quando Raabe recebeu os espias em Jericó, certamente ela estava fazendo o bem. O temor daquela mulher era o temor de Deus e não mais do seu povo pagão e corrompido, marcado para ser destruído de uma vez por todas. Quando homens e mulheres tomam o caminho da verdade e querem conhecer o Deus da Bíblia e se unem ao povo de Deus, não há dúvida que esse é o caminho do bem; significa que ele agora tomou o caminho certo rumo ao céu.
        Também, quando o arrependimento e a conversão mostram como o coração foi transformado. Posso tomar a vida de Zaqueu para ilustrar essa verdade (Lucas 19:1-10). Ali estava um homem odiado pela religião do seu povo, mas quando se ergueu à procura de Jesus, não há dúvida que tomou o passo da genuína fé que busca a mais preciosa relíquia. Aquele homem provava por suas obras que só fazia o mal, até que tomou o caminho certo, o caminho do arrependimento, por isso aos olhos de Deus Zaqueu entrou pelo caminho do bem e provou isso em seu viver.
        Também, posso afirmar que quando o mundo encara com ódio o viver dos santos cheio do fruto de justiça, significa que eles estão fazendo o bem. Quantos santos de Deus foram odiados e perseguidos até a morte. O verdadeiro bem é visto pelo mundo como algo venenoso, como prática indigna. Foram os homens que mais fizeram o bem neste mundo que mais foram odiados e desprezados. O mundo é assim, pois despreza os verdadeiros tesouros e lançam foram como lixo aquilo que é o melhor. O mundo despreza o ouro do céu e agarra aos lixos daqui. O mundo chama de “malditos” aqueles que Deus afirma serem pessoas benditas. Amado leitor, o fazer o bem está selado para sempre no céu e não na terra. Quem diria, mas a única vez que o ladrão na cruz fez o bem, isso foi arrebatador para sua alma. O bem que ele fez foi agarrar pela fé ao Salvador que estava ali à sua frente, a fim de entrar no Paraíso e escapar do fogo eterno.
        E para encerrar, digo que o fazer o bem será a marca daqueles que hão de ressuscitar para a vida eterna. Note bem a linguagem do nosso Senhor em João 5:29: “Os que tiverem feito o bem para a ressurreição da vida...”. Incrível! Muitos, milhares de santos nem sequer viveram muitos dias aqui como crentes, mas o texto está declarando que eles fizeram o bem. Que testemunho do trabalho transformador do evangelho da graça! Não importa quantos dias viveram aqui; não importa se foram conhecidos ou não; não importa se a conversão deles foi à beira da morte. O fato é que fizeram o bem. Isso é o que importa para Deus
        Amigo, se você é salvo, eis que a marca de fazer o bem está bem gravada em seu coração, porque para Deus somente os santos fazem o bem. E você vai provar isso, vivendo em santidade de vida, querendo agradar a Deus em toda maneira de viver. Você vai provar que faz o bem mostrando o genuíno amor, ao agradar ao próximo naquilo que realmente é edificante, servindo a justiça neste mundo, procurando mostrar a todos o que realmente significa a vida aqui. O mundo precisa de homens e mulheres que fazem o bem e somente crentes em Cristo podem fazer a diferença.

         E você caro leitor que ainda não é salvo. Andando pelo caminho deste mundo você não somente está fazendo o mal a si mesmo, como também vive a prejudicar seus semelhantes. Nós só podemos fazer o bem quando andamos pelo caminho reto, da santidade, da justiça, do amor de Deus, caminhando com certeza para o céu. Fora disso tudo é perigo ao derredor. Então, humildemente reconheça seu orgulho, sua vida no pecado e corra para Cristo agora mesmo, pedindo a Ele perdão pelos seus pecados e a alegria da salvação.  

AS BEM-AVENTURANÇAS I - OS POBRES (8)


“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:1-9)
AS BOAS NOVAS AOS POBRES: “Bem-aventurados...”.
        Caro leitor, quando o homem é visto como “pobre de espírito” é quando em sua alma ele vê seu total desespero perante Deus, sua miséria, completamente desamparado, sem Deus neste mundo e perdido em seus pecados. O “pobre de espírito” é aquele que nada vê de justiça em si mesmo; nada tem em si que o faz merecer qualquer coisa de Deus. É aquele que reconhece seus pecados, que olha para trás e vê seu caminho tão tortuoso, o quanto foi um transgressor e ofensor perante. Tal pessoa não tem como discutir, não tem o que falar e sabe que ao final de sua existência terrena, seu lugar merecido é a penalidade eterna.
        Caro leitor, não há qualquer possibilidade para que o homem por si mesmo venha a si tornar um pobre de espírito. A função do pecado é tornar o coração arrogante e fazer com que cada ser humano se considere um semideus. O homem sozinho em seus pecados tem a maior satisfação de viver no pecado e de morrer no pecado. Então, quando é achado alguém que está conhecendo sua própria humilhação, certamente é o trabalho do próprio Deus, em Sua compaixão pelos pecadores, conforme as claras palavras do Senhor Jesus em João 6:44: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer...”.
        Então caro leitor, isso acontece quando nossos olhos espirituais são abertos; quando passamos a ver tudo à luz da glória de Deus; quando a luz do céu brilha no coração e tudo é trazido à luz das realidades eternas. Veja os homens, veja como eles estão mortos para Deus! Veja como nada neles funciona para aquilo que vai durar eternamente; veja como tudo neles funciona em torno desta vida aqui; veja como suas bocas falam apenas insensatez e revelam o quanto seus corações estão sujos e corrompidos. Veja como todos eles estão aprisionados nas paredes do tempo, sem entender que tiveram uma entrada e vão ter uma saída. Nem mesmo a morte pode alertar os corações, pois o engano do pecado no íntimo os faz pensar que a própria morte lhes trará o bem e o descanso que eles acreditam que merecem.
        Então amigo leitor, se alguém afirma que é salvo, mas o viver é marcado de orgulho, de amor ao mundo e de um viver independente de Deus, sem qualquer prazer por coisas espirituais, tal alma deve saber que jamais conheceu o que realmente significa ser “pobre de espírito”. Essa pessoa pode ser bem-aventurada aqui, pode ser bem sucedida entre os homens; pode ser bem aceita e tida como feliz. Mas a verdade é que Deus não a vê como sendo “bem-aventurada”.  Pelo contrário, ela não passa de um infeliz, miserável, que marcha em sua cegueira para as trevas eternais. Homens e mulheres que amam esta vida mundana, tão marcada para o juízo de Deus, certamente nada vão querer dos céus.
        Ora, as promessas de Deus visam homens e mulheres achados por Deus em extrema pobreza espiritual. O Senhor não tem consigo promessas mundanas, de melhorar a vida aqui, de atender as solicitações carnais de homens e mulheres gananciosos. Satanás é o deus deste sistema enganoso e ele faz promessas enganosas aos que perecem em seus pecados.

        Mas pode ser que tem alguma alma aflita e cheia de temor em seu coração agora; alguém que busca a verdade como se busca um tesouro; alguém que anseia a salvação, como se estivesse em intensa sede à busca de água. Sabe, a mensagem é para você, porque os olhos do Salvador estão fixados em você agora para lhe salvar. O Senhor tem prazer em achar pecadores assim, porque a provisão de Cristo vem do céu para homens e mulheres que agora anseiam a salvação. 

sábado, 21 de novembro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO V “...não há quem faça o bem...” (9)


“...não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:12)
QUANDO O FAZER O BEM REALMENTE SERVE.
        Caro leitor, estou chegando ao final dessa mensagem, mas para que toda dúvida seja dissipada, quero agora mostrar o que realmente significa fazer o bem. Creio que a Palavra de Deus pode dissipar toda esperança do homem no pecado, porquanto já foi mostrada a verdade a seu respeito. Ele não pode fazer o bem, nem sequer há esperança que ele venha a praticar isso.
        Porém, o nosso Senhor não nos deixa sem a apresentação positiva desse assunto. Se o pecado trouxe a morte, é fato que a morte só pode trazer corrupção, tanto no aspecto espiritual como no aspecto físico. Se o salário do pecado é a morte, então não se espera que sob o domínio da morte os homens venham a fazer o bem. Mas a graça veio operar outras maravilhas no meio dos homens, pois onde Deus atua com Seu poder, eis que homens e mulheres aparecem para fazer o bem. É aqui que entram os encantos da graça, coisas que os anjos não conseguem entender. Se pecado reina na morte, eis que o Senhor Jesus veio para exibir Sua vida no meio dos homens. Então, quando o fazer o bem realmente significa algo positivo, agradável a Deus e eternamente benéfico aos homens?
        Primeiramente, creio que é quando é visto por Deus como algo que Ele mesmo opera no homem. Tiro uma poderosa ilustração disso em Atos 11, pois o que vemos ali é um homem ainda não salvo fazendo o bem. Como? Não falamos que os homens no pecado não podem fazer o bem? Sim, e a Palavra de Deus deixa isso bem esclarecido para nós. Mas o que aconteceu com Cornélio foi que Deus o preparou de antemão para a busca da verdade salvadora. Houve naquele homem um conhecimento antecipado do temor do Senhor; houve nele um antepreparo do Espírito Santo em Sua vida, e suas obras provaram que Ele temia ao Deus de Israel e que anelava conhecê-Lo.
        O que acontece é que as obras de muitos são reveladas como um tipo de jornada antecipada da fé. Mas isso não é algo natural, não é algo que vem do homem, mas sim da própria atuação da graça. Sendo mais preciso, digo aos meus leitores que o caminho de Cornélio não era para o céu, mas para conhecer a salvação em Cristo. Nesse caso as obras são vistas por Deus como um “fazer o bem”. Já mencionei Raabe muitas vezes em meus comentários, mas está naquela prostituta um exemplo do que significa fazer o bem, pois quando ela recebeu os espias, ela cheia de temor de Deus procurou protegê-los e assim livrá-los das mãos do rei de Jericó. Nosso Senhor declara que quando alguém oferece um copo de água a um dos Seus servos, está servindo a Ele, e isso é fazer o bem. Foi assim com aquele Etíope no palácio em Jerusalém, conforme Jeremias 38, pois ele foi usado por Deus para tirar o profeta da cisterna. Não somente ele fez o bem, como também recebeu promessas de bênçãos de Deus por aquele ato (Jeremias 39:16-18).
        Em suma, estou querendo mostrar aos meus leitores que uma busca pela salvação, uma procura pelo conhecimento do Deus da salvação, realmente significa fazer o bem. Acreditamos que alguém que com intensa sede busca água para beber, de fato quer seu bem. É assim o que acontece quando homens procuram uma igreja onde podem ouvir a verdade; quando homens estão arrependidos e querem ouvir a doce mensagem da Bíblia; quando homens não mais querem maltratar seus corpos com pinga, nem maltratar suas famílias, etc. Tais pessoas estão fazendo o bem. Isso é atividade da graça de Deus no meio dos homens. Quando a cidade inteira de Nínive se arrependeu de suas maldades, eis que aquela população toda fez o bem.

        É você, meu amigo, seu caminho é rumo ao céu? Então, você está fazendo o bem.

AS BEM-AVENTURANÇAS I - OS POBRES (7)



“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:1-9)
AS BOAS NOVAS AOS POBRES: “Bem-aventurados...”.
        Caro leitor, veja bem que as boas novas do evangelho chegam para os “pobres de espírito”. A mensagem vem de Deus para dizer-lhes que eles são os “bem-aventurados”. Note bem como Deus exclui os outros, como nem sequer menciona os ricos, os abastados, os fortes, os poderosos deste mundo, os que conquistam as heranças daqui e se orgulham dessas delícias transitórias. As boas novas ignoram e desdenham dessas pujanças de orgulho que tanto satanás oferece aos homens.
        A mensagem chega aos homens e mulheres, os quais veem espiritualmente desnudos perante Deus; enxergam seus corações cheios de tristezas; que enxergam não somente a miséria deste mundo, como também percebem que nada aqui e daqui pode dar aquilo que suas almas estão realmente carecendo. São homens e mulheres que veem seu total desamparo, que não há lugar de escape, que eles mesmos não podem se salvar; que estão realmente perdidos. São essas almas que sabem que partirão deste mundo e que merecerão o inferno e não o céu. Foi essa a visão que o ladrão na cruz teve a seu respeito. Naquele momento, ao contemplar o Salvador, ele então pode perceber sua perdição, por essa razão clamou ao Senhor.
        Caro leitor, com pesar posso dizer que a mensagem evangélica atual nada transmite de boas novas aos pobres de espírito, por ela é essencialmente humanista e assim distanciada da glória de Deus e do Deus da glória. Não era assim a mensagem pregada antigamente. Vemos até mesmo nos hinos antigos como os autores mostravam que foram pessoas achadas pelas boas novas como pobres de espírito. Examine bem a letra deste antigo hino:
“Bem longe de Deus eu andava, um pobre perdido fui eu.
Pensava que fosse impossível entrar a minha alma no céu”.
        Quando as boas novas alcançam corações assim, eis que o evangelho mesmo mostra Sua força transformadora nas vidas de homens e mulheres, erguendo-os para viverem aqui da maneira correta e cheios da esperança da glória:
“E face a face vê-lo-ei, de graça salvo cantarei”
        Vemos claramente que a mensagem do evangelho atual é produzida do homem para o homem, e Deus aparece como convidado para “abençoar” tal mensagem. A mensagem atual não vem do reino do céu, mas sim do mundo e terá grande influência nas emoções e na soberba religiosa dos homens. A mensagem quando vem do céu, eis que ela aparece revestida do verdadeiro ouro celestial; ela aparece adornada de glória; ela brilha da verdade da cruz e realça de forma poderosa a soberania de um Deus que age com compaixão por homens e mulheres perdidos em seus pecados.
        Meu caro leitor, como é triste ver milhares enganados, pensando que a vida está indo muito bem e que estão debaixo dos favores de Deus. É triste ver como milhares curtem o deus apresentado pelos falsos mestres, um deus que apareceu para dar-lhes sorte e renovar seus recursos materiais. O evangelho de hoje aparece adornado das glórias daqui, é cheio de superstições e salienta profundamente a arrogância dos corações.
        Mas estou lutando para alcançar pecadores, homens e mulheres que estão cientes e conscientes de seus pecados, porque esses são os “pobres de espírito”. Esses vão ouvir a mensagem; eles vão se humilhar ainda mais perante a verdade revelada e seus corações vão se encher da viva esperança, quando ouvirem pela fé acerca desse grande Salvador. O convite Dele chega agora a esses corações para alcançarem a mais preciosa e eterna promessa de uma tão grande salvação.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

AS BEM-AVENTURANÇAS I - OS POBRES (6)


“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:1-9)
AS BOAS NOVAS AOS POBRES: “Bem-aventurados...”.
        Amado leitor, a atual situação religiosa nos traz profunda tristeza, pois o que vemos em nossos dias é a ausência de “pobres de espírito”. A sociedade atual está cheia de religiosos, de gente que faz o bem, de pessoas que estão prontas a fazer tudo por Deus; de pecadores trajados de suas próprias vestes de justiça própria. Elas lutam e buscam ativamente por uma vida próspera aqui. O espírito mundano de Caim e de Esaú encheu os corações de arrogância e de desprezo à verdade bíblica acerca do pecado. A mensagem do reino dos céus de nada serve para tais pessoas.
        O espetáculo religioso de nossos dias é causado pelo reino mundano, por intenso desejo de prosperidade. O anseio dos corações corrompidos aspira um deus diferente, ecumenicamente amigo, um ser que derrama bênçãos aos que acreditam em superstições e crendices. O palco religioso de nossos dias é adequado para a proliferação de mais falsos mestres, de elementos cobiçosos, gananciosos, que aproveitam a situação a fim de ficarem ricos até mesmo milionários. Oh! A situação religiosa atual nos causa profunda tristeza, pois não vemos corações dilacerados pela dor; não vemos homens e mulheres chorando amargamente suas culpas e misérias; não vemos homens no pó, desesperados porque realmente merecem a punição eterna.
        Noutras palavras, estou declarando que é realmente raro achar um “pobre de espírito”, porquanto o reino do céu é desprezado; as riquezas eternas em Cristo não constituem boas novas aos corações modernos. O mundo de hoje é tão sofisticado, apreciável e lindo. Os homens marcham decididamente para as belas campinas de Sodoma e querem estar associados às maldades dali; eles nem sequer consideram que a ira de Deus vai descer a qualquer momento. O homem moderno ri, zomba e motejam das boas novas que vêm lá do céu e ainda escarnecem dos profetas de Deus. Para eles Deus mudou; para muitos pastores que deixaram as fileiras dos fieis, o que conta hoje é quanto vão ganhar todo mês e quanto podem receber dos aplausos dos homens aqui.
        Amado leitor, diante de tudo que parece tão desanimador, digo e afirmo que a mensagem deve continuar, pois ainda a graça ordena aos servos fieis que a mensagem do reino dos céus deve ser pregada. O amor de Deus ainda relampeja e troveja dos céus; este momento urge que mais profetas sejam enviados para pregar todo conselho; ainda o coração do Senhor é cheio de misericórdia. O facho de luz que vem da cruz aponta o céu, exibindo as maravilhas eternas aos homens. Quando o mundo mais parece um cemitério, num verdadeiro silêncio espiritual, eis que a mensagem chega para ressuscitar mortos.
        O que a mensagem tem para aqueles que são achados como “pobres de espírito”? A resposta é imediata: “Bem-aventurados!”. Os que buscam prosperidade aqui não são os bem-aventurados; os que buscam este mundo, os que procuram as vozes dos vorazes falsos mestres não são os bem-aventurados. Essa palavra vem de Deus aos corações como chegou aos milhares que já foram salvos. Meu amigo leitor, medite no reino do céu agora. Quem são aqueles que agora reinam no céu? Quem são aqueles que para sempre herdarão as glórias eternas? São pessoas que um dia foram achadas como pessoas espiritualmente miseráveis.
        Mesmo em dias carregados de densas nuvens de apostasia e mentiras religiosas, o Senhor ainda está salvando pecadores e lhes dando a mais maravilhosa notícia de que eles agora são herdeiros de Deus em Cristo; que são habitantes da glória eterna. Não foi essa a mensagem que Jesus deu ao ladrão ali na cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso?”


TODOS DEBAIXO DO PECADO V “...não há quem faça o bem...” (8)


“...não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:12)
DESCREVENDO O QUE A BÍBLIA MOSTRA A NOSSO       RESPEITO.
        Caro leitor estou me esforçando para mostrar a catastrófica notícia que a Palavra de Deus relata a nosso respeito. Com a entrada do pecado na queda em Adão, eis que todos os homens ficaram impossibilitados de fazer o bem. Todos estão juntamente amaldiçoados pela lei; todos estão fora da santidade de Deus, por isso são imundos e assim incapazes de dar aquilo que os seus semelhantes precisam; todos estão fora dos interesses divinos. O bem que os homens fazem só servem para aqui mesmo, para os interesses desta vida (Jó 35:8).
        Enfim, o bem que fazemos aqui de nada serve para Deus, a não ser naquilo que Deus mesmo autoriza o homem a fazer. Por exemplo, o Senhor autorizou Nabucodonosor, rei da Babilônia a invadir Jerusalém e que recompensaria aquele ímpio pagão pelo seu serviço. Muitos homens perversos, sem que eles mesmos tenham consciência disso, prestam serviços a Deus, mas recebem a recompensa aqui mesmo, naquilo que eles mesmos estão interessados em obter.
        Mas não estou tratando dessas atividades. Estou mostrando aqui que os homens, devido ao pecado ficaram impuros e incapazes de servir aos seus semelhantes fazendo-lhes o bem. E mesmo aquilo que eles pensam que é o bem, como trabalhar, sustentar a família, socorrer alguém, dar esmolas, contribuir para alguma entidade social, etc. tudo isso de nada serve para ser aceita por Deus, nem tampouco serve para sua purificação espiritual.
        Então, quando a Bíblia declara que não há quem faça o bem é porque ela vem para desmanchar toda essa pintura mundana; ela chega para lançar no lixo tudo aquilo que os homens pensam que tem valor; tudo aquilo que agiganta a soberba do coração. Paulo reconheceu isso após a sua conversão, pois considerou tudo como lixo o que fazia antes, até mesmo dentro do seu sistema religioso tão fanático e aparentemente espiritual. Os homens devem pegar esses trapos sujos, imundos e lançá-los fora; os homens devem tirar suas mãos de tudo aquilo que parece que lhes servirá de refúgio contra a Ira de Deus. Os homens devem saber que nada têm de bom em seus corações; precisam cair ao pó; precisam reconhecer que nada são, a não ser barro frágil.
        Prezado amigo, o que o homem deve fazer diante dessas verdades? Eu sei o quanto esses fatos são humilhantes, mas o fato é que enquanto os pecadores não forem humilhados, enquanto não conhecerem o pó e suas misérias, como conhecerão o Deus Salvador? O que a Palavra de Deus faz é furar essa vaidade e fazer o homem tombar, antes que seja tarde demais. Será que o Senhor Deus precisa do homem? Ora, a mensagem humanista moderna afirma que sim, que os homens têm potencial, que Deus espera boas coisas deles, que até mesmo espera decisão deles. Quanto engano! Quanta mentira!
        Caro leitor, veja como o Sol da justiça vem com Sua luz aniquilar o velho e arrogante homem! Chegue agora ao Senhor, caia aos pés Daquele que é sublime e santo; chegue em confissão, carregado dessas impurezas, assim como o leproso disse ao Senhor: “Se quiseres tu podes purificar-me”. É assim que a graça opera; é vendo essa condição do homem que o Senhor se compadece. Aproveite, porque Deus tem Seu mediador – o Senhor Jesus. Aproveite essa maravilhosa oportunidade e arrependa.

        Talvez haja algum leitor aflito, alguma alma à procura desse livramento. Digo e afirmo, repetindo o que a própria Escritura afirma, que o Senhor está perto daquele que invocar Seu nome para ser salvo. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

AS BEM-AVENTURANÇAS I - OS POBRES (5)


“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:1-9)
OS POBRES DE ESPÍRITO.
        Caro amigo, chegou o momento para que conheçamos de fato quem são os “pobres de espírito”. Veja bem que nosso Senhor não começa com outro título, porque Ele está anunciando o que vem do reino dos céus e os que farão parte desse reino são pessoas pobres, homens e mulheres que nada têm. Mas importa que encaremos essas verdades do ponto de vista de Deus e não deste sistema mundano tão divorciado da verdade.
        Se seguirmos a verdade conforme as Escrituras, certamente teremos que examinar o que significa pobreza para Deus. Esqueçamos do que o mundo pensa e fala acerca de pobreza, porque é certo mundo sempre vai pensar nos aspectos materiais e sociais. Ora, nosso Senhor enfrentou essa situação, porque em Sua bondade Ele serviu ao povo também nesses aspectos, mas tudo tinha uma finalidade: mostrar as realidades eternas. Nosso Senhor não veio para aliviar o jugo da pobreza que estava sobre o povo de Israel naqueles dias. Ele jamais saiu para publicar que queria curar, ressuscitar, multiplicar pães, etc. Sua missão era eterna, por isso veio não somente trazer coisas eternas, coisas do reino dos céus, como também veio lidar com os homens no coração.
        Então, a verdadeira pobreza vista por Deus é o estado de espírito do homem e não sua condição física e social. Em tudo Sua linguagem sempre foi usada para comparar aquilo que passa com aquilo que dura para sempre. Ele falou de pão, mas para mostrar a necessidade dos homens do pão eterno (João 6:35); quando falou de água tinha a intenção de mostrar aquilo que a alma precisa e não o corpo, conforme a linguagem falada à mulher Samaritana: “Quem beber desta água tornará a ter sede” (João 4:13).
        Então, posso resumir dizendo que a verdadeira pobreza vista por Deus é a pobreza espiritual e não da carne; é o descobrimento no íntimo de sua miséria e completa ausência das coisas eternas; é a alma se vendo sem qualquer alimento eterno, sem qualquer água eterna e sem qualquer bem eterno. A palavra “pobre” realmente quer dizer pobreza mesmo. Vemos algumas pessoas pobres, mas que ainda tem algo para comer e água para beber. Mas quanto ao “pobre de espírito”, ele de fato nada tem, está completamente desamparado e clamando por Deus. É pobreza total, é completa falácia.
        Agora a pergunta que segue é: “Como o homem pode chegar a conhecer essa condição de sua alma?”. É claro que nada podemos esperar dos homens, que eles vão de repente sentir sua miséria e clamar a Deus. Por natureza o homem é altivo e presunçoso em relação a Deus. O efeito mais alarmante do pecado é a soberba (Habacuque 2:4) e até à sua morte o homem será assim; nem mesmo sofrimentos e dores podem arrancar os homens dessa atitude vil de desafiar a Deus, a fim de viver como bem quer. Conheci pessoas nunca situação que causava dó; muitos sem dinheiro, sem comida e sem amparo, mas no tocante a Deus, eis que seus corações eram completamente endurecidos e arrogantes.

        Pensemos e meditemos nisso, mas o fato é a graça de Deus vem com Suas riquezas do céu à terra para encher homens e mulheres paupérrimos dessas maravilhas. Digo mais, que o Senhor tem prazer em ver homens e mulheres nessa condição; Ele desce do céu para falar com pessoas assim; Ele age como o pai quando foi ao encontro do filho pródigo e o recebeu com muita alegria. As bem-aventuranças são boas novas para homens e mulheres assim, nessa condição.

TODOS DEBAIXO DO PECADO V “...não há quem faça o bem...” (7)


“...não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:12)
DESCREVENDO O QUE A BÍBLIA MOSTRA A NOSSO       RESPEITO.
        Caro leitor continuemos examinando de forma meticulosa o que a Palavra de Deus expõe a nosso respeito. Por que não podemos fazer o bem? Por que toda tentativa é vã? Por que aquilo que pensamos ser o bem nada tem de valor aos olhos do Santo e Justo Deus?
        Digo mais que não podemos fazer o bem naturalmente porque todo mecanismo do pecado trabalha contra esse feito. Basta uma olhada em Romanos 1, a partir do verso 18, porque a notícia acerca da devastação do pecado na raça é terrível. O que fizemos foi impedir que a verdade entrasse, a fim de demonstrar nossos atos de injustiça, em plena demonstração de ódio contra Deus. Somos nós diferentes de todos os pagãos que viveram neste mundo? É esta geração melhor do que os  bárbaros e milhões de perversos que passaram por esta vida aqui? Somos nós menos pecadores que os índios que vivem no mato em terríveis práticas de idolatrias e maldades? Claro que não! Em Adão somos nós irmãos e compartilhamos juntos dos mesmos atos.
        Também, digo que não podemos fazer o bem, porque não temos em nós o amor de Deus. Se do Senhor procede todo bem, então de nós procede todo mal. Certamente o pecado nos ludibria, nos diz no íntimo que somos pessoas maravilhosas e que temos em nós o potencial para mudar tudo neste mundo. Quanto engano do pecado!
        Sem o amor de Deus habitando no coração por meio do Espírito Santo (Romanos 5:5), não há possibilidade de servir aos nossos semelhantes, mesmo àqueles que nos são queridos e bem próximos. O bem que fazemos aqui é bem sim, mas do ponto de vista humano e não de Deus. Caro leitor, somos por natureza, egoístas, queremos a glória para nós, e desprezamos a glória que pertence somente a Deus. No pecado vivemos em torno de nossos interesses terrenos e não eternos; vivemos em função daquilo que acaba aqui.
        Também, não podemos fazer o bem porque estamos fora do caminho do bem. O caminho do pecado é tortuoso, é desviado da verdade. Nascemos fora da lei de Deus, todo vigor da carne pende para as paixões, para ir ao contrário das santas diretrizes da lei. Sendo assim é claro que no pecado todos os nossos atos estão fora dos padrões de santidade, fora da justiça perfeita. Consequentemente, eis que todos os atos dos homens estão manchados, envenenados e só enfatizarão maior desvio da glória de Deus.
        Caro leitor, todo bem que os homens fazem aqui, só tem serventia aqui mesmo; tudo morre aqui porque está marcado pela corrupção causada pelo pecado e pela morte. Nada deste mundo pode subir como aroma suave e agradável a Deus; nada deste sistema manchado pelo pecado foi santificado pela graça, mas sim condenado pela lei, por isso está sob a terrível maldição. Os homens devem saber disso; seus corações precisam ser descobertos e assim eles verão em que situação de ruína estão. A única resposta está na cruz, porque é pelo sangue remidor do Filho de Deus que homens e mulheres são santificados e assim habilitados para fazer o bem.
        Veja amigo, que não há nenhum homem, nem mesmo pastores, nem qualquer outro mediador daqui, nem mesmo as orações podem servir para elevar os homens como capacitados para fazer o bem. No pecado os homens estão completamente fora e inadequados para andar, falar e espalhar o bem.

        Essa notícia é espantosa? Então, saiba que é assim; saiba que a melhor atitude para os homens é lançar fora todas as suas tentativas, porque elas são inúteis. Suas obras são sem qualquer valor. Agora mesmo, considere sua inutilidade e corra para o Filho de Deus, o único Mediador, capaz de lhe salvar dessa tão triste condição.