quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“QUEM SÃO OS VERDADEIROS CRENTES” (20) concupiscências "...com suas paixões e concupiscências"



 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. (Gálatas 5:24).
Paixão e concupiscência – a diferença: “...com as suas paixões e concupiscências”:
         Prezado leitor estou chegando ao fim da abordagem em torno desse incrível e precioso verso de Gálatas 5:24. Para mim é motivo de gozo e regozijo ver o povo de Deus sendo edificado na verdade. Fui chamado para pregar o evangelho da glória de Cristo num momento quando a “infecção” da apostasia tem se alastrado na sociedade e nas igrejas e tem desafiado os mais poderosos “antibióticos” inventado pelos religiosos. O poderoso evangelho da glória de Cristo (2 Coríntios 4:4) é a única arma capaz de derrotar satanás e destruir todo arsenal inimigo: “Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo” (Salmo 46:9).
         Tenho me esforçado em mostrar aos meus leitores a diferença entre “paixão” e “concupiscência”. Terminei a abordagem anterior mostrando que as concupiscências incendeiam as paixões. Percebe-se que a função do pecado é utilizar as normalidade das paixões e transformá-las em focos de concupiscências. Eis aí o reino do pecado! Eis aí o modo como que a iniquidade promove seu paraíso de prazer! Eis aí a forma como os súditos do pecado vivem impregnados dessa vanglória de prazeres que vêm e vão e são continuamente transformados em terrores da morte! (Romanos 6:23). Para Judas a paixão pela fama e pela fortuna fez com fosse transformada em concupiscência. Aquela brasa foi constantemente ativada por satanás em seus sentimentos. No princípio tudo era normal; parecia que seus desejos eram santos e próprios, pois era contado entre os apóstolos do Senhor. Mas, logo o fogo foi se avolumando e o anseio pela fortuna e pelos prazeres foi tomando forma. Não demorou muito para que aquilo que o que fora concebido em seu coração tomasse a forma de pecado por fora. Aquele que antes parecia um apóstolo e amigo do Senhor mostrou-se ser um traidor e filho da perdição.
         Estou certo que muitos vivem religiosamente enganados e não percebem que a concupiscência por algum tipo de iniquidade está em forma embrionária em seu íntimo. Quão inocente e puro parecia ser o rei Joás (2 Crônicas 24). Enquanto seu tutor – Joiada vivia, Joás parecia ser o rei que Jerusalém precisava. Aliás, a forma como ele foi preservado foi providencialmente de Deus. Mas, naquele coraçãozinho inocente carregava um ódio mortal contra Deus e um ardente amor pela fama e prazeres. Assim que Joiada morreu, tudo o que estava oculto em seu coração apareceu. Assim Joás mostrou que era um lobo enjaulado e um verdadeiro assassino.
         Mas os verdadeiros e genuínos crentes não estão isentos dos perigos da concupiscência da carne. Se as obras da carne não forem encaradas na vitória da cruz; se alguém que afirma ser crente atrever a brincar com os prazeres, certamente depararão com a força do inimigo. Sem o poder da graça, nós que somos fracos, quão fracos realmente somos! Quando o rei Davi deixou de estar na batalha para ficar ocioso em casa (2 Samuel 11:1), as concupiscências simplesmente amordaçaram sua mente e trouxe à lume todos os anseios que o engano do pecado costuma chamar de “meus direitos”. Aquela experiência foi amarga para um servo de Deus por todo resto da sua vida.
         Caro leitor, o espírito de libertinagem tem invadido os arraiais evangélicos e levados muitos ao engano de pensar que podem satisfazer suas concupiscências. Não há mais vestígios de temor e tremor de Deus nos cultos! Corações inflamados de paixões mundanos têm enchido as igrejas e atraído as maldades da carne para os lugares santos. Mas digo e afirmo que os verdadeiros crentes não podem tolerar o mal. Faz parte da nova natureza amar a justiça e odiar a iniquidade. Os santos verão o Senhor face a face, por isso amam santidade!
          

terça-feira, 29 de novembro de 2011

“QUEM SÃO OS VERDADEIROS CRENTES” (19) paixão e concupiscência - a diferença



 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. (Gálatas 5:24).
ENTENDENDO O QUE FOI CRUCIFICADO: “...com as suas paixões e concupiscências
         Prezado leitor, já pudemos ver que a cruz não condena o que é santo e puro. Os verdadeiros crentes não são anacoretas, não se alienam da vida normal. Os santos de Deus neste mundo foram transformados no coração, mas ainda habitam em suas tendas mortais, vivem ainda nessa casa terrena e carregam consigo todos os desejos naturais exigidos pela natureza humana. Digo mais, que os verdadeiros crentes são pessoas carregadas de fraquezas. Eles são conscientes dessas fraquezas e muitos lutam arduamente contra hábitos corrompidos que trouxeram consigo do velho homem. A caminhada para o céu é marcada pela disciplina da graça (Tito 2:11), isso significa que há necessidade de abandonar determinados costumes que não glorificam o Nome do Senhor: “para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).
         Tendo retirado toda e qualquer concepção errada de vida cristã, passemos agora a examinar o texto com mais exatidão: “...crucificaram a carne com suas paixões e concupiscência”. O texto em si mesmo explica tudo. O que foi que a cruz condenou mesmo? “...a carne com suas paixões e concupiscência”. (Procuro grifar para dar maior ênfase). Por que Paulo usou as essas duas palavras: “paixões e concupiscências”? Será que Paulo quer ser enfático? A primeira palavra “paixão” (pathêmasin no grego) indica que a carne sente uma paixão que pode levar até mesmo ao sofrimento e à angústia. ( o sentir sede, fome, sono, etc. são desejos normais da carne). Essa palavra é usada a respeito do sofrimento de Cristo em Hebreus 2:9, onde também é traduzida por “paixão”: “...Jesus, coroado de glória e honra, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”. A idéia é que a angústia, as dores, as perturbações em torno da expectativa da morte eram paixões, e nosso Senhor como um homem perfeito enfrentou essas paixões.
         Então, diante desses fatos, o que Paulo está nos ensinando em Gálatas 5:24 é que a carne sente paixões; que essas paixões fazem parte da nossa natureza humana e que elas são normais na vida. Elas em si nada têm de errado, e que todos os santos de Deus vão experimentar essas paixões enquanto aqui viverem. Mas, todo problema com as paixões é quando elas são transformadas em concupiscências. É o termo grego “epithumê”, aliás, um termo muito comum no Novo Testamento e significa: “paixões fortes, descontroladas”. Subtende-se que essas paixões estão em pleno domínio e não sob domínio. Significa que o viver está sob o controle da carne e não do Espírito. Essa diferença Paulo mostra no cap. 5 de Gálatas ao apresentar o fruto do Espírito e as obras da carne.
         Prossigo em declarar que é assim que o mundo vive. Note bem o que João diz: “Ora, o mundo passa, bem como as suas concupiscências...” (1 João 2:17). No verso 16 ele mostra que esse fogaréu de concupiscências mundanas controla os olhos e a carne dos de homens e mulheres. O mundo que jaz no maligno vive enfeitiçado, dominado e controlado por paixões de todos os tipos e de todas as formas. O mundo sempre foi e será assim, a fábrica de paixões; satanás utiliza essas paixões como entretenimentos, e assim mantém os homens sob seu domínio. As paixões concupiscentes marcam o juízo de Deus contra este mundo. Foi assim com as nações no passado. As corrupções da carne marcaram a vinda do juízo de Deus sobre Sodoma e Gomorra (Gênesis 19).
         A geração atual caminha a passos largos rumo ao juízo, porque hoje as concupiscências da carne e dos olhos incendeiam homens e mulheres. Até mesmo as religiões estão manchadas pelos cultos das paixões em lugar de adoração santa e pura ao Senhor.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

“QUEM SÃO OS VERDADEIROS CRENTES” (18) fazendo a diferença "...com suas paixões e concupiscências"



 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. (Gálatas 5:24).
ENTENDENDO O QUE FOI CRUCIFICADO: “...com as suas paixões e concupiscências
         Caro leitor, que prazer há em meu coração meditar nas sagradas letras! Elas não somente são preciosas, mas também são precisas, penetrantes e reveladoras! Quão medíocres são minhas palavras para expor as grandezas dessas revelações! Porém, é meu dever labutar para apresentar o melhor para os meus queridos leitores. Estamos diante das palavras, não dos homens, mas sim daquele que em Sua misericórdia se condescendeu em comunicar conosco!
         Estamos chegando à parte final da exposição desse texto tão glorioso, revelador e oportuno. Veja caro leitor, que Deus em nada fica devendo quando comunica-Se  conosco. Precisamos saber que “...os que são de Cristo crucificaram...”, não meramente a carne. Precisamos livrar meus leitores das tendências da natureza humana em partir para extremos. O texto não está dizendo meramente que os santos de Deus crucificaram a carne. Noutras palavras, o texto não está declarando que os verdadeiros crentes na cruz tornaram a carne inoperante, inativa, em tudo subjugada. O texto não está ensinando que a partir da cruz os genuínos crentes são os extras terrestres; que vivem neste mundo isolados e isentos de tudo aquilo que significa exigência carnal.
         Preciso expor esse ensino de uma forma clara. Veja bem que a cruz não apaga nosso viver normal de seres humanos. Alguém afirmou que Cristo toma o homem natural e o transforma num homem espiritual. Depois, Ele toma o homem espiritual e faz dele um homem natural. A cruz não anula o viver normal dos santos neste mundo. Certamente eles são cidadãos dos céus: “Mas a nossa pátria está nos céus... (Filipenses 3:20), porém vivem aqui demonstrando a glória do Homem perfeito – Cristo Jesus. O mundo presencia nos salvos aquilo que deve emudecer os atrevidos, mentirosos e perversos. No pecado homens e mulheres mostram suas motivações em suas práticas perversas. Os santos de Deus, entretanto, mostram que são diferentes; o caminho deles é de justiça, retidão, amor genuíno, mas de ódio contra toda e qualquer iniquidade.
                Caro leitor, a cruz não condena o que é santo e puro. Pelo contrário, a cruz santifica tudo o que é justo e lícito. A cruz faz com que homens e mulheres passem a trilhar por caminhos retos. Toda criação de Deus é pura e santa nela mesma, mas foi o pecado que pulverizou venenos da maldade e da corrupção, por isso toda criação agora geme angustiada (Romanos 8:22); Por isso a própria criação sente, como que, ânsia de vômitos ante as maldade cometidas pelos ímpios. Para ser mais preciso em meus argumentos, a terra deve ser palco da justiça, do amor, da retidão, do temor a Deus, etc. O pecado espalhou seus princípios de maldade e perversidade em tudo. Nada há de errado no alimento, no sexo, na família, no sono, na amizade, etc.
         Caro leitor, o Salmo 37 aparece para mostrar como Deus encara a situação deste mundo. Noutras palavras, o grande Criador está declarando ali que Ele é o absoluto dono de todas as coisas; que os santos, justos e mansos devem utilizar da terra. Ele não está autorizando os perversos a usarem a terra; eles são atrevidos em quando usam da criação para a satisfação de suas paixões e prazeres carnais. Eles adentraram em território santo e sem a permissão do dono estão usando para a exposição de suas maldades. Por isso o grande Criador afirma que “Breve serão ceifados como relva...” (Salmo 37:2).
         Ora, os verdadeiros crentes sabem dessas coisas. Agora libertados do poder do pecado, os santos passam a odiar a iniquidade e passam a lutar contra aquilo que é pernicioso, vil e prejudicial ao seu próximo. Realmente, são os verdadeiros crentes desfrutam da vida!
                                     

domingo, 27 de novembro de 2011

PROSPERIDADE PERIGOSA



“Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra” Salmo 119:67
Será que dá para ver que essa linguagem do salmista não combina em nada com a moderna teologia da prosperidade? Será que o povo de Deus, povo que ignora o conhecimento bíblico para correr atrás das novidades do presente século mau, pode deixar de lado um verso como este?
                 É bom que o povo de Deus saiba que há um perigo tremendo oculto naquilo que é prosperidade material. Quando a prosperidade vem das mãos do Santo e Sábio Senhor, podemos estar certos que aquelas provisões dadas em abundância não serão peso para o crente humilde. Abraão foi um riquíssimo crente na sua época, mas sabia bem que recebera tudo do Altíssimo e era capaz de administrar aquilo para a glória do seu Deus.
Jó reconhecia que sua tremenda prosperidade material era proveniente do Dono Absoluto do céu e da terra e podia transitar livremente na carruagem da humildade, do servir ao seu próximo e do amor obediente ao seu Deus. Quando lhe foi tirada a prosperidade pode dizer no meio da aflição, em tom de adoração: “O Senhor deu e o Senhor o tomou; bendito seja o Nome do Senhor!” (Jó 1:21).
Quando é que a prosperidade material pode ser perigosa? A prosperidade é perigosa se o coração estiver na prosperidade, se ela constitui o seu tesouro e passou a ser o ideal de seu viver. Então, ela surge para deificar o ego; para elevar a auto-dependência; para rasgar todo e qualquer sinal de piedade cristã; para atrair perigosos convidados para sua casa. A preguiça espiritual expulsará o vigor da oração e os cuidados deste mundo farão cancelar os compromissos com Deus e com o povo de Deus. Os joelhos ficarão pesados para correr a carreira rumo à santidade; os braços estarão cansados para empunhar a espada do Espírito contra as hostes da maldade; o amor há de ser abandonado e a preciosidade da esperança da glória perderá o real sentido para o cristão dando lugar aos prazeres mundanos e carnais. A religião será comprada e facilmente subornada para ter cultos da carne. O salmista entendeu isso: “Antes de ser afligido, andava errado”. Por esta razão Deus não ouve muitas das petições dos crentes. Às vezes pensamos que estamos pedindo algo com sabedoria e sentimo-nos irritados, quando não há qualquer indício de resposta. Deus permite que andemos pelo vale das aflições, em dificuldades materiais. Por quê? Ele sabe perfeitamente quão prejudicial para nós será aquilo que almejamos tanto possuir. Fatalmente andaremos errados. Somos “crianças” ainda para lidar com determinadas coisas que tanto almejamos possuir. Não sabemos negociar os negócios do Senhor até que Ele volte. Qual o melhor caminho para nós? O próprio salmista traz-nos no texto: “Mas agora guardo a tua Palavra”. Se alcançarmos isso de fato estaremos indo muito bem no caminho da sabedoria. Não tem um tesouro melhor do que este. É melhor guardar os tesouros eternos no coração, do que carregar os tesouros transitórios da vaidade para nossa ruína espiritual. As pessoas ao nosso derredor precisam mais dos tesouros eternos da Palavra de Deus, do que aquilo que satanás tanto lhes oferece.

sábado, 26 de novembro de 2011

O ATAQUE DA FÉ CONTRA A INCREDULIDADE



“Mas ele respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios” Jó 2:10.
A genuína fé cristã não é extática, passiva e derrotada. Às vezes seu silêncio fala suficiente para emudecer a estupidez da incredulidade, como no caso de Daniel que desceu à cova dos leões deixando tudo nas Mãos do seu Forte Defensor. Mas, muitas vezes as palavras proferidas pelo justo saem da sua boca como espada para destruir todo arsenal apontado pela incredulidade, a qual tenta de uma vez por todas acabar com a fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.
                Jó fez isso com sua esposa. Observemos bem que ele não atacou a pessoa dela, mas sim a atitude pecaminosa dela. Naquele momento, o silêncio de Jó significaria sua derrota espiritual. Muitos eram os inimigos à frente, aparentemente religiosos. Eram os últimos petardos do diabo contra aquele servo de Deus. Foi um momento perigosíssimo para sua fé cristã. O mundo chegou com sua sabedoria perante Jó, através da sua mulher, tentando afundá-lo na depressão; foi mais um dardo inflamado do maligno tentando dar o golpe fatal no servo de Deus e assim sepultá-lo de uma vez. Mas eis que a triunfante fé se ergueu acima das horrendas circunstâncias para enfrentar bravamente o exército inimigo surgido ali através daquela mulher, e o fez de duas maneiras.
                No primeiro ataque da fé contra a incredulidade, Jó destruiu o lugar de apoio da incredulidade: “... Falas como qualquer doida...”. O que parecia sabedoria, não passava de loucura. Foi um golpe certeiro no coração do mundo com suas trapaças religiosas tentando derrubar aquilo que a Graça de Deus faz na vida de um homem. O verdadeiro crente não se sente intimidado por este mundo maligno, pelo contrário, ele tem as armas da verdade para apontar diretamente na testa do gigante e proclamar que tudo o que parece ser caminho de sabedoria, na realidade é o caminho largo e fácil que conduz à perdição.
                No segundo ataque contra a incredulidade Jó exalta a magnificente soberania de Deus: “... Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?...”. Aí está o que significa verdadeiro louvor, e o mundo desconhece o real significado desta religião cristã que está gravado no coração santificado e salvo por Cristo. O viver do crente tem em vista a glória de Deus e não meros benefícios passageiros. A fé exalta a Deus em toda e qualquer situação e isso a incredulidade não pode entender nem tampouco suportar. A incredulidade silencia ante o louvor e adoração pronunciados por lábios que professam o Nome Glorioso, mesmo diante das perplexidades desta vida. Que ensino precioso para o viver do crente! Fomos chamados para proclamar neste mundo as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (1Pedro 2:9). Este mundo dominado pela dureza e obstinação de coração há de curvar-se ante o poderio da inabalável fé cristã que é para sempre invencível. O que mais precisamos neste momento de predomínio das trevas? Necessitamos, sim, de crentes e mais crentes que de maneira nenhuma curvam perante as solicitações mundanas.