quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO (8) a necessidade da soberania (continuação)



Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
         A NECESSIDADE DA SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode vir a mim...”
         Prezado leitor consideremos bem esse tema da depravação total, porquanto nosso Senhor deixa o assunto bem claro perante nossos olhos, nessa pequena, mas profunda frase: “Ninguém pode vir a mim se...”. Já pudemos ver as considerações periféricas a respeito dessa doutrina, mas, o que importa agora é que saibamos exatamente o que a Palavra de Deus tem a dizer. Certamente essa doutrina não somente esmaga nosso ego, como também aniquila pressupostos, especialmente o ensino de que o homem tem livre-arbítrio e que Deus respeita esse poder de decisão de cada pessoa.
         A primeira lição que se revela em sua proeminência bíblica a respeito da depravação total é o fato que todos, toda raça está na mesmíssima condição em Adão. Nosso Senhor foi bem enfático: “Ninguém pode vir a mim....”. Ora, não é essa a verdade apresentada em Romanos? “Pois todos pecaram...” (Romanos 3:23); “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte; assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). Davi sentiu o forte impacto dessa verdade em seu viver, por isso partiu de seus lábios a dramática confissão: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). O mais religioso dentre todos os religiosos pode confessar após a sua salvação que, dentre todos os pecadores ele era o principal (1Timóteo 1:15).
         Amado leitor, estou certo de que o elemento mais enganador que existe é o pecado no íntimo, porquanto, continuamente o coração é lisonjeado com a idéia de que há diferença entre os pecadores. Muitos acham que vieram de uma raça especial e de que a culpa e condenação pairam sobre outros. Mas eis que a verdade bíblica aparece para humilhar nosso ser e desmantelar todas as fantasias de um coração rebelde. Viemos sim da queda; nascemos todos fora do paraíso; em Adão todos foram expulsos, demitidos do lugar de glória que ocupava o homem.
         Vamos trazer isso à luz da nossa experiência. Que diferença há? Onde a Palavra de Deus mostra a residência do pecado? Onde está localizado esse chefe que controla e monitora nosso viver? Nosso Senhor afirma que o problema do homem está no coração: “É do coração que procedem os maus desígnios...” (Marcos 7:21). Não é verdade que sempre achamos que a essência do pecado está nos vícios, na imoralidade, e noutros pecados tão grosseiros? Quanto engano! A essência do pecado está em não dar a Deus a glória e a honra devidas a Ele no viver. Podemos olhar para um Saulo de Tarso e vê-lo como um religioso, zeloso e irrepreensível; mas a Palavra de chega e mostra seu ódio intenso por Cristo e a disposição assassina de destruir os santos de Deus (Atos 9). Veja Simão Pedro, humilde pescador e cheio de autoconfiança. Não tem ele um bondoso coração? Jamais! Bastou que ficasse solto por um pouco para que fosse revelado seu medo e disposição de negar o Senhor Jesus.
         Amigo leitor encaremos esses fatos em nosso viver. A não ser que a graça de Deus tenha mudado e transformado nossos corações, fazendo de nós novas criaturas, toda nossa disposição será o negar o Santo e glorioso Deus! Todo nosso prazer é correr para o mundo e amar esse presente século! Toda nossa inclinação é ceder às paixões carnais que fervem e borbulham em nosso íntimo! As nossas inclinações revelam nossa origem, quem foram nossos pais e que nada temos de bondade, de fé, de amor a Deus nem de religiosidade natural. Todos esses fatos são mostrados a fim de que humilhados estejamos perante o Senhor! Para que conheçamos a nossa tão terrível culpa e nosso merecimento da condenação!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO (7) a necessidade "ninguém pode vir..."



Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
         A NECESSIDADE DA SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode vir a mim...”
         Prezado leitor, encerrei a meditação anterior apresentando um pouco a respeito da glória do Filho de Deus. É impossível ir a Cristo, a não ser que Deus, o Pai conduza a alma. Achegar-se a esse ser glorioso, àquele que é o Deus unigênito, a revelação de Deus, simplesmente é impossível até mesmo para nossa concepção mental. Podemos nos dirigir para uma igreja; podemos adaptar facilmente a uma organização religiosa; podemos aceitar na mente os ensinos concernentes a Cristo, Sua morte, ressurreição e Sua salvação; podemos declarar com nossos lábios uma confissão religiosa de nossa fé, porém, ir a Cristo para a salvação de sua alma, para ser Dele, viver por Ele e para Ele aqui e na eternidade é algo completamente impossível para a natureza corrompida do homem.
         Creio que preciso mostrar essa glória de Cristo em algumas passagens bíblica. Vemos por ocasião da Sua transfiguração, quando Pedro, Tiago e João simplesmente procuraram um esconderijo; não podiam ficar em pé diante da fascinante glória do Filho de Deus. Eles estavam tendo a mesma visão que Moisés tivera na sarça (Êxodo 3); a mesma que Isaías contemplou e que o deixou aterrorizado, vendo sua culpa e o inferno escancarado à sua frente (Isaías 6). Foi também a mesma visão que Paulo tivera no caminho de Damasco (Atos 9), quando foi cercado por essa radiante glória que por misericórdia culminou em sua salvação e transformação.
         Querido leitor, o pouco que foi dado creio que serve para que entendamos os ensinos a respeito da nossa vil condição no pecado. Importa que todos saibam desses fatos, do contrário os homens serão engambelados com as sutilezas religiosas de satanás. Preciso apresentar o caminho certo, mas para que todos vejam o caminho exato, preciso fazer com que a luz da verdade brilhe intensamente. Por isso chamo sua atenção para o texto: “Ninguém pode vir a mim...”. Note como nosso Senhor foi taxativo no que tange a incapacidade do homem para ir a Ele por si mesmo. Ele afirma: “Ninguém...”. Ele não disse que há um grupo especial de pessoas que podem ir a Ele; também, nada falou sobre a gravidade de alguns atos pecaminosos nas vidas de muitos.
         Nosso Senhor envolve toda raça humana nesse termo: “Ninguém”; foram envolvidos os orgulhosos judeus, os quais confiavam em sua religião e costumes judaicos. O Senhor toma toda raça e coloca todos numa só família – a família adâmica, caída e culpada; o Senhor coloca todos na mesma condição em Adão, na mesma situação de condenados e carregando a mesma natureza pecaminosa, todos com a mesmíssima inclinação natural; todos juntos em harmoniosa rebelião contra Deus e disposto a apontar suas armas contra os céus, a fim de destituir a divindade de Sua posição de glória e de honras.
         Ora, não gostamos dessas terríveis revelações a nosso respeito. Gostamos muito de ser ovacionados e celebrados como seres especiais; gostamos muito de ser vistos como vítimas da situação cruel de sofrimento pela qual passa a raça humana; queremos que imediatamente apareça um deus que possa trazer o céu para a terra, pois almejamos estar revestidos de bênçãos e ser coroados de glória e de honras. Mas, nosso Senhor aponta nossa culpa, revela nossa origem de uma raça terrivelmente culpada e declara que todos nós fomos destituídos, postos fora, demitidos do lugar de honra. O que aparece agora é uma multidão de homens e mulheres expulsos da presença de Deus e numa situação de ruína espiritual.
         Amigo,  toda essa verdade aparece a fim de que sejamos humilhados. A Palavra de Deus se encarrega de fazer com que caiamos no pó, no desespero. Ela nos emudece e desmancha tudo aquilo que pintamos por fora de espiritualidade. Cristo veio buscar pecadores; veio chamar homens e mulheres ao arrependimento.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO (6) a necessidade da soberania "ninguém pode vir..."



Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
         A NECESSIDADE DA SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode vir a mim...”
         Prezado leitor estamos perante um dos mais impressionantes e reveladores texto das Escrituras. Sem qualquer sombra de dúvidas temos que encarar seriamente a doutrina da depravação total, a verdade que realmente nos humilha e nos posiciona perante Deus como realmente culpados e condenados. Não raro estamos buscando novos esconderijos; a verdade a nosso respeito é por demais aterrorizante e retira toda farsa, hipocrisias, alem de pisotear nosso tremendo orgulho. Não ficamos chateados quando somos chamados de pecadores. Todos nós somos sabedores desse fato, mas no fundo somos ludibriados com o engano de que o poder da queda não foi tão devastador em nós. Sempre somos cortejados no íntimo com o pensamento de que há em nós algo de bom, alguma luz de justiça, de retidão, de poder e de graça.
         Achamos que nossa fé em Deus é um ato soberanamente nosso; algo derivado dessa fonte de luz em nosso íntimo, que nos impulsionou a buscar a Deus. Por isso somos diligentes em buscar um lugar onde a luz da verdade não seja tão intensa assim, porquanto queremos ter certeza de que aqui somos abençoados por Deus, mesmo vivendo tortuosamente; que não somos iguais aos rebeldes e profanos que estão do lado de fora. Queremos ter certeza absoluta de nossa salvação, mesmo que esteja provando ausência de temor, santidade e perseverança no caminho por onde os santos devem andar.
         Caro leitor, estou querendo realçar esse assunto introdutório acerca da depravação total, a fim de que o amigo atento saiba bem o quanto esse assunto é a espada do Espírito que perfura o íntimo e chega ao esconderijo do pecado. Sem essas verdades hasteadas perante nossos olhos, jamais saberemos o real significado da salvação conquistada pelo Filho de Deus e os resultados tão preciosos dessa salvação, abrangendo nosso viver aqui e nossa esperança eterna. Também, ocupo-me com essas verdades porque tenho enfrentado a hostilidade de muitos em meu ministério. Tenho presenciado reações terríveis por parte de muitos que pensam que foram salvos, mas que jamais conheceram a mudança que o evangelho opera no coração de uma alma que se rende a Cristo. Mas o amor de Cristo me constrange a pregar essas verdades até que a muralha do pecado seja derribada e as almas venham a render-se a Cristo em temor e santa obediência.
         Sendo assim, chegou o momento de entrar nos pormenores desse verso, especialmente sua frase inicial: “Ninguém pode vir a mim...”. Acredito que devo sublinhar as maravilhas da pessoa do Senhor Jesus. Ó quanto satanás procura sujar, vilipendiar e conspurcar esse bendito Nome! Não tem um caminho melhor para satanás se ocupar com essa atividade, do que simplesmente espalhar noções supersticiosas a respeito desse Nome, como estamos vendo ultimamente. Mas nessas Palavras nosso Senhor revela Sua glória como Filho de Deus; Ele mostra a impossibilidade natural de alguém chegar-se a Ele. Por quê? Primeiramente, não existe um privilégio maior do que esse! Alguém achegar-se a Cristo? Tornar pertencente a Ele? Ser salvo por Ele e receber todas as bem-aventuranças eternas desse encontro?
         Em segundo lugar, vemos que não é uma decisão do homem, mas sim de Deus, o Pai: “Ninguém pode vir a mim...”. É algo sobrenatural! É milagre! É um acontecimento que inspira os anjos ao louvor a Deus! É um ato chamado de nova criação (2 Coríntios 5:17)! Encaremos de forma negativa: Não é um mero caminhar rumo a uma igreja! Não é uma mera atividade emocional! Não é algo que me faz sentir psicologicamente melhor! É algo que acontece em função da atividade visitadora de Deus em Sua misericórdia e graça! É o poder absoluto de Sua Palavra fazendo o que ninguém pode, somente Deus o Pai e o Filho! Amigo, pode você entender essa verdade? Chegou às profundezas do seu coração?

sábado, 27 de agosto de 2011

A BANDEIRA DO SENHOR SOBRE SEU POVO "Levou-me à sala do banquete..."



Levou-me à sala do banquete, Sua bandeira sobre mim é o amor” Cantares 2:5
Que segurança a esposa podia ter no amor de seu esposo! Sua alma era imensamente feliz. O impressionante é que ela compara o amor do marido sobre ela como uma bandeira: “Sua bandeira sobre mim é o amor”! Afinal, que lição o Espírito de Deus nos traz? O que isso tem a ver com o amor de Cristo pelo Seu povo? Quatro lições podemos extrair dessa preciosa declaração da esposa em relação ao amor do seu marido por ela:
A primeira é que a bandeira de Cristo sobre o Seu povo é algo para ser visto. O mundo precisa ver que o povo de Deus é remido, comprado e separado para a Glória de Deus. Não pertencemos a este país terreno. Nosso lugar é lá no céu, nossa pátria está lá, nossa família eterna nos espera lá. O mundo sabe disso, e por esta razão o mundo tanto odeia o povo de Deus e o persegue.
                Em segundo lugar, é uma declaração de aceitação eterna: “Sua bandeira sobre mim é o amor”. Somos um povo amado. Amado pelo Pai, Ele nos amou em Cristo e nos aceitou no Amado. Mais do que isso, o amor é eterno: “Com amor eterno Eu te amei” (Jeremias 31:3). Isso significa tanto para o genuíno crente! Isso traz tanto conforto para uma alma redimida! Tal verdade faz o verdadeiro crente descansar pela fé nos braços eternais do seu Senhor que ali na cruz provou Seu amor se entregando a Si mesmo em favor de pecadores indignos.
                Em terceiro lugar, “sua bandeira sobre mim é o amor”, é uma declaração de que liderança firme Ele tem continuamente na vida de cada crente. O amor não abandona o objeto amado. O amor do Senhor sobre os santos Dele é um amor zeloso, que cuida, protege, defende, guia, ensina, disciplina, sustenta, consola, enfim, nossa linguagem é paupérrima para descrever o que significa Amor Eterno sobre nós.
                Em quarto e último lugar, “sua bandeira sobre mim é o amor”, é uma declaração de plena segurança em meu viver durante a peregrinação terrena. O povo de Deus foi tirado da maldição da lei e posto debaixo da portentosa força da Graça. Nunca, jamais, o Senhor dará as costas para Seu povo; nunca Seu povo será censurado; nunca Seu povo será desprezado. Suas ovelhinhas fracas, cansadas e fatigadas Elas as tomará em Suas mãos e as levará. Todas chegarão ao portal de acesso à Nova Jerusalém. Nenhuma ficará para trás; nenhum dos Seus se perderá.
                Essa passagem de Cantares nos dá um perfil do tema de nosso acampamento deste ano: “Andando em Santidade”. Estou certo que será um tema precioso para os corações daqueles que verdadeiramente amam Aquele que lhes amou primeiro.